Atendimento Padrão UAU
Por Ademir Simão
24/01/2008
Li recentemente um artigo de Tom
Peters sobre projetos UAU que me
fez refletir sobre o que
efetivamente precisamos fazer
para nos tornarmos pessoas e
consumidores felizes. Estraguei
tudo me referindo ao termo
consumidor? Você vai me
entender! O padrão UAU é o que
eu chamo de surpreender,
encantar, deixar você de queixo
caído. UAU foi demais! UAU,
jamais esperei ser atendido
assim; UAU, jamais esperava um
gesto desta magnitude, UAU,
vocês entregaram um projeto de
excelente qualidade e antes do
prazo acordado. UAU, você fez
algo que não era de sua área de
atuação, mas que ajudou
definitivamente na fidelização
daquele cliente; UAU, você
realmente se importa comigo.
Explicado o padrão UAU, responda
sem titubear: quantas vezes você
foi surpreendido ou surpreendeu
alguém com o padrão UAU nos
últimos seis meses? Difícil né?
Porque é tão difícil fazer de um
gesto, de uma atitude positiva,
uma marca na consciência
desprovida de boas ações dos
consumidores? Lembre-se que a
memória de quem é agredido
levianamente, é indelével!
Estamos na era da sagacidade, em
que as pessoas mais antenadas,
mais empáticas levam vantagem no
concorrido mercado da conquista
e manutenção de clientes e
amigos.
Todos indistintamente podem ser
ou fazer parte de um projeto
UAU? Diria que sim e não. Minha
resposta foi incongruente? Vamos
lá! Qualquer oferta de serviço é
uma experiência, correto? O que
nos faz proporcionar boas
experiências aos outros? Além da
educação! Motivação seguida de
uma boa dose de exemplos
positivos de quem lidera.
Vislumbro o dia em que o mundo
corporativo dizime as
hierarquias, que cada pessoa
seja um verdadeiro EU S/A.,
sendo um genuíno fornecedor e
fortalecedor de negócios, sem as
barreiras protecionista
denominadas departamentos
entrincheiradas por baias (que
nome horrível, mas é o que mais
ouço. Significado no Aurélio:
Compartimento ou espaço ao qual
se recolhe o animal, nas
cavalariças e estábulos; boxe).
Nas lojas de móveis de
escritório impingem algo menos
agressivo: estações de trabalho,
plataforma de trabalho. Mas é
isto, as empresas estão
obliterando sua razão de ser,
através de uma hemorragia
organizacional que dificilmente
são estancadas rapidamente.
Quando se dão conta, um membro é
amputado, ou quando um aneurisma
estoura extirpando as chances de
continuidade de uma história. As
empresas ficaram tão dependentes
dos sistemas computacionais que
eles comandam as ações e não ao
contrário. Não são os sistemas
que vivem em função da empresa e
sim ao contrário, criando
gigantescos imbróglios que na
maioria das vezes são usados
para servirem de desculpas para
os funcionários de “baia”. É
mais fácil. E isto não é de
hoje. Quando trabalhava em um
Banco na informatização de seus
sistemas (faz tempo!), estava eu
em Rondonópolis, o sistema mal
foi implantando e os
funcionários já davam desculpas
do tipo: Foi o sistema!
(lançamento errado). Certa vez
uma senhora queria falar com
este tal sistema... O que mudou
de lá para cá?
E quanto a resposta à
incongruência cometida alguns
parágrafos acima: É tão simples
quanto. A mudança de cultura não
deve ocorrer hoje; deve começar
agora, neste exato momento.
Portanto é uma questão de
atitude. Demita aqueles que não
querem fazer parte da renovação.
Não admita nada menos do que
excelência. Brigue pelo sucesso
e não pela satisfação de seus
clientes. Livre-se das
babaquices departamentais; crie
equipes transfuncionais; derrube
os muros impenetráveis e tenha
processos transparentes e
objetivos. Diga não a
burocracia, que já criou camadas
isolantes que abafam a
competência de profissionais
escondidos sobre os calabouços
sistêmicos.
Enfim, dê alma à sua empresa. Dê
liberdade à criatividade de seus
funcionários. Reveja seus
processos. Não contrate tipos
competitivos, prefira os
comunicativos. Não venda
produtos, venda experiências.
Não entregue o que o cliente
comprou e pagou, entregue
encantamento e surpresas
agradáveis. Deixe seu cliente
embasbacado, para isto não
venda, simplesmente o seduza.
É incompreensível ainda hoje,
áreas sendo inchadas por
gerentes de nível médio em busca
de poder (como se o poder fosse
composto pela quantidade de
funcionários sobre um arcano
aprisionamento intelectual,
tornando mais lenta ainda as
manobras estratégicas de uma
organização) em detrimento dos
projetos UAU.
Empresas, exijam projetos UAU.
Colaboradores, façam acontecer
projetos UAU.
Sucesso a todos!
Ademir Simão é Diretor de Novos
Negócios da Agência Blockworks
Brazil