Escola Estratégica
Empreendedora
Por Wagner Herrera
23/05/2007
Introdução
Chegamos na Escola Empreendedora pertencente ao
grupo das escolas descritivas definidas no primeiro
artigo, como as alicerçadas em processos de caráter
cognitivo, intuitivo ou de aprendizagem.
Aqui não existe uma figura seminal, emblemática como
nas escolas anteriores, dado que a formulação da
estratégia resulta de um processo visionário calcado
num “...líder único com características intuitivas,
de julgamento, experiência, sabedoria, critério”, o
que “...promove uma visão estratégica como
perspectiva associada com imagens, senso de direção,
isto é, visão”. A estrutura segue as estratégias
impostas pelo líder, sendo de subserviência à
liderança e ao seu modelo mental. O conceito central
desta escola é a visão que tende mais a ser uma
espécie de imagem do que um plano estratégico
articulado, deliberado em seu senso de direção e
emergente nos detalhes para que possam ser moldados
durante o curso, caracterizando-se pela
flexibilidade.
A origem da escola encontra-se na Economia, mais
precisamente na teoria do oligopólio e
posteriormente defendida por Joseph Schumpter que
introduziu (1950) o conceito de “destruição
criativa”, algo como sendo o veículo que empurra o
capitalismo para a frente e cujo condutor é o
empreendedor, aquele que idéia o negócio, que
implanta novas combinações, isto é – fazer coisas
novas ou que já estão feitas, contudo de maneira
diferente.
Premissas
Resumimos brevemente, a seguir, as premissas
subjacentes à visão empreendedora da formação de
estratégia:
1. A estratégia existe na mente do líder como
perspectiva, especificamente um senso de direção a
longo prazo, uma visão do futuro da organização.
2. O processo de formação da estratégia é, na melhor
das hipóteses, semiconsciente, enraizado na
experiência e na intuição do líder. quer ele conceba
a estratégia ou a adota de outros e a interioriza em
seu próprio comportamento.
3. O líder promove a visão deforma decidida, até
mesmo obsessiva, mantendo controle pessoal da
implementação para ser capaz de reformular aspectos
específicos, caso necessário.
4. Portanto, a visão estratégica é maleável e assim,
a estratégia empreendedora tende a ser deliberada e
emergente - deliberada na visão global e emergente
na maneira pelo qual os detalhes da visão se
desdobram.
5. A organização é igualmente maleável, uma
estrutura simples sensível às diretivas do líder;
quer se trate de uma nova empresa, uma empresa de
propriedade de uma só pessoa ou uma reformulação em
uma organização grande e estabelecida, muitos
procedimentos e relacionamentos de poder são
suspensos para conceder ao líder visionário uma
ampla liberdade de manobra.
6. A estratégia empreendedora tende a assumir a
forma de nicho, um ou mais bolsões de posição no
mercado protegidos contra as forças de concorrência
direta.
Considerações
Aspectos de natureza pró-ativa, liderança
personalizada, visão estratégica, senso de direção e
visão são os mais relevantes enfatizados pela Escola
Empreendedora, posto que a formulação da estratégia
é calcada no comportamento de um único indivíduo não
se pode caracterizá-lo como um processo formal, pois
que ele só existe na cabeça do líder, havendo pouca
participação do corpo gerencial, tolhendo o
aprendizado e inibindo ações inovativas. Collins e
Porras (Built to Last, 1991) sugerem uma melhor
opção que é a de “...construir uma organização
empreendedora do que se basear em um líder com
visão” e que “...o papel do líder para catalisar uma
clara visão comum para a organização pode ser
realizada por meio de uma ampla variedade de estilos
gerenciais".
Wagner Herrera é Graduado em Ciência da Computação e
Engenharia de Producao na Universidade Mackenzie
(SP) e pós-graduação em Administração Estratégica no
IESC- Instituto de Ensino Superior Camões (Ctba-PR)