Brainstorming – Como atuar numa
sessão
Por Gisela Kassoy
20/10/2007
A convocação já foi feita. Está
chegando a data na qual você
terá que dar idéias, muitas
idéias. O que fazer se você não
tiver idéia nenhuma? E quando
disserem para falar qualquer
coisa, como lidar com o receio
de parecer ridículo?
A inovação está sendo cada vez
mais solicitada às empresas e
você sabe que sua capacidade de
apresentar, aceitar e
aperfeiçoar idéias será cada vez
mais valorizada.
Mas é possível que você não se
sinta muito à vontade com o
brainstorming, ou que não
acredite nele ou na sua
capacidade de gerar idéias.
Como garantir um bom desempenho?
Em primeiro lugar, é preciso
entender os princípios do
brainstorming: ele possui duas
etapas - a divergente, na qual a
proposta é ter muitas idéias e a
convergente, na qual as idéias
são selecionadas, agrupadas e
avaliadas. A etapa convergente
não é muito diferente do que
fazemos no nosso cotidiano:
somos todos experts em fazer
julgamentos, aprovar, vetar...
Já a etapa divergente pode
parecer mais difícil: ela exige
ousadia, capacidade de combinar
idéias e até um certo esforço
mental para conseguirmos
direcionar o pensamento para
além do trivial.
Você já pode ter ouvido falar
das regras do jogo - “adiar o
julgamento, visar a quantidade,
pegar carona nas idéias alheias,
combinar e aperfeiçoar...”. Mas
para que tudo isso? A tradução
para o português de
brainstorming é tempestade
cerebral. Ele se beneficia do
fenômeno mental do
direcionamento, ou seja, quando
focamos a mente para pensar num
determinado sentido,
potencializamos nossa capacidade
de pensar desta forma. Por
exemplo, quanto mais observamos
detalhes, maior a nossa
capacidade de perceber detalhes.
Da mesma forma, quanto mais
idéias temos, maior a nossa
capacidade de ter idéias
É por isso que, nessa fase, não
importa se as idéias são boas ou
não, o que importa é o fluxo.
Além disso, as idéias ditas
malucas são justamente aquelas
que têm mais potencial para se
transformar em idéias originais
e válidas, desde que bem
trabalhadas na fase posterior.
O brainstorming é de fato uma
ocasião especial: normalmente
valoriza-se o bom senso, os
acertos, as boas argumentações.
No brainstorming, o que importa
é a ousadia, a disposição para
colaborar, as elucubrações.
É possível se preparar para um
brainstorming? Claro.
O primeiro passo é não se
angustiar, evitar pensar que não
terá idéias ou que suas idéias
serão vetadas. O negativismo é
um dos maiores inimigos da
criatividade. Quanto mais você
se preocupa ou se deprime, menor
a sua possibilidade de
contribuir.
Por outro lado, ajuda saber de
antemão para quais áreas ou
situações você deverá dar
idéias. Apenas devido ao fato de
conhecer o tema do
brainstorming, sua mente já
estará se preparando.
Mais ainda, você pode programar
sua mente para ter idéias. Isso
mesmo. Há pessoas que não usam
despertador, apenas programam
suas mentes para acordar num
determinado horário e conseguem
. Da mesma forma, você pode
programar seu inconsciente para
antes da reunião gerar, por
exemplo, 3 alternativas para
determinada questão. Nem se
preocupe se as idéias não
surgirem, seu inconsciente já
está trabalhando. Esta técnica
se chama Incubação Programada e
funciona, para quem confia nela.
Como sua mente já está
trabalhando, você poderá ter
idéias a qualquer momento: no
banho, no sono, praticando
esportes ou mesmo durante a
execução de outras tarefas.
Anote essas idéias pois elas são
muito voláteis. E quanto mais
anotar, mais idéias terá.
Além disso, se tiver tempo, vá
soltando a mente. Liste suas
idéias, as boas, as más, as
absurdas, as improváveis. Não as
censure, não as selecione.
Apenas leve-as para a reunião.
Mas, cuidado: apesar de ter
anotado suas idéias, não se
apegue muito a elas, nem fique
se preparando para defendê-las.
Se você estiver muito apaixonado
por sua idéia, dificilmente terá
outras, e tenderá a não aprovar
outras sugestões ou modificações
à sua idéia inicial.
Não se esqueça de estar aberto
para as táticas do facilitador:
abandone o espírito crítico,
tanto para as idéias como para o
que ocorrer durante a reunião. O
brainstorming requer humor e
mentes abertas. É
necessariamente uma reunião
diferente das demais.
Assim como nas academias de
ginástica, no brainstorming há
esforço e gratificação. As
sessões são desafiantes, mas
também prazerosas. Vá com o
espírito aberto e vontade de
participar. Você e sua empresa
só têm a ganhar.
Gisela Kassoy - Consultoria em
Criatividade