Escola Estratégica do
Posicionamento
Por Wagner Herrera
23/05/2007
Introdução
A Escola do Posicionamento completa grupo das
Escolas do Pensamento Estratégico Prescritivas, e
relembrando: Escolas Prescritivas são as baseadas
num processo de visão e concepção analítica, formal,
matemática e conceitual.
O grande impulso se deu a partir dos anos 80 com a
publicação de Competitive Strategy de Michael Porter
inspirando técnicas de análise competitiva e da
indústria* com base na organização do segmento
industrial, posições no mercado, facilidades de
defesa, estratégias genéricas no segmento ou nicho
de atuação,
A escola tem a formulação da estratégia como um
processo analítico.
Premissas
O processo de formação de estratégias continuou
sendo visto nesta escola como controlado e
consciente, deliberado e explicitado para
implementação, porém particularmente aqui, tratado
num cenário competitivo - o contexto empresarial.
1. ‘Estratégias são posições genéricas ,
especificamente comuns e identificáveis no mercado’.
2. ‘O mercado (contexto) é econômico e competitivo’.
3. ‘O processo de formação de estratégia é
selecionado das posições genéricas com base em
cálculos analíticos’.
4. ‘Os analistas de planejamento tem o papel de
geradores de pesquisas e cálculos para alimentar a
gerência responsável pelas escolhas e decisões’.
5. ‘As estratégias emergem do processo decisório
gerencial fundamentadas na estrutura do mercado e
são direcionadoras da estrutura organizacional.
Considerações
Mintzberg cita que, com relação à “...seleção de
estratégias específicas como posições tangíveis em
contextos competitivos a escola poderia ser
reconhecida como muito mais antiga...” posto que se
aproxima da estratégia militar com origens remotas
nos escritos de Sun Tzu (400 a.C.) e Von Clausewitz
(1780 – 1831), tornados célebres nos livros The Art
of the War (1971) e On War (1989), respectivamente,
onde a “...a necessidade de uma estratégia
deliberadamente clara, a centralidade de autoridade
para desenvolver e executar essa estratégia, a
necessidade de se manter a estratégia simples e a
presumida natureza pró-ativa da administração
estratégica”, e outros como B.C James (1985): “a
experiência militar como uma verdadeira mina de ouro
de estratégias competitivas, todas bem testadas sob
condições de combate”, que via semelhanças notáveis
com os negócios “...em termos de intimidação,
ofensiva, defensiva e alianças”, assim como “em
termos de inteligência, armamento, logística e
comunicações, todos concebidos para um fim – lutar”.
Aqui, as consultorias tiveram grande participação
como a MCKinsey com a técnica da estrura “7S”, a
SRI, a Boston Consulting Group com a matriz BCG
(Bruce Henderson) para crescimento de portfolio, o
PIMS de Sidney Schoeffler (Profit Impacts of Market
Strategies) desenvolvido em 1972 para a General
Electric.
Michael Porter é o emblemático da escola pelas
contribuições amplamente divulgadas e utilizadas no
planejamento estratégico como o modelo de análise
das “forças” que medem a atratividade de mercado
(ameaça de novos entrantes, poder de barganha dos
fornecedores, poder de barganha dos clientes, ameaça
de produtos substitutos e intensidade da rivalidade
entre concorrentes), estratégias genéricas (custos,
diferenciação e foco) e cadeia de valor com as
atividades primárias (logística de entrada,
operações, logística de saída, marketing e vendas,
pós-venda) e as secundárias (suprimentos,
desenvolvimento tecnológico, gerenciamento de
pessoas e infra-estrutura); mostrando que as
estratégias e estrutura organizacional são
mutuamente dependentes e alinhadas.
São resumidas a quatro o número de modalidades de
pesquisas da escola, determinadas pelo cruzamento de
condições ambientais dinâmicas ou estáticas versus
fatores únicos ou em agrupamentos:
- Pesquisa estática única: ligar determinadas
estratégias a determinadas condições.
- Pesquisa de agrupamentos estáticos: delinear
agrupamentos de estratégias e suas ligações.
- Pesquisa dinâmica única: determinar respostas
estratégicas particulares a mudanças externas.
- Pesquisa da dinâmica de agrupamentos: localizar
seqüências de agrupamentos de estratégias ou
condições ao longo do tempo.
Críticas à Escola
Minzberg critica esta escola segundo os enfoques
listados abaixo:
- O processo de criação de estratégias
excessivamente deliberado prejudica o aprendizado
estratégico.
- Técnicas analíticas não ajudam a desenvolver
estratégias, podendo quando muito corrigi-las.
- Estreitamento de foco visto ser orientada para o
econômico ao invés do político e social.
- Perda do equilíbrio pela grande inclinação para o
ambiente externo (indústria, concorrência) em
detrimento das capacidades internas.
- O processo altamente analítico e calculista tolhe
a criatividade de estratégias inovadoras e o
compartilhamento e engajamento dos atores
envolvidos.
- A ênfase em análise e cálculo reduziu seu papel da
formulação da estratégia para a condução de análises
estratégicas em apoio ao processo.
Porém uma contribuição muito importante foi envolver
a pesquisa e desenvolver um poderoso conjunto de
conceitos no processo de formulação do planejamento
estratégico.
* O termo ‘indústria’ é uma generalização a todas as
empresas de um segmento empresarial, não
necessariamente empresas fabris
Wagner Herrera é Graduado em Ciência da Computação e
Engenharia de Producao na Universidade Mackenzie
(SP) e pós-graduação em Administração Estratégica no
IESC- Instituto de Ensino Superior Camões (Ctba-PR)