A evolução profissional numa era mutante
Por Gisela Kassoy
20/10/2007
Você se lembra deste gráfico?
Ele costuma aparecer nos cartoons e tirinhas em
quadrinhos.
Entre altos e baixos, essa ilustração descreve o
processo evolutivo das empresas tal qual o conhecemos.
Observe como o gráfico nos leva a pensar que a evolução
é apenas uma questão de esforço, que existe “chegar lá”
e que um belo dia poderemos “deitar em berço
esplêndido”. Nada errado com essa idéia, a não ser o
fato de que ela não funciona mais.
Pense bem: quando nosso produto tem sucesso, a
concorrência copia, adapta, melhora ou vende mais
barato. Além disso, o consumidor ou cliente pode
simplesmente se cansar de nós e ir atrás de novidades.
Ou nossa forma de operar pode ser destruída do dia para
a noite com uma nova tecnologia.
É por isso que o autor americano George Land acredita
que, atualmente, a evolução das empresas e carreiras não
ocorre de forma linear, mas de forma sinuosa e em
saltos. A partir de uma apresentação sobre o tema feita
por Bill Sturner, outro consultor americano, comecei a
estudar os estágios desse processo, chamado de “Evolução
em S”.
Veja como a evolução ocorre em nossos dias:
Detalhando os diferentes estágios teremos:
1. Largada – É o momento no momento no qual determinamos
um caminho. Quanto mais claro o objetivo, maior a
motivação. Nessa fase, precisamos muito dela, pois é o
único instrumento que dispomos.
2. Ensaio – Nesse estágio a produtividade cai, pois tudo
é novo e, portanto, difícil. O ensaio requer
persistência e permissão para o erro, pois a tentação de
retomar a forma antiga é muito grande.
3. Criação – “Pegamos no embalo”. Já há prazer no novo
procedimento e as coisas começam a dar certo.
4. Sucesso – Os resultados são visíveis. É hora de
celebrar.
5. Acomodação – Novo momento perigoso: a ilusão de
conhecer o caminho nos impede de perceber a necessidade
de novas mudanças. Aparentemente ainda estamos
evoluindo, o mercado ainda responde bem, mas a
concorrência já se mexeu...
6. Decadência – É o preço que pagamos pela acomodação.
Acomodação e decadência não são passagens obrigatórias.
É no auge do sucesso que devemos pular para o próximo S,
ou como dizem elegantemente “é a hora do salto
quântico”.
Enquanto ele não vem, mais um estágio:
7. Vácuo – Temos que saltar, mas não sabemos para onde.
Novamente a tentação é voltar para trás. Mas o momento é
de olhar para o mercado, descobrir novas oportunidades.
Assim, a evolução numa era mutante acontecerá conforme
uma das ilustrações abaixo – de preferência a segunda,
claro.
Aos líderes, recomendo uma reflexão: em qual estágio
está sua equipe, sua empresa, cada um de seus
colaboradores? E agora, como fazer para dar mais o
próximo passo? Qual a tática a ser empregada em cada
etapa?
Gisela Kassoy - Consultoria em Criatividade -
www.giselakassoy.com.br