Auto-Desenvolvimento e
Competências
QUEM É RESPONSÁVEL PELO SEU
DESENVOLVIMENTO PROFISSIONAL?
Por Maria Rita Gramigna
21/08/2007
“Ultimamente não tenho participado de treinamento. Minha empresa está em época de redução de custos!”
“O número de cursos oferecidos por minha empresa vem diminuindo a cada dia!”
“A empresa exige desenvolvimento, mas não oferece treinamento!”
“Solicitei autorização para participar de um congresso e a direção não aprovou”.
Estas são algumas afirmações que tenho ouvido regularmente dos profissionais com os quais tenho contato.
Indicam uma tendência irreversível: o desenvolvimento das pessoas, antes financiado pela empresa em todo o seu processo, passa a ser compartilhamento entre as partes.
No entanto, faz-se necessário alertar para alguns pontos importantes nessa nova ordem.
Hoje em dia todas as ações de treinamento e desenvolvimento de pessoal estão atreladas aos objetivos organizacionais, obedecem a diretrizes estratégicas e deixam claros os resultados a alcançar.
Esta mudança de paradigma implica em uma nova postura pessoal frente ao desenvolvimento profissional. Exige o investimento próprio na ampliação e no domínio de novas competências.
Uma das iniciativas apropriadas para o momento diz respeito à definição de indicadores de desempenho desejado.
Se por um lado exige-se do profissional o investimento em si mesmo, é de responsabilidades dos seus gerentes negociar e definir padrões de desempenho, divulgar os perfis de competências necessários para a obtenção de resultados e apontar indicadores que possam nortear os investimentos das pessoas.
INDICADORES DE DESEMPENHO
A diferença entre o desempenho real e o desempenho esperado é o ponto de partida para as decisões pessoais de auto-desenvolvimento e para os planos de treinamento empresarial.
A forma de verificação do “gap” é feita, geralmente através do feedback, avaliações formais ou informais.
Para que o resultado da avaliação seja passível de realinhamento, é necessário estabelecer indicadores de desempenho para cada empreendimento ou projeto.
ALGUNS INDICADORES DE DESEMPENHO |
Receita ou lucro |
Satisfação do cliente |
Cumprimento de prazos |
Qualidade final do produto/serviço |
Resultados esperados X resultados obtidos |
Se um empreendimento tem como meta ampliar a receita, deve indicar percentuais ou valores, a exemplo: “através do novo sistema de abordagem ao cliente, a meta de cada vendedor é ampliar em 5% o volume de vendas”.
O indicador receita, deixa claro qual o desempenho esperado em percentuais.
Aqueles que ficarem aquém do esperado, precisam rever suas competências e identificar aquelas que estão interferindo de forma restritiva em seus desempenhos.
PERFIS DE COMPETÊNCIAS
Um novo caminho se apresenta para as empresas, no que se refere ao desempenho das pessoas: a definição e informação dos perfis de competência exigidos para as diversas unidades de negócio.
É importante compreender que para cada grupo de funções, o nível de exigências relacionado às competências é variado. Para um gerente, por exemplo, a competência liderança é muito mais evidenciada do que para o técnico.
Com a expansão do modelo participativo de gestão é imprescindível a divulgação destes perfis para toda a organização.
Um exemplo:
PERFIL DE COMPETÊNCIAS ESSENCIAIS
FUNÇÃO GERENCIAL
COMPETÊNCIA |
PESO(*) |
1. VISÃO SISTÊMICA |
3 |
2. TOMADA DE DECISÃO |
3 |
3. RELACIONAMENTO INTERPESSOAL |
3 |
4. LIDERANÇA |
3 |
5. NEGOCIAÇÃO |
3 |
6. PLANEJAMENTO |
3 |
7. COMUNICAÇÃO |
2 |
8. CAPACIDADE EMPREENDEDORA |
2 |
9. CRIATIVIDADE |
1 |
(*) indicam o nível de exigência para o cargo.
Para melhor orientar o profissional em seu desenvolvimento, cada competência deve ser desbobrada em:
§ Atitudes esperadas
§ Habilidades exigidas
§ Conhecimentos necessários
Um exemplo de desdobramento de competências:
COMPETÊNCIA LIDERANÇA: capacidade de reunir pessoas em torno de projetos, metas, objetivos e processos de trabalho, obtendo resultados significativos, motivação do grupo e clima de trabalho favorável..
ATITUDES ESPERADAS |
HABILIDADES EXIGIDAS |
CONHECIMENTOS BÁSICOS |
§ Empatia § Motivação pessoal § Iniciativa § Respeito às diferenças individuais § Disponibilidade para ensinar e manter a equipe informada § Respeito às pessoas |
§ Capacidade para energizar grupos § Facilidade para identificar talentos § Uso da delegação de forma assertiva § Capacidade para orientar e treinar pessoas § Facilidade para estabelecer parcerias |
§ Auto conhecimento § Práticas de gerenciamento e liderança § Dinâmica dos grupos § Modelos de liderança |
A partir do exemplo acima, qualquer grupo de profissionais poderá buscar informações e traçar sua árvore de competências pessoais.
Somente com a sinalização de
indicadores de desempenho
esperado poderá iniciar sua
jornada para o
auto-desenvolvimento.
Maria Rita Gramigna é Mestre em
Criatividade Total Aplicada pela
Universidade de Santiago de
Compostela (Espanha). Graduada
em Pedagogia pela Universidade
Federal de Minas Gerais e
pós-graduada em Administração de
Recursos Humanos pela UNA –
União de Negócios e
Administração (MG). Atua no
Mapeamento de Competências,
contatos estratégicos com
clientes, capacitação gerencial
e treinamento da equipe de
consultores da MRG Consultoria e
Treinamento Empresarial.