Fatores Críticos de Sucesso
Por Wagner Herrera
24/05/2007
No artigo “Cenários” fiz menção aos FCS – Fatores
Críticos de Sucesso. Embora possa parecer redundante
conceituar FCS, achamos apropriado divulgar os enfoques
dado por alguns autores.
Rockart (1978) introduziu o conceito de FCS, inserindo-o
na hierarquia das ferramentas de gestão. A interpretação
dos FCS para um gerente em particular é um julgamento
subjetivo e requer alguma reflexão, não existem fórmulas
definidos para ajudar os gerentes a encontrar seus FCS.
O autor define que os “Fatores Críticos de Sucesso são
algumas áreas de atividade chave, cujos resultados
favoráveis são absolutamente necessários para os
gerentes atingirem seus objetivos”.
O bom desempenho destas áreas resulta em competitividade
para as organizações.
Para Bullen (1981), “fatores críticos de sucesso são
entendidos como um número limitado de áreas nas quais um
resultado satisfatório assegura um bom desempenho
competitivo aos indivíduos, departamentos e
organizações”. Fatores críticos são, portanto, as
variáveis e áreas da empresa que possuem maior
prevalência no atingimento dos resultados desejados.
Sobre a importância dos FCS, Bullen e Rockart (1981)
enfatizam que, tão importante quanto a determinação das
metas que o gerente deseja atingir, é a determinação, de
forma consciente e explícita da estrutura básica de
variáveis que poderão influenciar o sucesso ou fracasso
no atingimento das metas, sendo que estas variáveis são
os FCS, para as quais apresentam as três principais
aplicações:
• Ajudar os gerentes individuais na identificação das
informações que eles necessitam;
• Auxiliar a organização no processo de planejamento
estratégico, no planejamento de longo prazo e anual;
• Auxiliar a organização no processo de planejamento dos
sistemas de informação.
O que se deduz do exposto acima é que os FCS são
“pressupostos essenciais para o atingimento dos
objetivos que contribuem para o sucesso do
empreendimento” e devem ser traduzidos em indicadores
que monitorem esses desempenhos críticos, pois sem eles,
o desempenho dos recursos, competências organizacionais
e processos levam a comprometer os resultados almejados.
Esses fatores-chave em algumas áreas críticas são
definidos na análise estratégica global da organização
decorrente do estudo dos macro-ambientes, da
atratividade do mercado de inserção e das forças
estruturais (capital humano, processos, tecnologias...),
enfim, dos cenários construídos.
Segundo Day e Wensley (1998) e Porter (1980) a causa de
diferenças no desempenho de empresas dentro de um mesmo
negócio pode ser analisadas em diversos níveis,
entretanto, os autores entendem que de forma geral, a
causa dessas diferenças podem ser reduzidas a dois
fatores básicos: o valor percebido pelos clientes nos
produtos e serviços e o custo para criar estes valores.
Na definição por Grunert e Ellegard (1992) “Fatores
críticos de sucesso são as habilidades e recursos que
explicam os valores percebidos pelos clientes”. Essas
habilidades e recursos transcendem dos pré-requisitos
para se estar no mercado, são fatores que diferenciam
organizações de um mesmo mercado, também para Shultz (
1994), “Para o consumidor, a percepção é a verdade. A
percepção pode não estar correta, mas é o que ele
conhece, e o que ele conhece é tudo o que ele precisa
conhecer.”
Estudos desenvolvidos por Michael Porter (1986) sobre o
Ciclo de Vida do Produto, e nos estudos de Rockart
(1978, 1979) e Rockart e Bullen (1981) sobre Fatores
Críticos de Sucesso mostram o modelo desenvolvido por
Porter (1986) que busca avaliar os fatores críticos de
sucesso a partir do estágio em que o produto se encontra
em seu ciclo de vida. Através dele, o autor busca
explicar como é possível a formulação estratégica a
partir da relação estabelecida na competição,
manifestada não apenas através dos concorrentes, mas de
todas as forças competitivas, caracterizadas pelos
participantes do processo como um todo: fornecedores,
clientes, concorrentes, substitutos e entrantes (análise
de atratividade do mercado).
Assim entendemos que os FCS são variáveis relevantes
para um conjunto de orientações estratégicas e que sem
seus atendimentos o intento ficaria fragilizado,
tendendo ao fracasso.
Wagner Herrera é Graduado em Ciência da Computação e
Engenharia de Producao na Universidade Mackenzie (SP) e
pós-graduação em Administração Estratégica no IESC-
Instituto de Ensino Superior Camões (Ctba-PR)