25/04/2007
Apesar de a comunicação autêntica ser a que se assenta sobre
um esquema de relações simétricas — numa paridade de
condições entre emissor e receptor, na possibilidade de
ouvir o outro e ser ouvido, como possibilidade mútua de
entender-se —, os meios de comunicação de massa são
veículos, sistemas de comunicação num único sentido (mesmo
que disponham de vários feedbacks, como índices de consumo,
ou de audiência, cartas dos leitores). Esta característica
distingue-os da comunicação pessoal, na qual o comunicador
conta com imediato e contínuo feedback da audiência,
intencional ou não, e leva alguns teóricos da mídia a
afirmar que aquilo que obtemos mediante os meios de
comunicação de massa não é comunicação, pois esta é via de
dois sentidos e, por tanto, tais meios deveriam ser
denominados veículos de massa.
Podendo ter diversas interpretações e significados, se
referindo às mensagens transmitidas para a massa pelos meios
de informação, também através dos indivíduos que englobam
essa comunicação social. Ou seja, um sistema produtivo que
visa gerar e consumir idéias para diversos objetivos e
públicos.
A divulgação em grande escala de mensagens, a rapidez com
que elas são absorvidas, a amplitude que atingem todo tipo
de público, cuja própria sociedade através da Indústria
Cultural criou e se alimenta, gera um enorme interesse e
abre espaço para o estudo de nosso comportamento.
Tipos de meios de Comunicação de Massa
Podemos citar os meios de comunicação de massa mais comuns,
que são: Televisão, Rádio, Jornal, Revistas , Internet,
E-mail.
Todos eles têm como principal função informar, educar e
entreter de diferentes formas, com conteúdos selecionados e
desenvolvidos para seus determinados públicos.
Indústria Cultural e Comunicação de Massa
Não podemos separar a Comunicação da Massa da Indústria
Cultural, já que por sua vez elas são dependentes uma da
outra, pelo fato de existirem diversos meios de comunicação
que são capazes de atingir através de uma mensagem um grande
número de indivíduos. Essa indústria é conseqüência de uma
sociedade industrializada, muitas vezes alienada (veja
alienação), que aceita idéias e mensagens sem um
pré-julgamento, entrando diretamente na “veia” dos
indivíduos não existindo nenhuma barreira, tornando assim
uma sociedade de consumo e global, sem restrições.
Horkheimer, Adorno, Marcuse e outros pesquisadores
frankfurtianos criaram o conceito de "Indústria Cultural"
para definir a conversão da cultura em mercadoria. O
conceito não se refere aos veículos (televisão, jornais,
rádio...), mas ao uso dessas tecnologias por parte da classe
dominante. A produção cultural e intelectual passa a ser
guiada pela possibilidade de consumo mercadológico.
Manipulação através da Comunicação de Massa
Estamos acostumados a receber informações diariamente de
tudo que se passa ao nosso redor e em todo mundo. Assistimos
notícias, anúncios, filmes, detalhes de atores e
celebridades, e assuntos gerais que ocupam o tempo e nos
isolam da realidade. Toda essa comunicação nos impõe um
padrão de vida e felicidade a ser alcançado, com objetivos e
ideais muitas vezes impossíveis para todos, mas diante a
televisão isso se torna possível. Assim os indivíduos
abdicam de sua liberdade pelos meios de comunicação e
deixam-se ser controlados. Os principais responsáveis são, o
governo e classes sócio-econômicas dominantes, tanto
financeiramente como culturalmente, utilizando essas mídias
de modo a manipular a sociedade.
Muitas das correntes analíticas abordam o tema mídia e
ideologia, em especial podemos citar duas – Estudos
Culturais e Economia Política. Os Estudos Culturais,
baseados principalmente em leituras de Gramsci, e a Economia
Política, que enfatiza os determinantes políticos e
econômicos na produção da mídia, apesar de terem
significantes diferenças, percebem ambos a conexão entre os
interesses econômicos e a ideologia expressa. Nos dois
casos, aponta-se que a Mídia serve mais aos “interesses
dominantes que aos socialmente universais” (CURRAN, 1990
p.139 apud GUEDES) .
Estudos Culturais: Raymundo Williams, grande expoente na
abordagem dos Estudos Culturais, traz grande contribuição
para nosso estudo acerca das relações entre ideologia,
cultura e mídia. Como vimos, esta corrente se baseia
principalmente na leitura de Gramsci, que introduz o
conceito de hegemonia (em oposição à visão, considerada por
ele mais simplista, de antagonismo total de Marx). Hegemonia
pode ser entendida como uma constante disputa entre (as
diferentes) classes capitalistas e delas com os
trabalhadores. Neste campo de batalha, são selados pactos
políticos, culturais e econômicos. Para Gramsci, ideologia é
representada como o ‘cimento social’ que gera alianças entre
classes sociais diferentes. De acordo com este autor, nós
podemos julgar se uma ideologia é eficiente se esta é capaz
de se ‘conectar’ ao senso comum das pessoas e mobilizá-las
para mudanças (GRAMSCI apud GUEDES) .
A produção e difusão das tradições e cultura ainda é muito
dependente de instituições como os meios de comunicação de
massa e o sistema escolar. Essa transmissão cultural, por
esses meios, ajudam a formar o citado consenso dominante na
sociedade contemporânea. Por essa razão Williams vê como
essencial analisar as instituições MCM para entender os
proces-sos de formação ideológico-culturais de nossos tempos
(WIILIANS, apud GUEDES).
No entanto, outras escolas admitem que, embora o fator
político-econômico seja sim influente, ele não explica as
diferentes nuanças na diversidade de culturas e pensamentos.
Ele pode sim, se apropriar dessa diversidade e muitas vezes
colocá-la a seu serviço. Citamos o exemplo das camisetas com
estampa do líder revolucionário Che Guevara que hoje é
vendida em shoppingcenters para jovens da elite econômica.
No entanto, essas escolas (como o Centre for Contemporary
Cultural Studies da Universidade de Birmingham) apontam que
este não detém a relação de controle total ou determinante,
mas sim de influência, somando-se a outros fatores (ex:
histórico, étnico, etc.).
Economia Política: Já a Economia Política, centra seus
estudos exatamente nos determinantes econômicos que
interferem na produção cultural e comunicacional. Isso, ao
contrário do que uma primeira análise pode pressupor, não
implica na negação total de uma teoria pela outra, embora
fique claro que esta segunda tenha vindo exatamente em
resposta à primeira aqui abordada. Os teóricos da Economia
Política também são cautelosos com a questão do determinismo
econômico, como expresso por Golding e Murdock ‘nós não
estamos dizendo que as forças econômicas são o único fator a
estruturar a produção cultural, ou que ele seja sempre o
mais significante... Nos não negamos a importância do
controle imposto pelo estado e pela esfera política ou o
significado da inércia exercida pelos códigos culturais
dominantes e tradições. Nem estamos negando a autonomia
relativa da produção pessoal e os pertinentes efeitos das
práticas e ideologias profissionais’ (GOLDING e MURDOCK,
1979, p. 198, apud GUEDES).
Os estudos sobre mídia geralmente iniciam com o exame da
tendência de concentração oligopolística nos meios de
comunicação, formando conglomerados que extravasam os
próprios meios de comunicação (vide o caso Rede Globo). De
acordo com essa teoria, isso faz parte de uma tendência
geral em torno da diversificação, isto é, uma companhia com
interesses em um setor implica que ela adquira interesses em
outros setores relacionados. Para Murdock, dois processos
tem sido importantes na reestruturação do campo de atuação
dos conglomerados: inovação tecnológica e privatização.
A Economia Política recusa o determinismo tecnológico e se
preocupa com as relações sociais e econômicas através das
quais as tecnologias têm se desenvolvido e dentro das quais
se inserido. Embora concordemos com a relação destes com a
evolução tecnológica dos meios de comunicação, também temos
que considerar que esta teoria foi elaborada no final da
década de 70, então muito antes do booms do computador
pessoal, internet, celular e outros, além expressivo
barateamento de outros, como equipamentos de difusão
radiofônica, etc.. Estas inovações tecnológicas têm
demandado da mídia respostas rápidas (e não o inverso), como
serão analisadas em seções subseqüentes. Esta teoria, no
entanto, mostra-se ainda muito atual quando versa a respeito
de outros aspectos importantes, como a questão da
privatização da mídia.
Embora a expressão correta para a legislação brasileira seja
concessão pública a relação das emissoras com o Estado, na
prática estas funcionam autonomamente, e nenhuma ou muito
pouco pressão reguladora sofrem por parte daquele, pelo
contrário, temos presenciado nas últimas décadas o inverso:
forte interferência da mídia em questões com sucessão
presidencial, impeachment, etc.. Dentro de um contexto
“liberalizante”, onde se aumenta a concorrência por
audiência, para garantir o lucro, as concessionárias acabam
por não cumprir o papel a ela requisitado, de quarto poder,
garantidor da democracia, ou o de cumprir suas funções
sociais (educativa, difusora da diversidade cultural,
racial, etc..) (Golding e Murdock, 1979: 198, apud GUEDES).
Esta tendência coloca uma questão-chave para os teóricos da
Economia Política e das teorias sobre os meios de
comunicação em geral: em qual grau um sistema de comunicação
dominado por grandes conglomerados garante a diversidade de
informação e discussão necessária para uma efetiva
cidadania? Além destes fatores que dizem respeito à própria
estruturação da mídia, com destaque para a brasileira,
existem outros fatores que também se fazem essências para
uma relação democrática da mídia com a sociedade, entre eles
a Educomunicação, ou Educação para a Mídia.
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