Benchmarking - Tipos
16/05/2007
Inicialmente, é nos EUA que o
benchmarking ganha expressão,
individualidade e notoriedade,
atribuindo-se à Rank Xerox
Corporation o pioneirismo na
introdução da prática de
benchmarking. A Xerox utilizou
formalmente esta ferramenta no
final dos anos 70 para perceber
e ultrapassar as suas
desvantagens competitivas.
Posteriormente, outras
organizações destacaram-se ao
aplicar com sucesso o
benchmarking, entre as quais:
Ford Motor Company, Alcoa,
Millken, AT&T, IBM, Johnson &
Johnson, Kodak, Motorola e Texas
Instruments, tornando-se quase
obrigatório para qualquer
organização que deseje melhorar
os seus produtos, serviços,
processos e resultados.
Robert Camp, precursor do
moderno conceito de
benchmarking, introduziu as
primeiras definições formais no
glossário da gestão
contemporânea e realçou alguns
dos aspectos que fazem parte da
definição:
Processo Contínuo
Na procura da excelência, deve
assumir-se como um processo
dinâmico para fixar objetivos,
constituindo-se como um fator
motivador de melhoria contínua.
Avaliação de Desempenho
Pressupondo avaliação e tendo
implícita a análise comparada e
relacionada de práticas e
resultados, as diferenças de
desempenho proporcionam a
percepção das oportunidades de
mudança e melhoria.
Produtos, Serviços e Práticas
O objeto e âmbito de
benchmarking podem ir desde os
produtos aos processos de
negócio (e, em particular, das
suas práticas e métodos).
Empresas reconhecidas como
líderes
Não procura apenas uma prática
melhorada, antes assume a
excelência como paradigma e como
requisito para assegurar
vantagens competitivas.
Deste modo, a prática do
benchmarking consiste na
pesquisa dos melhores métodos
utilizados nos diferentes
processos de negócio e funções
empresariais, com especial
ênfase naqueles cujo impacto, no
desempenho, permite assegurar e
sustentar vantagens
competitivas, exigindo, por
isso, uma atitude pró-ativa, uma
abordagem sistemática e
estruturada, e um processo
contínuo e dinâmico de mudança e
melhoria, através do domínio,
adaptação e incorporação de
melhores práticas.
O processo de benchmarking
começa dentro da empresa: a
análise introspectiva permite o
conhecimento das suas próprias
práticas antes de apreciar a
forma como os outros trabalham.
A percepção e domínio dos
processos internos é uma
condição de base para beneficiar
da aprendizagem com outras
empresas, em particular das
práticas que sustentam os seus
níveis de performance.
O processo fica completo com a
interiorização das melhores
práticas em processos-chave e
sua adaptação às especificidades
da empresa. A avaliação do
impacto das melhorias
introduzidas no desempenho é o
primeiro passo para o início de
um novo ciclo, rumo à
excelência.
A metodologia de abordagem ao
benchmarking é um modelo em
ciclo fechado, reconhecido como
prática de excelência e que tem
como principais fases:
Planejar: Desenhar e conceber o
projeto em torno dos fatores
críticos de sucesso
Explorar: Identificar as
melhores práticas e adquirir
dados
Analisar: Comparar o desempenho
e identificar áreas de melhoria
Adaptar: Implementar as melhores
práticas e monitorizar os
progressos.
Na sua essência, o benchmarking
pretende garantir que os
objectivos são definidos a
partir das (melhores) práticas
empresariais que sustentam
desempenhos de excelência. De
facto, a avaliação dos
resultados permite evidenciar a
eficácia dos métodos, mas o
benchmarking deve preocupar-se
com a investigação destes
últimos, e sobretudo da forma
como contribuem para as
performances competitivas.
O processo de benchmarking,
envolvendo a investigação dos
processos e a avaliação
comparada de desempenho, deve
ser abrangente de:
Práticas, definidas como a arte
e os métodos em uso;
Resultados, que são os
objectivos veiculados por
indicadores de desempenho
(efeito quantificado das
práticas).
Os resultados traduzidos em
indicadores (e.g. rentabilidade,
produtividade, quota de
mercado), representam o
objectivo último na prossecução
de vantagens competitivas e
devem retratar a estratégia da
empresa.
Desta forma, o processo de
benchmarking conduz a dois tipos
de resultados (Watson, 1995)
os benchmarks
- medidas de referência para o
desempenho comparativo, e que,
em última análise, devem
permitir a articulação entre a
estratégia e da acção;
as melhores práticas (enablers)
- métodos ou práticas de
excelência que sustentam
desempenhos superiores.
Em termos simples, pode dizer-se
que as melhores práticas são o
“como” do benchmarking,
comparadas com “o quê” que é o
benchmark propriamente dito.
Contudo, no benchmarking a
avaliação e comparação não
representam um fim em si, mas um
meio para apoiar o processo de
melhoria; constituindo-se como
uma forma de aprendizagem, dado
que a procura de melhores
práticas implica uma análise
cuidada das diversas formas de
implementação dos processos, das
metodologias de trabalho e dos
diferentes arranjos
organizacionais. O exercício
termina com a análise de
resultados, a definição de
recomendações e a sua
implementação.
Saliente-se, ainda, a ética
associada ao processo de
benchmarking, com as atuais
práticas de benchmarking a
regerem-se por princípios
próprios, resumidos num código
de conduta, onde a reciprocidade
na partilha e no uso da
informação, a confidencialidade
e o respeito pela
individualidade dos parceiros se
assumem como preceitos
invioláveis.
Fonte: Instituto de Apoio às
Pequenas e Médias Empresas e ao
Investimento, IAPMEI de Portugal