Aprendizagem Organizacional
Por Wagner Herrera
22/05/2007
A mudança é inevitável. O
crescimento é opcional”.
Resumo
Este trabalho pretende
evidenciar a necessidade e
oportunidades da implementação
da Aprendizagem Organizacional
pelas corporações como meio de
promover o desempenho, a
competitividade e
sustentabilidade num cenário de
mudanças aceleradas impostas ao
mercado pelo advento de
inovações num ritmo acelerado, a
globalização, a implementação de
metodologias e novas
tecnologias, na era do
conhecimento.
Conotações sociológicas e
psicológicas deixam de ser
abordadas aqui, embora que
citemos os principais
emblemáticos no assunto:
ALGIRYS, C. (On Organizational
Learning); PROBST, G. & BOUCHEL,
B. (Organization Learning),
SENGE, P. (A Quinta disciplina);
De BONO, E. (O Pensamento
Lateral); De GEUS, A. (Planning
as Learning); SIMON, H. A. (The
New Science of Management
Decision); que muito
contribuíram no desenvolvimento
desta disciplina que conquista
cada vez mais espaço no cenário
organizacional.
Introdução
O ser humano nasce com
características mentais
hereditárias que, através do
aprendizado de valores e
conhecimentos, vão sendo
alteradas progressivamente
desenvolvendo a personalidade e
competências com as quais
participa nas organizações. A
pluralidade decorrente da
agregação dos indivíduos que
constituem a organização, por
vezes impede ganhos sinérgicos,
a menos que haja um processo de
nivelamento do grupo que, em
grande parte é imposto pela
cultura da organização, porém de
forma mais eficiente, é
alcançado no processo de
aprendizagem organizacional.
Embora que a cultura da empresa
possa ser um facilitador,
geralmente é fator impeditivo na
adoção da prática do aprendizado
sendo necessárias mudanças na
cultura organizacional.
Cultura Organizacional
Para GAJ (1990), cultura é “uma
forma de vínculo emocional que
mantém a organização funcionando
como um conjunto e ...
representa um conjunto de
crenças e expectativas
transformadas em normas e
valores que orientam o
comportamento dos indivíduos e
grupos na organização”.
Para o entendimento da cultura
organizacional há de se fazer
diagnósticos que constituem-se
de ferramentas utilizadas para
medir e entender essa cultura.
Por meio da avaliação dos
esforços exigido para mudar de
cultura “atual” para “ideal”,
essas ferramentas permitem aos
agentes de mudança identificar
fontes de apoio e resistência e
assim, elaborar estratégias para
fechar as lacunas existentes.
As Técnicas de Investigação
derivam das propostas
teórico-metodológicas
selecionadas. Na ênfase
quantitativa utiliza-se
levantamento de opinião, através
de questionários, escalas,
entrevistas, etc. Na ênfase
qualitativa utilizam-se dados
secundários da própria
organização (documentos,
relatórios, manuais de pessoal,
organogramas, jornais, etc.).
Eventos e processos bases da
pesquisa: a) Histórico da
Organização, b) Os incidentes
críticos por que passou a
organização, c) O Processo de
Socialização de Novos Membros
(os rituais de inclusão), d) As
Políticas de Recursos Humanos,
e) O Processo de Comunicação, f)
A Organização do Processo de
Trabalho e também das
perspectivas da cultura
organizacional:
• Realização (individual ou
coletivo): recompensa,
responsabilidade, trabalho,
balanço profissional – pessoal.
• Poder (concentrado ou
compartilhado): comunicação,
conflito, decisões, status.
• Iniciativas (conservadora ou
inovadora): ação, visão de
tempo.
• Ambiente (resultados ou
processos): clima (grau de
satisfação), ritmo.
• Risco (evitado ou encorajado):
decisões, inovação, tradição
Aprendizagem Organizacional (AO)
Origem no termo francês
apprentissage (1395) 'ação de
aprender um ofício ou
profissão', do fr.ant. aprentis
'aprendiz' + -age, (Houaiss).
Probst e Buchel (1997) nos dão
uma completa definição do
conceito do tema afirmando que:
“Aprendizagem Organizacional é o
processo de mudança da base de
valores e dos conhecimentos da
organização, levando à um
incremento da habilidade na
resolução de problemas e na
capacidade de ação frente às
demandas do meio ambiente”,
esgotando qualquer dúvida sobre
seu escopo.
Dahlman (2002) conceitua como
sendo (AO) “aquela que estimula
suas organizações e pessoas a
adquirirem, criarem,
disseminarem e usarem o
conhecimento de modo mais
eficiente”.
O corpo do conhecimento
necessário à sobrevivência das
espécies e grupos organizados
traduz-se pelas competências no
enfrentamento à diversidade e
mudanças ambientais e redundam
na sobrevivência e
sustentabilidade dos mesmos,
sendo a aprendizagem o único
meio de conseguir tal corpo.
Penso que a dimensão exata das
exigências na promoção da AO foi
dada por Peter Senge em “A
Quinta Disciplina” enfocando os
cinco vetores essenciais que dão
ganhos (diria até saltos) no
desempenho organizacional, a
saber:
1. Visão compartilhada - na
criação de compromissos,
envolvimento,
2. Aprendizagem em grupo - na
geração do senso de unidade,
3. Pensamento sistêmico - na
infusão da visão holística,
4. Domínio pessoal - no
auto-conhecimento e prontidão
para a mudança,
5. Modelos mentais – na quebra
de paradigmas de resistência ao
novo.
A implementação do processo de
AO impõem precações delicadas,
visto ser um plano de medidas
sem orientações voltadas à
ganhos imediatos, podendo
naturalmente, ser relegado a
prioridades baixas no rol dos
investimentos e esforços da
empresa uma vez que seu alcance
é de médio e longo prazos.
Inúmeros são as oportunidades
que ensejam a adoção de um
programa de AO, sendo as mais
manifestas:
1. Implementação do planejamento
estratégico,
2. Instrumentalizacão do sistema
técnico da empresa,
3. Internalização de
tecnologias,
4. Programas de melhoria
contínua (metodologias)
5. Estruturação organizacional,
6. Aquisições e fusões.
esforços nos quais, a empresa
necessita de senso de urgência,
sintonia e sincronia das áreas
envolvidas e sinergia na
obtenção de ganhos adicionais, e
isto só consegue-se com
envolvimento, entendimento e
comprometimento de todos na
organização.
Conclusão
Não era pretensão do artigo, uma
planificação do processo de
Aprendizagem Organizacional e
sim, discutir aspectos de sua
importância e oportunidades que
sugerem a adoção, até porque há
que se passar por um estágio de
diagnóstico da cultura para
identificação dos principais
aspectos impeditivos dada as
dificuldades e necessidades
pertinentes ao processos a ser
implementado.
Só após a detecção dos pontos
frágeis (weaknesses) é elaborado
o plano de aprendizagem com
medidas corretivas ou
estruturadoras para suprir as
deficiências que venha a
prejudicar o intento.
A AO difere de um programa de
treinamento, sendo algo maior,
voltado às mudanças culturais da
empresa e do indivíduo,
transformando valores, crenças,
normas, paradigmas, modelos
mentais e todo o mais que sejam
obstáculo para o afloramento de
competências individuais e
corporativas. Imprescindível é,
um vigoroso apadrinhamento por
alguém com poder na organização.
A equipe de treinamento interna
ou externa (consultoria)
funcionam sim, como
facilitadores, promotores e
planejadores do processo.
Wagner Herrera é Graduado em
Ciência da Computação e
Engenharia de Producao na
Universidade Mackenzie (SP) e
pós-graduação em Administração
Estratégica no IESC- Instituto
de Ensino Superior Camões
(Ctba-PR)