Escola Estratégica Ambiental
Por Wagner Herrera
23/05/2007
Na nona e penúltima das Escolas do Pensamento
Estratégico - a Escola Ambiental, os processos de
formação da estratégia são desenvolvidos pela
percepção, no conhecimento e entendimento que a
organização tem do ambiente o qual está inserida; as
outras escolas vêem o ambiente como um fator, na
Escola Ambiental ele é o ator.
Aqui, a organização assume um caráter passivo frente
as demandas e imposições do ambiente, o que reduz a
formação de estratégias à um processo de
espelhamento, reativo ao que ocorre “lá fora”. O
ambiente assume papel de destaque como a terceira
força, junto à liderança e à organização.
O ambiente já foi destaque na formulação de
estratégias na Escola do Design com a SWOT, na
Escola do Posicionamento como um conjunto de forças
econômicas, e com menor relevância nas Escolas
Cognitiva e do Aprendizado, porém nesta escola ele
força a administração estratégica a aceitar a gama
disponível de poderes decisórios, dadas as forças e
demandas do contexto externo.
Premissas
1. O ambiente é o agente central no processo de
geração de estratégias representado como um conjunto
de forças centrais.
2. A organização deve aceitar e responder à essas
forças ou será eliminada.
3. A liderança torna-se um elemento passivo com a
finalidade de perceber o ambiente e garantir a
adaptação adequada à organização.
4. As organizações se agrupam em nichos e suas
permanências são determinadas pela sua quantidade de
recursos ou condições demasiado hostis.
Considerações
A “Teoria da Organização” criada por Max Weber via
as organizações como sendo moldadas pela marcha
implacável da racionalidade técnica e gerencial a
qual se expressa em burocratização sempre crescente.
Sociólogos que partiram dessa teoria criaram a
“Teoria Institucional” que vê o ambiente como
repositório de recursos econômicos e simbólicos, o
primeiro de ordem tangível e o segundo, intangível
como eficiência, imagem, prestígio, liderança,
realizações, etc., que ao longo do tempo produz um
conjunto complexo e poderoso de normas que dominam a
prática. A teoria sugere três tipos de isomorfismo:
a) coercivo que representa as pressões pela
conformidade; b) mimético, baseado nas imitações
(benchmarking) e c) normativo, resultante da
influência da perícia profissional (experts).
Em contraposição à teoria institucional, C. Oliver
em sua obra “Strategic Response of Institucional
Processes” (1991) dita algumas ações como respostas
estratégicas: a) aquiescência (ceder às pressões
institucionais), b) compromisso (ceder apenas
parcialmente às pressões), c) resistência (tentar
obstar a necessidade de conformidade), d) desafio
(contrapor-se às pressões institucionais) e e)
manipulação (tentar modificar as pressões).
A grande fraqueza da teoria institucional, para a
administração estratégica decorre do fato das
dimensões do ambiente serem intangíveis, abstratas e
a estratégia ter a ver com seleção de posições
específicas que se aproveitem das forças ambientais
positivas (oportunidades) e resistam às negativas
(ameaças).
As organizações enquanto organismos vivos estão
sujeitas às leis ambientais (eco sistema), porém
devem criar mecanismos de defesa (anticorpos) para
sua auto-preservação.
Wagner Herrera é Graduado em Ciência da Computação e
Engenharia de Producao na Universidade Mackenzie
(SP) e pós-graduação em Administração Estratégica no
IESC- Instituto de Ensino Superior Camões (Ctba-PR)