Consumidor X Compras por Impulso
Por Thiago Cabrino
14/01/2003
Um dos temas mais abordados no varejo moderno é o
comportamento do consumidor no momento da compra.
Inúmeros são os estudos realizados com o objetivo de
levantar o maior número de informações possíveis sobre
os hábitos e costumes de compra.
Assim, apresento neste artigo alguns pontos colhidos de
experiências e diferentes levantamentos, que auxiliaram
nas decisões de estratégias ao ponto-de-venda, bem como
as possíveis alternativas a serem criadas e
desenvolvidas a partir de um cotidiano apresentado em
forma de índices.
Os estudos mais focados procuram definir os
hiper/supermercados como sendo o principal local para
levantamentos desta natureza, pois ali estarão presentes
os mais diversos tipos de consumidores, com diferentes
faixas etárias e rendas familiares. Além das
características dos consumidores, é neste cenário que
está contido uma gama muito grande de marcas e produtos,
divididos em inúmeras seções, com apelos visuais
diversos.
Como é sabido, o comprar por impulso pode possuir base
no pressuposto da racionalidade do consumidor, onde
supõe-se que as pessoas buscam maximizar a satisfação,
condicionada pelas respectivas restrições de renda.
Admite-se também, que ao decidirem a compra, os
consumidores são capazes de realizar comparações, de
forma a obter o melhor resultado possível de cada uma
das diferentes situações apresentadas.
Desta forma, associa-se o consumidor impulsivo ao não
planejamento prévio, ou seja, os consumidores acabam
sendo divididos em dois grupos, onde o primeiro é do
tipo indeciso, que acaba por definir suas compras dentro
do ambiente da loja, que possui inúmeras incidências
influenciadoras de compra, girando em torno de marca e
produtos. O outro grupo, tem sua impulsividade
diretamente relacionada a fatores emocionais.
Em meio a esta situação, aponta-se que os consumidores
em mais de 35% dos casos, acabam comprando mais itens do
que planejavam e mais de 15% acabam por se arrepender de
algumas aquisições realizadas, atribuindo esse
sentimento as compras realizadas pela impulsividade.
Com isso, um dado que vêm a comprovar essa situação é
que apenas 20% dos consumidores costumam preparar uma
lista de compras detalhadas, e que são as mulheres que
mais praticam esse ato, visto que, os homens estão mais
expostos as influências e indecisões no momento da
compra, e portanto, mais suscetíveis a realização das
compras por impulso.
Assim, as mulheres são apontadas como sendo consumidoras
mais atentas e conscientes no ponto-de-venda, pois seus
erros em suas previsões de compra é de pouco mais do que
2%. Porém, sabe-se que pouco mais do que 35% das pessoas
nunca prepararam qualquer tipo de lista de compras
prévia, o que dificulta a não impulsividade, pois
verificou-se que a forma mais eficaz de evitar esse ato,
é a realização de uma lista de compras detalhada.
Um dado importante é que, a experiência no processo de
compra é um estado muito relevante, visto que pessoas
mais habituadas ao ambiente de ponto-de-venda tornam-se
mais resistentes aos estímulos de compra. Outro ponto
que merece destaque, com relação a compulsividade dos
consumidores, é a faixa etária. Conforme levantamentos,
constata-se que os jovens são mais propensos a realizar
compras por impulso e a experimentar novos produtos.
As estratégias de ações no ponto-de-venda são
importantíssimas, e isso é verificado quando constata-se
que 40% dos consumidores dizem lembrar de itens que
precisavam ao vê-los nas prateleiras. Assim, o reforço
das ações in loco é fundamental, pois estas são
potenciais, e praticá-las de forma correta, unida a uma
política de preços competitiva, poderá gerar ótimos
resultados imediatos.
Outro aspecto importante está relacionado às filas dos
check outs. Estudos mostram que 13,5% dos consumidores
afirmam que adquirem produtos enquanto aguardam e que
65% praticam esta ação periodicamente. Assim, expor
produtos próximos aos check outs é uma alternativa que
pode render vendas de oportunidade para diversas linhas.
De um modo geral, verificamos como é complexo o estudo
de ponto-de-venda. Todos os elementos são importantes e
devem ser analisados de forma criteriosa, pois os
consumidores estão muitas vezes, a cargo dos elementos
influenciadores e que os estímulos visuais podem
direcionar uma decisão.
Portanto, ao expor seu produto junto a um
ponto-de-venda, com os inúmeros concorrentes a sua
volta, analise cada aspecto e leve em consideração a
cultura de consumo da linha de seu produto, procurando
sempre traçar ações que o façam se destacar em meio ao
todo e pratique políticas de distribuição, exposição,
comunicação e preço de forma coerente e eficaz.