Como entender Marketing
Por Thiago Cabrino
08/03/2002
Este artigo, tem como principal objetivo, contextualizar os
conceitos que envolvem as bases mercadológicas através de sete
elementos-chave, para que ao final, possamos de forma fundamentada,
definir o que vêm a ser marketing e principalmente para estarmos
capacitados a analisar as estratégias empregadas por inúmeras
organizações e identificar as fortes incidências realizadas junto ao
mercado.
Um primeiro ponto, é analisar as necessidades, desejos e demandas
dos seres humanos. Em toda sua existência, o homem precisa de
diferentes elementos para sobreviver, os quais são desde os mais
vitais até os mais supérfluos, porém, que desenvolvem a necessidade
humana em torno da satisfação básica. Os desejos são carências por
satisfações específicas que atendem às necessidades. Já as demandas,
são desejos por produtos/serviços determinados, respaldados pela
possibilidade de aquisição. Deste modo, os profissionais de
marketing estão a todo momento analisando as vontades humanas,
criando um desejo através de elementos fortes e influenciadores,
para em conseqüência deste trabalho, gerar uma procura em torno
daquilo que foi desenvolvido.
O segundo ponto de análise está voltado ao produto. Este possui
definição, como sendo algo desenvolvido para satisfazer uma
necessidade ou desejo. Este produto pode ser subdividido em três
níveis: bem físico (ex: restaurante: as refeições), serviço (ex.:
restaurante: delivery) e uma idéia (ex.: restaurante: economia de
tempo). Assim, estes três aspectos podem estar presentes em um único
fator comercial, envolvendo o produto em uma fantástica gama de
elementos que podem torná-lo essencial ao consumidor, ou apenas, um
produto de compra sazonal. Por isso, as organizações devem estar
atentas em não só vender o bem físico, mas sim os benefícios
implícitos, que muitas vezes servirão de apoio no momento de decisão
por parte do consumidor. As empresas que não praticam esta
filosofia, podem ser classificadas como organizações que sofrem de
miopia de marketing.
Como a decisão dos consumidores é dada no momento em que estes
deparam-se com os produtos e/ou serviços de sua necessidade, aqueles
que possuírem o maior número de elementos que os beneficiem, é que
levarão a sonhada vantagem competitiva. Deste modo, elementos como
valor, custo e satisfação tornam-se essenciais para qualquer
prática. O valor, é a estimativa de cada produto em satisfazer o seu
conjunto de necessidades. O custo, por sua vez, está envolvido
diretamente com a atmosfera financeira, já que servirá como
influenciador diante da satisfação dos desejos e frente a uma
relação direta de custos/benefício daquilo que está sendo ofertado.
Assim sendo, os consumidores podem obter produtos de quatro maneiras
diferenciadas: autoprodução. coerção, mendicância e troca, sendo
nesta última que o marketing está baseado, pois este surge quando as
pessoas decidem satisfazer suas necessidades através da troca. Este
fator pode ser definido como: “o ato de obter um produto/serviço
desejado de alguém, oferecendo algo em contrapartida”, e para que
ele possa existir, cinco condições básicas devem estar presentes e
atuantes: mínimo de duas pessoas envolvidas, cada parte com algo a
oferecer, capacidade de comunicação e entrega, livre arbitrariedade
em aceitar ou rejeitar a oferta, e por fim, capacidade para se
relacionar com outra pessoa.
Com este último requisito, entramos no quinto elemento, o
relacionamento. Este faz parte de uma idéia mais ampla do marketing,
e merece destaque, pois engloba uma série de fatores. O Marketing de
Relacionamento é a prática da construção de relações satisfatórias
por um longo período entre partes-chave do processo – consumidores,
fornecedores e distribuidores. Com a integração destas partes, é
construída uma outra frente, denominada rede de marketing, que é
formada por todos aqueles que possuem interesse em crescimento e
desenvolvimento, os stakeholders. Este princípio operacional é
simples: toda organização deve instituir uma boa rede de
relacionamento junto aos seus stakeholders-chave e em conseqüência
disso seus lucros serão bastante promissores.
Com todos estes elementos, chegamos ao ponto de analisar o mercado.
Este consiste em todos os consumidores potenciais que compartilham
de uma necessidade ou desejo específico, dispostos e habilitados
para fazer uma troca que satisfaça essa necessidade ou desejo. Com
isso, podemos definir que o tamanho de um mercado para uma
organização, pode ser medido através do número de prospects
existentes, os quais formarão a demanda diante daquilo que está
sendo oferecido.
Devemos observar que este mercado é formado ciclicamente, pois os
consumidores vendem sua força de trabalho em troca de dinheiro para
pagar os bens e serviços que compram. Assim, nota-se que as
economias de cada país consistem em complexos conjuntos de mercados
inter-relacionados e unidos por inúmeros processos de troca, com o
maior variação de clientes/consumidores.
Por fim, este conjunto de clientes pode ser classificado em
consumidores potenciais, ou seja, pessoas que o profissional de
marketing identifica como sendo potencialmente dispostas/habilitadas
a realizar a aquisição de seus bens/serviços através de um processo
de troca.
Todas as organizações praticantes do marketing, estão a todo momento
monitorando o mercado em busca de novas descobertas e nichos que
possibilitem sua expansão e crescimento. Este acompanhamento tem
forte incidência de elementos ambientais, que englobam análises
demográficas, econômicas, político-legais e socioculturais, que
fornecerão elementos de forte incidência no momento de decidir qual
estratégia adotar.
Assim, após entendermos todos os sete conceitos teóricos de
marketing, nos tornamos capacitados para poder definir e entender
exatamente o que vem a ser o marketing em sua essência:
“Marketing é um processo social e gerencial pelo qual indivíduos e
grupos obtêm o que necessitam e desejam através da criação, oferta e
troca de produtos de valor com outros” – Philip Kotler.