Cenários
Por Wagner Herrera
22/05/2007
Importante se faz definir o significado do termo para a
Administração Estratégica, posto que ela estrutura a organização
para o futuro e que estratégias são “formas de pensar no futuro,
integrada no processo decisório, com base em um procedimento
formalizado e articulador de resultados” (Mintzberg), emprestando a
conceituação de alguns pensadores:
- Cenários são sondas para o futuro. (Oscar Motomura)
- Cenários são elucubrações de ambientes futuros viáveis.
- Cenário é uma ferramenta para ordenar a percepção sobre
alternativas do ambiente futuro em que as decisões de hoje terão
efeito (Schwartz, 1998).
- Idealização de situações futuras possíveis que não necessariamente
tenham interligação com o presente e o passado. (Oliveira)
- Os cenários são coleções de futuros possíveis para que possamos
estabelecer as fronteiras de nossa incerteza e os limites para
futuros plausíveis Os cenários não são um fim em si mesmos; são uma
ferramenta de gestão para melhorar a qualidade da tomada de
decisões. (Ian Wilson)
O que os cenários não são:
- Predições,
- Projeções (nesta era de mudanças aceleradas é inviável projetar
futuros de médio e logo prazos em bases probabilísticas confiáveis.
Os cenários se apresentam como eficientes instrumentos para o
planejamento estratégico, pois que sem eles fica impossível
vislumbrar um ambiente futuro para a elaboração de estratégias e não
saberíamos com o que se defrontar, posto que “toda ação ou situação
a ser vivida no futuro é precedida de uma expectativa”. (Sérgio
Almeida). Sua importância está em sensibilizar os executivos para
possibilidades que dificilmente perceberiam e reduzir as chances de
surpresas indesejáveis capacitando-os a tomarem melhores decisões.
Segundo Ackoff (1978), a essência da sabedoria empresarial é a
preocupação com o futuro dos negócios. Entender o futuro e
controla-lo é o grande desafio das empresas, principalmente na era
do conhecimento. Quando falamos de futuro, pensamos em cenários.
As abordagens para elaboração de cenários são prospectivas e se
baseiam em aspectos de ordem transacional - as relações de negócios
da empresa e aspectos de ordem conjuntural tendo como
influenciadores o ambiente de inserção - atratividade da indústria
(cinco forças de Porter) e os macro-ambientes nacional e
internacional (governo, político, social, econômico, mercadológico,
tecnológico, demográfico, cultural, ecológico...), devendo-se
construir mais de um cenário para que se tenham visões distintas do
futuro quanto às ameaças e incertezas.
Metodologia da Global Business Network (GBN). (aqui deveria ter um
esquema gráfico da metodologia. Os leitores interessados poderão
solicitar via e-mail o artigo completo)
Um importante benefício dos cenários resulta na criação de
estratégias alternativas como minimizadoras de riscos da estratégia
principal. Os cenários devem ser consistentes e factíveis, (nunca
ilógicos e surrealistas), o que não quer dizer que ocorrerão
exatamente, pois seu principal objetivo dar orientação às
estratégias que promoverão a empresa à uma posição de maior
competitividade ante à concorrência.
Como diz Arie de Geus (Exame, 28.01.98), “não é possível saber e não
importa qual será o futuro. A única pergunta relevante é: o que
faremos se tal coisa acontecer?”.
Wagner Herrera é Graduado em Ciência da Computação e Engenharia de
Producao na Universidade Mackenzie (SP) e pós-graduação em
Administração Estratégica no IESC- Instituto de Ensino Superior
Camões (Ctba-PR)