Árvore das Competências do
Trabalho em Equipe
Por Maria Rita Gramigna
29/03/2007
A divulgação de perfis profissionais em diversas áreas de negócio e em empresas cuja atividade fim se diferem umas das outras, geram verdadeiro pânico ou desânimo quando o leque de exigências apontadas é oferecido sem um direcionamento específico.
A árvore das competências profissionais, tema central deste texto, é uma ferramenta que possibilita traçar planos de auto-desenvolvimento, com base nas competências essenciais.
As pessoas poderão se valer da árvore para mapear seu campo de domínio de competências e planejar metas a médio prazo.
Das diversas definições, adotamos a de Claude Lévy-Leboyer, que permite ao profissional compreender o atual enfoque de competências:
“Conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que algumas pessoas, equipes ou organizações dominam melhor do que outras, o que as faz se destacar em determinados contextos.”
COMO USAR A ÁRVORE DAS COMPETÊNCIAS?
Dr. Helbert Kellner, detentor da metodologia STAR de avaliação em vendas, usa a metáfora da árvore para indicar os três indicadores de uma competência.
INDICADORES DE COMPETÊNCIA
COPA: representa as habilidades adquiridas e disponíveis para a realização do trabalho. |
TRONCO: representa os diversos conhecimentos e informações acumulados ao longo da carreira. |
RAIZ: representa o conjunto de atitudes e comportamentos que a pessoa mobiliza quando necessita colocar em prática uma competência. |
Para traçar uma árvore, é necessário compreender cada um dos componentes de uma competência, a saber:
1. AS ATITUDES:
Um dos indicadores de impacto e que dá distinção aos profissionais de vanguarda é o conjunto de atitudes agregadas à sua ação cotidiana.
Quanto mais adequado ao contexto, maior o seu nível de influência no ambiente de trabalho.
As atitudes determinam o nível de confiança entre as pessoas, o clima de trabalho, o grau de comprometimento com objetivos e metas organizacionais e, consequentemente, resultados maximizados.
Assim como na árvore, as atitudes são o fruto estória de cada pessoa: se for bem cuidada e cultivada em sua trajetória de vida, terá raízes fortes que sustentarão o tronco, favorecerão a formação de copas produtivas e a coleta de bons frutos.
Caso contrário, a árvore precisará de âncoras e auxílio para sua sustentação e permanência.
Hoje, mais do que nunca, as empresas vêm reforçando a idéia de mudanças comportamentais em seu staff
Vejamos algumas atitudes, reflexos de nossos valores e crenças, que fazem a diferença na ação gerencial:
· Sensibilidade interpessoal (qualidade nos contatos com pares, clientes e fornecedores internos e externos).
· Energia e Iniciativa para resolver problemas.
· Disponibilidade para ouvir.
· Disponibilidade para receber feedback (de pares, liderados e líderes).
· Interesse e curiosidade.
· Tenacidade, persistência.
· Flexibilidade, adaptabilidade: demonstração de atitude aberta e receptiva a inovações
· Postura positiva que demonstre dinamismo.
· Integridade e bom senso no trato com as pessoas.
· Partilhamento do sucesso com a equipe de trabalho, com reconhecimento público das contribuições.
· Senso de honestidade e ética nos negócios.
· Compromisso com resultados.
· Senso de orientação para metas.
· Auto motivação e auto controle.
· Busca permanente de desenvolvimento.
O CONHECIMENTO:
Cada posto de trabalho exige conhecimentos específicos e conhecimentos essenciais.
Os processos de decisão, planejamento e organização, comunicação, controle de resultados, negociação e administração de conflitos, dentre outros, são afetados pelo nível de conhecimentos essenciais - aqueles que fazem parte do rol que todo profissional deve saber para ocupar seu posto.
O domínio de procedimentos, conceitos, fatos e informações relevantes interfere diretamente na qualidade desses processos.
O conhecimento é um indicador de competências que ajuda a lidar com o paradoxo da fortaleza e da flexibilidade. Quanto mais conhecimento colocamos em nossa bagagem, mais nos tornamos fortes e nos permitimos ser flexíveis para enfrentar as mudanças e rupturas que surgem em micro intervalos nunca antes pensados.
Quem de nós pensou há quinze anos, que um profissional precisaria dominar mais uma ou duas línguas para sobreviver em seu posto? São as exigências dos novos tempos!
Mc Cauley, em 1989, já havia elencado o “aprender depressa”, como uma das dezesseis competências referenciais de liderança.
O tempo não para... Agir como um sensor, antenar-se, procurar ver além das fronteiras e muros, perceber em seu contexto as novas demandas do mercado e buscar as fontes de pesquisa, são comportamentos que tornam a caminhada profissional mais divertida e rica.
Quem sabe faz a hora e não espera acontecer!
AS HABILIDADES:
Usar o conhecimento de forma adequada é o que chamamos de “habilidade”. Algumas pessoas, acumulam um baú de informações teóricas e têm dificuldade de abrí-lo para uso. Com o tempo, o baú é esquecido e ninguém se beneficiou de seu conteúdo.
As habilidades precisam ser demonstradas na prática. O profissional, além de ser bom, precisa demonstrar que suas competências através de ações.
De nada adianta colecionar cursos, leituras e informações em geral, se estas não são úteis e trazem algum benefício para a coletividade na qual o profissional está inserido.
Pragmatismo já!
ÁRVORE DAS COMPETÊNCIAS PASSO A PASSO - DICAS:
1. Pergunte-se e pergunte aos outros: que atitudes são exigidas em minha atual função?
2. Faça o rol de atitudes desejáveis.
3. Crie uma forma de auto-avaliação e peça feedback aos pares e pessoas que ocupam postos abaixo e acima de você.
4. Antene-se: que conhecimentos você domina e quais aqueles que deve agregar? Aja e corra atrás do tempo! Lembre-se: para subir a montanha, temos que iniciar pela base. Vale o primeiro passo.
5. Pergunte-se o que você sabe fazer bem em seu trabalho e faça sua avaliação de habilidades.
6. Procure saber com seus pares, liderados e líderes como o enxergam.
7. Compare os resultados, levando em consideração que aquilo que você sabe, mas os outros não sabem que você sabe, merece um tratamento de marketing.
8. Faça seu rol de metas definindo as habilidades que você quer desenvolver ou demonstrar nos próximos meses.
9. Defina uma forma de avaliar seus progressos.
10. Peça feedback sobre seu desempenho.
Maria Rita
Gramigna é
Mestre em
Criatividade
Total Aplicada
pela
Universidade de
Santiago de
Compostela
(Espanha).
Graduada em
Pedagogia pela
Universidade
Federal de Minas
Gerais e
pós-graduada em
Administração de
Recursos Humanos
pela UNA – União
de Negócios e
Administração
(MG). Atua no
Mapeamento de
Competências,
contatos
estratégicos com
clientes,
capacitação
gerencial e
treinamento da
equipe de
consultores da
MRG Consultoria
e Treinamento
Empresarial.