Estratégia Empresarial
Por Francisco Velez Roxo e Humberto Fernandes Gonçalves
16/05/2007
A formulação e implementação de estratégias empresariais
é um processo de gestão visando a tomada de decisão a
médio e longo prazos envolvendo decisões relativas à
definição de negócios (produtos, serviços, clientes
alvo, posicionamento, etc.), objetivos de
desenvolvimento e, muito em especial, a fatores chave de
sucesso.
A estas decisões, pelo seu caráter duradouro e pelo que
representam no relacionamento futuro da empresa com o
seu meio envolvente, atribui-se o caráter de decisões
estratégicas. Precedem e condicionam as decisões
operacionais, visando estas obter da exploração
corrente, do dia a dia, o maior lucro possível através
da satisfação dos clientes.
Para um determinado mercado, as decisões estratégicas
são tomadas, numa primeira fase, através do processo de
formulação da estratégia.
Tal processo envolve:
- uma fase prévia destinada a identificar ameaças e
oportunidades que o meio envolvente pode trazer à
empresa, no presente e/ou no futuro (o Diagnóstico
Externo)
- a identificação dos pontos fortes e fracos que a
empresa revela, quando comparada com a concorrência (o
Diagnóstico Interno). As conclusões retiradas destes
diagnósticos vão condicionar as fases seguintes do
processo:
- segmentação do mercado;
- análise dos segmentos do mercado;
- escolha dos segmentos-alvo que a empresa pretende
atacar;
- definição da ação comercial a implementar nesses
segmentos;
- definição dos objetivos de desenvolvimento a atingir.
Esta seqüência assente na lógica fundamental do
processo, não invalida o caráter eminentemente iterativo
deste mesmo processo.
Estratégias genéricas
Não obstante o esforço das empresas para selecionarem os
mercados cujo sistema de oportunidades/ameaças melhor
potencie os pontos fortes e minimize os pontos fracos,
estas, na esmagadora maioria dos casos, vêem-se
compelidas a competir num mercado onde já se encontram
instaladas empresas e disponíveis produtos concorrentes.
Neste contexto, para cada negócio/produto/serviço, as
empresa dispõem, fundamentalm ente, de duas estratégias
base de competição que poderá, em alternativa,
implementar nesse mercado:
- a diferenciação e o custo mais baixo.
Como podem ser identificadas estas duas estratégias
tipo?
Quando os clientes reconheçam, num produto, diferenças
(que não o preço) relativamente aos produtos da
concorrência, pelas quais estão dispostos a pagar mais
estamos muito possivelmente perante uma estratégia de
diferenciação bem conseguida.
Os fatores de diferenciação podem incidir
especificamente no produto em causa ou nos seus
atributos periféricos: Serviço, Credibilidade do pessoal
envolvido, Inovação, Localização, Complementaridade
entre negócios, Dimensão da empresa.
Se o produto obtido - e, consequentemente, colocado no
mercado - estiver a um custo inferior ao da concorrência
(estratégia custos mais baixos) por força de elementos
como a localização, a inovação tecnológica, as economias
de escala, as economias resultantes da experiência
estamos muito possivelmente perante uma estratégia de
custo mais baixo bem conseguida.
As características específicas de cada empresa e/ou dos
mercados onde atua e, ainda, a fase do ciclo de vida em
que se encontra o produto disponibilizado nesses
mercados, implicam, frequentemente, a necessidade de
introduzir adaptações específicas nestas duas
estratégias empresariais base, por forma a conseguir-se
que respondam, cabalmente, às questões particulares
levantadas por aqueles condicionalismos.
Os condicionalismos mais freqüentes podem
sistematizar-se em aspectos:
Relativamente à empresa/produto:
-A dimensão - empresa grande ou pequena;
- A sua posição relativa em termos de quota de mercado -
empresa líder ou não líder;
- A fase do ciclo de vida em que se encontra o seu
produto - lançamento, crescimento, maturidade ou
declínio.
Relativamente à estrutura da indústria/setor em função
do grau de concentração do mercado:
- Muitas empresas com quotas de mercado pequenas -
indústria/setor fragmentado ou disperso;
- Algumas, poucas, empresas repartem entre si a maioria
do mercado; indústrias globais ou setor concentrado.
Conjugando estas duas estratégias genéricas com as
crescentes intensidade concorrencial e a globalização da
economia mundial duas outras são de realçar:
Estratégia de diversificação
Estatisticamente, o seu grau de sucesso aumenta quando
se conseguem sinergias que se traduzem por redução de
custos e/ou potenciam o grau de diferenciação dos
produtos disponibilizados). Pode ser subdividida em:
- Diversificação de produtos: novos produtos nos mesmos
mercados.
- Diversificação de mercados: os mesmos produtos em
mercados diferentes.
- Diversificação total: novos produtos em mercados
diferentes.
Estratégia de internacionalização
Pode assumir várias formas. Considerando um critério
crescente de envolvimento/comprometimento da empresa,
são possíveis:
- A exportação indireta (vender a um intermediário que
exporta em seu próprio nome);
- A exportação concentrada ou licença (cessão de
know-how);
- A exportação direta;
- As joint-ventures;
- As filiais de distribuição;
- As filiais de produção;
- As filiais integrais.
São igualmente distinguíveis, a um outro nível das
estratégias de internacionalização, duas subestratégias
:
- Multidoméstica, multinacional ou plurinacional:
empresa implantada num ou vários países para servir,
exclusiva ou fundamentalmente, o mercado local de cada
um desses países.
- Global ou transnacional: em que o objetivo é, para
além da satisfação do mercado local, a reexportação para
outros países.
No limite, os diferentes componentes de um produto podem
ser fabricados em países distintos, aproveitando as
vantagens específicas de cada país.
Fonte: Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas
e ao Investimento, IAPMEI de Portugal