Arquitetura da Marca
Por Nori Lucio Jr.
08/10/2007
A arquitetura da marca por
definição é um tratado que
determina a sinergia ou
relacionamento entre as ofertas
de produtos e serviços da
empresa perante seus clientes,
parceiros e fornecedores. O
resultado desta sinergia ou
relacionamento personifica a
marca, determinando sua imagem
que deve representar a sua
identidade com consistência.
A arquitetura da marca é um
documento dinâmico que deve ser
adaptado conforme os ciclos
naturais que determinam o
amadurecimento da indústria.
Isso não significa, de maneira
nenhuma, que a empresa deva
mudar a identidade, mas sim
cuidar da imagem investindo em
competências que auxiliem em uma
adaptação rápida e suave às
novas condições do ambiente.
Os movimentos mercadológicos
naturais determinam os ciclos
que não podem ser evitados nem
negligenciados. Podem ser de
natureza interna ou externa ao
ecossistema e na maioria das
vezes são caracterizados por
variáveis incontroláveis, como:
Flutuação no câmbio é um fator
externo que compromete o preço
de produtos importados,
aumentando o contrabando e
pirataria.
A comoditização dos produtos
compromete rentabilidade, já que
neste estágio a decisão de
compra é feita simplesmente pelo
menor preço.
Mudanças no comportamento de
compra dos consumidores, fazem
com que jovens de hoje, fiquem
mais confinados a condomínios
fechados com segurança, passam
mais tempo no computador e vídeo
game.
A população do Brasil está
envelhecendo.
Como todo tratado, a arquitetura
da marca definida para a empresa
é um conjunto de direcionamentos
e regras que devem ser seguidas
com rigor e disciplina, já que
objetivos da empresa, seu modelo
de negócio e estratégias serão
delimitados por este documento.
Governança corporativa, não
importando o tamanho da empresa,
é fundamental na manutenção do
foco que sempre deve estar
embasado por estratégias sólidas
e compreensivas.
O sucesso da empresa depende da
combinação de 3 elementos:
VISÃO, PAIXÃO e DISCIPLINA.
A “visão” e “paixão” normalmente
estão atribuídas às
características de seus
fundadores que não
necessariamente tem disciplina
na execução. A própria cultura
brasileira, mais informal,
emocional, o tal “jeitinho
brasileiro”, compromete a
integração entre estes 3
fatores. Não é difícil observar
empresas apaixonantes que não
dão certo, pois perdem espaço no
mercado para empresas com
produtos ou serviços taxados de
ordinários, porém ganham a
credibilidade pela tão almejada
previsibilidade na operação.
“Produtos aparecem e desaparecem
respeitando seus ciclos de
maturidade, a marca fica.“
Os benefícios do equilíbrio
entre “Visão”, “‘Paixão” e
“Disciplina” é quase uma receita
de sucesso imbatível.
Criam COERÊNCIA e CONSISTÊNCIA
nas atividades de marketing e
vendas, balanceando de forma
integrada investimentos em:
Construção contínua da marca
Geração de demanda
Desenvolvimento de canal de
vendas
O resultado se reflete
imediatamente nas vendas e na
transformação do conhecimento da
marca, “equity”, em valor. Nesta
hora a marca fala, tem voz
própria e o mercado ouve e reage
na forma de compra.
“Investir qualquer montante sem
encontrar a ‘VOZ’ da empresa é
literalmente jogar dinheiro no
lixo. Diferente do que muita
gente possa pensar encontrar a
voz da empresa é uma tarefa
fácil.”
No entanto a não observação
deste tópico resulta no primeiro
grande erro de gestores de
marketing e vendas quando
investem, de forma precipitada,
em programas de marketing em
busca do tão sonhado milagre nas
vendas.
Nori Lucio Jr. é fundador da
brandMe, consultoria
especializada em planejamento
estratégico. - 20 anos de
experiência na indústria de
tecnologia, com passagens pela
gerência de marketing e
comunicação na Intel® e
Microsoft®. Formado em
marketing, com especializações
no Brasil e exterior, respondeu
pelo desenvolvimento de vários
projetos relacionados a
construção de marca, marketing &
comunicação e desenvolvimento de
canais de venda no Brasil,
América Latina e Estados Unidos.