As Cores na Mídia
Por Luciano Guimarães
02/05/2007
O trabalho apresentado é a síntese da tese de doutorado
apresentada ao Programa de Comunicação e Semiótica da
PUC-SP. Nela, trato das intenções no uso da cor como
informação e apresento um instrumento teórico para a
análise e a elaboração de produtos jornalísticos que
utilizam imagens em cores. Apresento e justifico um novo
domínio para a cor, dirigindo a sua atenção para a
informação produzida pela mídia jornalística,
definindo-o como cor-informação. Com essa abordagem,
esta pesquisa realiza uma análise crítica e
demonstrativa de como uso da cor deveria estar a favor
da formação do indivíduo consumidor dos produtos da
mídia mas, ao contrário, tem determinado adesões a
ideologias ou a finalidades que estão fora das intenções
primeiras da informação ou da comunicação, além de
algumas distorções, exageros, preconceitos e outras
anomalias nas notícias publicadas.
A cor é, certamente, um dos mediadores sígnicos de
recepção mais instantânea na comunicação jornalística e,
mesmo assim, sua expressão não vem sendo utilizada com
muita eficiência e respeito aos critérios que definem o
jornalismo de qualidade.
Considera-se a cor como informação todas as vezes que
sua aplicação é responsável por organizar e hierarquizar
informações ou lhes atribuir significado, seja sua
atuação individual e autônoma, ou integrada e dependente
de outros elementos do texto visual em que foi aplicada.
A consciência de que a cor pode incorporar significados
às informações que são coloridas aumenta a
responsabilidade do jornalista e/ou do designer de
notícia. Há de se ressaltar que, no exercício de sua
função, o comunicador social responde às intenções
embutidas nas diretrizes editoriais que são, por sua
vez, intenções daqueles que detêm os meios de
comunicação.
A precisão da informação dependerá da história da cor,
do conhecimento pelo receptor da informação dessa
história e do contexto criado pela apresentação da
notícia para "empurrar" a cor para o significado que se
espera que ela venha a formar. Será quase sempre um jogo
entre uma macro e uma micro-história da cor, um jogo
entre significados permanentes e temporários, entre
signos fortes e signos fracos.
É muito comum, a partir da constatação de que em vários
casos pode não haver correspondência entre o texto
jornalístico e a composição visual que a acompanha (ou
lhe dá suporte), surgirem questionamentos sobre a
intencionalidade de tal dissonância e, conseqüentemente,
sobre a ética jornalística. Como processo de
investigação e análise da produção, deve-se
primeiramente avaliar se há ou não correspondência entre
os níveis de leitura. A seguir, caso seja constatado
dissonância, tentar colocar à prova se ela ocorre
intencionalmente. Por fim, é preciso deduzir qual foi a
intenção que direcionou o trabalho. É imperioso, de todo
modo, ter-se em conta que a dissonância pode não ser
intencional - provocada, por exemplo, por qualquer
espécie de erro - ou ser intencional, mas não ser
consciente.
O que realmente me interessa é sublinhar que são muito
mais perceptíveis as impropriedades jornalísticas - que
vão da ideologia ao preconceito - quando elas ocorrem
nos textos do que nas imagens. E mais nas imagens (como
representação figurativa) do que no uso de cores. Até a
notícia chegar ao receptor, várias etapas se sucederam,
cada uma delas um pouco responsável pela mediação.
Quanto a isso, a primeira constatação que fiz - e que
motivou este trabalho - foi a de que as cores só têm
esse poder de, subterraneamente, incrementar valores às
mensagens porque os métodos, os comportamentos e as
intenções no seu uso não são conhecidos da sociedade
consumidora da mídia.
Nas várias relações e em diversas proporções entre
intenções e responsabilidades, temos, de um lado, a
geração de informação, compreensão e formação - ações
positivas - e, de outro, a geração de desinformação, de
incompreensão e de deformação - ações negativas dos atos
de comunicação. Tornar a informação mais ou menos
credível pode, intencionalmente, fazer parte dos
objetivos daquele gesto de informação, mas pode também
ser resultado de uma composição visual não intencional,
por sua vez descuidada e até mesmo irresponsável. Se
intencional, o julgamento se volta para a própria
intenção e, conseqüentemente, para o autor ou emissor,
já que o uso da cor-informação será considerado correto
na sua formulação. No caso contrário, o julgamento se
volta mais para a mensagem, considerada sua incorreção
no uso da cor-informação, independente de o resultado da
composição visual ser positivo ou negativo, segundo a
deontologia do receptor crítico, o que depende do
compartilhamento ou não do ponto de vista moral, ético e
repertorial entre o emissor e o receptor daquela
informação.
Algumas ações negativas:
A Saturação - O que podemos notar, em vários produtos do
jornalismo desse período até o momento atual, é a
saturação de imagens e a saturação de cores, um aumento
da quantidade de imagens coloridas que não correspondem
a um aumento na qualidade da informação. Nessa direção,
podemos constatar que, se, por um lado, as cores são
componentes ativos e amplificadores do fenômeno
contemporâneo da saturação de imagens, de outro é
possível distinguir, como ações negativas, alguns casos
em que a cor é, por si, a responsável direta pela
saturação da imagem.
A quantidade e a intensidade de cores apenas criam
condições para a saturação das cores, que só se efetua
definitivamente com a desvinculação entre cores e
significados, ou seja, entre as cores e toda a história,
simbologia e capacidade comunicativa que elas deveriam
nos proporcionar. Nas publicações marcadas pela
saturação de cores, uma circularidade perniciosa envolve
o seu público consumidor e os responsáveis pela produção
dessas informações publicadas: esse público está
despreparado para assimilar menos passivamente a
cor-informação; a mídia, por sua vez, considera
desnecessário o esforço para utilizar a cor-informação
mais elaborada; a mídia considera conveniente não formar
o seu público consumidor capaz de receber
cor-informação; o público consumidor não sente a
necessidade e não cobra da mídia essa formação,
aceitando o uso banalizado da cor.
Portanto, a realidade mediada deve atribuir à cor
funções e ações diferentes, devidamente hierarquizadas e
organizadas, solicitando tempos e níveis diversos de
comprometimento com o olhar, a recepção, a reflexão e a
interpretação, o que por certo exigirá um receptor apto
e preparado para esse comportamento. A mídia, como um
todo, e não como esforços isolados, por sua vez, deve
também se qualificar para conduzir essa informação. O
leitor, o telespectador e o internauta saturados são
leitores indiferentes à cor-informação, embora
passivamente sensíveis a ela. Essa passividade é a
mantenedora da postura acrítica.
A saturação leva ao caos da informação e a composição
visual, seja ela uma tela ou uma página, perde a
capacidade de organizar e hierarquizar a informação.
Todos os elementos da composição se confundem, e a
riqueza intersemiótica se decompõe na neutralização da
capacidade de significação. Muitas vezes, confunde-se
autonomia e interatividade do processo de leitura com
falta de orientação e direcionamento, e nessa confusão
se dá uma profusão caótica de cores.
A Redução - A redução de cores, como, de forma geral, de
todos os códigos de comunicação, é regida pelo princípio
da economia de sinais levada a cabo pelos meios de
comunicação de massa.
Com as cores, a redução do número de significantes e
significados corresponde a uma simplificação dos
símbolos utilizados, o que é conveniente para garantir a
maior sobreposição de repertórios. A utilização repetida
da mesma carga semântica sobre uma cor vai
estereotipá-la e aprisioná-la a um conteúdo único. O
receptor, acostumado àquela ligação entre cor e
significado reduzido, pode estranhar a mensagem que
tenha feito outra referência, por mais contextualizada e
adequada que seja a relação entre a informação como um
todo e a cor como parte dela.
O máximo de alcance e da simplificação redutora se dá
com a globalização da comunicação, na qual se inserem
com grande ênfase os produtos da World Wide Web. Embora
o acesso a informações de todo o mundo seja um projeto
louvável e que tem facilitado o rápido desenvolvimento
de grande parte do conhecimento atual, não podemos
ignorar a cultura reducente dos códigos utilizados e o
prejuízo na competência comunicacional dela derivada.
O nivelamento a um repertório mínimo de cores leva a
interpretações imediatas e impede que o receptor procure
(com um pouco de esforço intelectual) compreender o
universo cromático de outras culturas, de outras
sociedades, de outras camadas sociais, de outros
receptores diferentes de si. Nivelada, reduzida e
globalizada, a cor deixa de comunicar além da paleta
reduzida de significantes e de significados.
A letargia da mídia diante do potencial uso da cor é
apenas reflexo do ritmo a que ela foi submetida e que
desfavorece o aprofundamento da cor e também de todos os
demais códigos utilizados na comunicação
A Neutralização - Princípio primordial para o êxito da
atividade jornalística visual: informações iguais devem
receber o mesmo tratamento gráfico; informações
diferentes devem receber tratamento gráfico diferente.
Qualquer inversão nesse ordenamento é prejudicial à
informação, levando, em última instância, à sua
deformação e, no caso da cor, à sua depreciação e
desvalorização. A recepção diacrônica, linear e
desprovida de variações rítmicas, seja ela oral,
escrita, visual ou intercódice, inviabilizaria a
comunicação.
A Maquiagem/camuflagem - Muitas vezes, intencionando
valorizar suas imagens, e, por extensão, acreditando
poder valorizar o produto jornalístico, recorre-se a
algumas manipulações cromáticas da aparência natural dos
objetos. Pode-se considerar que essa manipulação, tanto
na captação da imagem, com uso de filtros ou iluminação
diferenciada, quanto no tratamento na edição gráfica, é
uma ação negativa, desde que ela maqueie ou camufle a
informação e crie uma outra aparência que não
corresponda à realidade do objeto em foco,
principalmente por apresentar essa nova aparência como
analógica à real.
A Deformação - É a mais conhecida e combatida ação
negativa da cor. Alteram-se as cores, muitas vezes de
forma sutil, outras de forma extremada. Com essa
alteração, deforma-se a imagem original e normalmente
valores negativos são incorporados. Dependendo da
expectativa dos receptores daquela informação, a
deformação pode ser bem ou mal recebida, o que me leva a
considerar que a deformação pode ser tanto uma ação
positiva quanto uma ação negativa, quando se altera a
informação original, induzindo o leitor a incorporar
valores depreciativos ou positivos que interfiram na sua
liberdade interpretativa.
Ações positivas
A Antecipação - De todas as combinações de sobreposições
entre os sistemas de códigos utilizados pelo jornalismo,
o significante de maior influência no direcionamento da
notícia é certamente o originado na cor. Podemos
considerar que a cor se antecipa aos outros códigos e
delimita um número de significantes retirados de seu
repertório (armazenamento de experiências e de dados
sobre as cores). Na seqüência, os outros sistemas são
recebidos à luz desse repertório delimitado pela cor e
somente um será concretizado, direcionando a
interpretação da notícia. Quanto mais força determinada
cor-informação tiver dentro do repertório
(principalmente pela repetição), maior será a brevidade
da sua recuperação pela memória e maior a antecipação no
direcionamento da mensagem.
Considerando a dinâmica atual para a exibição e o
consumo de notícias, a antecipação e o direcionamento da
informação, caso não respondam às intenções
manipuladoras de uma das ações negativas, podem ser
usados principalmente para o melhor aproveitamento do
tempo. O leitor ou telespectador, imediatamente
informado sobre o tema, o enfoque ou o objeto tratado
pela notícia, direciona o esforço de compreensão para os
outros códigos, principalmente para o texto verbal
escrito ou oral.
A Discriminação/diferenciação - A diferenciação
cromática de um objeto ou de parte de uma informação
visual se dá em parâmetros contrastantes em relação aos
demais elementos do campo visual. É por meio dela que um
projeto pode estabelecer diferenças, contribuir para a
organização das informações, selecionar a parte do todo
e ressaltá-la, hierarquizando tanto em níveis de
importância quanto em seqüência de leitura
(principalmente em composições visuais complexas). Por
extensão, a discriminação contribui para relacionar
elementos que não são apresentados simultaneamente,
fazendo "ponte" entre essas informações, o que facilita
a identidade visual de alguns produtos.
A Condensação e a Intensificação - Como versão positiva
da redução, a condensação se refere à ação da cor capaz
de concentrar em si a essência do discurso geral da
matéria jornalística. A densidade adquirida não é
restrita a um aspecto resumido, mas ao todo ampliado. A
recepção da cor-informação condensada deve propor uma
ampliação do discurso e abrir conexões com o mundo
imaginativo.
Sem descartar a idéia de que o universo semiótico das
cores na mídia seja fruto de sistemas operando em
simultaneidade, apresento um instrumento tanto para a
análise quanto para a produção dos textos da mídia em
que a cor seja um importante elemento de significação.
Denominei esse instrumento de Modelo Ontogênico das
Cores
Enquanto a reprodução de formas e texturas exige o
aprendizado para o reconhecimento, quando reduzidas às
técnicas de reprodutibilidade técnica, as cores provocam
as mesmas ações biofísicas de recepção que teriam no
mundo natural. Ao passar por todo o processo de produção
e de recepção de imagens, a cor pode incorporar valores,
regras e códigos constituídos por sistemas ou por campos
semânticos de origens diversas (religiosa, política,
técnica, etc). Como cada código, sistema ou campo
interfere diretamente na maneira como a cor se manifesta
(restringindo-a ou conformando-a), muitas vezes a
vinculação original fica obscurecida. Ainda assim, a
ação da cor sobre o receptor se dará da mesma forma,
pelos mesmos canais de recepção e intelecção. Até uma
cor resplandecer com vigor na tela ou na página
impressa, ela passa por uma série seletiva de
adequações, tanto na produção quanto na recepção da
informação. Os resultados dessas adequação aos códigos,
sistemas ou campos utilizados, formam camadas de
significação que determinam a estrutura narrativa de
determinado produto da comunicação. Tais camadas são
sobrepostas umas às outras, de forma que às vezes só se
pode perceber a camada mais superficial, enquanto outras
vezes as camadas são transparentes a ponto de a
cor-informação ser praticamente análoga à do mundo da
primeira realidade.
Ao nos depararmos com um texto cultural da mídia, será
então necessário distinguir a participação de cada um
desses camadas - que funcionam como filtros - na
construção da expressão da cor.
Se alguém observar atentamente o Umwelt em que ele
próprio está inserido e procurar distinguir os diversos
usos das cores e os "saberes" que se ocupam dos dados
necessário para a aplicação e para o conhecimento do
universo cromático, se dará conta da grande dimensão
formada pela rede de conexões entre os vários campos
semânticos e os sistemas de representação, reprodução e
transmissão de informações cromáticas. O modelo proposto
organiza em subsistemas todos os campos semânticos que
são fontes de alimentação do repertório da cor.
Defini quatro subsistemas que serão representados
posteriormente por quatro camadas do modelo, segundo as
semelhanças e diferenças entre os campos semânticos que
formam o repertório da cor.
1) Mundo natural.
O subsistema Mundo Natural é composto pelas imagens
naturais. Não todas, mas aquelas que surgem a partir dos
referentes naturais do mundo físico, ou dos referentes
que foram produzidos pela ação humana, e que podem ser
compreendidos como imagens de ambientação.
2) Homem
No modelo, o subsistema Homem é incorpora as capacidades
humanas para a percepção, compreensão, organização e
transmissão de informações cromáticas e as formas como
essas capacidades podem variar em cada grupo
diferenciado.
Fazem parte ainda desse subsistema as imagens mentais -
semiconscientes, oníricas, alucinatórias, imagens do
pensamento, com função referencial ou com função na
elaboração, reprodutivas ou antecipatórias.
3) Produção
Um terceiro subsistema para alimentação do repertório
das cores é o obtido pela produção humana. Trata-se de
todos os objetos criados pelo homem que, conforme suas
funções e objetivos, podem constituir campos semânticos
específicos. São exemplos de campos semânticos os que
tiveram procedência na arte, no artesanato, na
indústria, na moda, no design, na mídia (como produção),
nos jogos lúdicos e esportivos, no folclore e nas festas
populares.
4) Discurso
O quarto subsistema para alimentação do repertório das
cores é o obtido por meio de discursos de toda espécie,
sendo os principais os oriundos dos exercícios do saber
(como a filosofia, a ciência e a educação), da
comunicação (como conhecimento compartilhado), da
religião, da política e do conhecimento mágico
(principalmente da mitologia). Como os discursos são
localizados diacronicamente, historicamente e
geograficamente, uns podem se sobrepor aos outros e até
mesmo definir diferenças culturais.
A base de alimentação da informação jornalística é a
realidade. Reproduzindo essa idéia, o modelo tem como
alicerce o subsistema Mundo e os campos semânticos que
nele estão inseridos. As informações que recebemos por
meio da mídia foram, de certa forma, emitidas pelo mundo
real e transcodificadas para os códigos inteligíveis que
têm (ou deveriam ter) a função de organizar os dados
para a assimilação do público. A forma como se dá essa
transcodificação pode ser estruturada a partir das
camadas que são sobrepostas às informações de base, do
subsistema Mundo. A participação de sistemas e campos
semânticos e os níveis de intervenção em cada uma destas
camadas representadas pelos filtros determinarão o
resultado da intermediação, projetado em um sistema
simbólico de cores. Ou seja, o sistema simbólico de
cores é a soma de todos os outros subsistemas que são
colocados sobre os dados do mundo natural. Ele é a
instância estruturada de descrição estruturada de todas
as ações de organização das informações cromáticas de
determinado fato.
Antes de determinar quais são (do ponto de vista do
investigador) ou serão (do ponto de vista do produtor)
as cores utilizadas em determinada informação da mídia e
as relações que formam o seu sistema simbólico, a
informação proveniente das camadas do modelo passa ainda
por mais dois filtros. O primeiro é regido pela linha
editorial e, portanto, diz respeito às intenções dos
atos de informação; o segundo é regido pelos recursos
disponíveis e pelas limitações técnicas de
reprodutibilidade da informação cromática. No modelo, os
dois filtros serão considerados filtros de ações, pois é
nesta instância de geração da informação cromática que
se fazem presentes as ações positivas e as ações
negativas.
Essa investigação sobre os antepassados das cores é
particularmente importante para determinar quais campos
semânticos e comportamentos dos filtros serão utilizados
no modelo de cores de determinada cultura. Trata-se de
resgatar a natureza cultural da cor. É preciso dominar
os códigos específicos da cultura cromática de cada
sociedade, se quisermos analisar a sua aplicação.
Estudar o estado atual de uma publicação implica
considerar a cultura da cor como resultado desse
percurso histórico. Como a cultura é dinâmica, alguns
textos culturais vão para o centro do sistema, ou seja,
estarão em melhores condições de comunicação, enquanto
outros migram para a periferia do sistema, onde são
enfraquecidos, podem cair no esquecimento ou até mesmo
deixar de existir.
Ao utilizar o Modelo Ontogênico como instrumento para
organizar a investigação, é preciso observar que, caso a
análise seja voltada para um recorte de tempo
específico, remoto, será necessário obter o sistema
simbólico e os filtros de ação válidos naquele momento
de geração e de publicação das informações em estudo.
Caso contrário, corre-se o risco de utilizar um sistema
obsoleto ou inadequado para a investigação que se propõe
fazer.
Referências Bibliográficas
Flusser, Vilém, (1983) Pós-história: vinte instantâneos
e um modo de usar. São Paulo: Livraria Duas Cidades.
Guimarães, Luciano, (2001) A cor como informação: a
construção biofísica, lingüística e cultural da
simbologia das cores. São Paulo: Annablume.
Lotman, Iurij, (1981) Ensaios de Semiótica Soviética.
Lisboa: Horizonte.
Pross, Harry, (1987) Introducción a la ciência de la
comunicación. Barcelona: Anthropos.
Romano, Vicente, (1993) Desarrollo y progreso: por una
ecología de la comunicación. Barcelona: Teide.
Serva, Leão, (2001) Jornalismo e desinformação. São
Paulo: Senac
Luciano Guimarães é jornalista e designer. Doutor em
Comunicação e Semiótica pela PUC-SP. Professor do curso
de Comunicação Social da Universidade Estadual Paulista
(Unesp-campus de Bauru)
Fonte: GHREBH - http://revista.cisc.org.br