O Futuro de Seu Negócio -
Evoluindo no Tempo
Por Henrique Montserrat Fernandez
20/09/2007
O Professor, na época na Harvard Business School, Larry
E. Greiner, escreveu em seu clássico artigo “Evolução e
Revolução no Desenvolvimento das Organizações” que, sob
seu ponto de vista, “o futuro de uma organização
comercial é determinado não tanto por influências
externas, mas muito mais pelo seu próprio passado.” (ver
meu artigo O Futuro de seu Negócio - Como Crescer sem
Dor, onde Gertz & Baptista nos provam isso, através de
sua análise de dados de mercado, onde a crença nos
falsos mitos afeta o futuro de muitas grandes
organizações).
Pois está justamente nessa compreensão dos erros
passados, através de uma adequada análise e
interpretação, a base para uma evolução em direção à
obtenção de êxitos futuros, ao evitar cometer erros
similares.
Greiner define dois pontos básicos nas fases de
desenvolvimento que as empresas em expansão atravessam:
evolução e revolução. Segundo ele, o termo evolução “é
empregado para descrever períodos prolongados de
crescimento em que não ocorre nenhuma alteração de
importância nas normas de trabalho da empresa”, enquanto
o termo revolução “é usado para indicar os períodos em
que há grande agitação na vida da empresa”.
Ele destaca, também, que “à medida que uma empresa
atravessa as fases de desenvolvimento, cada período
evolutivo cria sua própria revolução.” Em seus estudos,
ele considera cinco fatores essenciais que refletem o
desenvolvimento empresarial e crê, assim como eu, que a
estrutura empresarial (e conseqüentemente seus modelos
de gestão) afeta a expansão futura de modo determinante.
São estes fatores:
-- A idade da empresa;
-- O porte da empresa;
-- Os estágios de evolução;
-- Os estágios de revolução;
-- O ritmo de expansão da indústria.
Então, sob esta análise, o risco maior à sobrevivência
da empresa está centrado nos estágios de revolução pelos
quais ela passa. Por se tratarem de momentos de crise,
onde são questionados muitos métodos administrativos que
vêm sendo aplicados no correr do tempo, e são tentadas
novas experiências administrativas (residindo aí o
perigo de deixar se envolver por modismos ou mesmo
acreditando nos mitos de Gertz & Baptista anteriormente
vistos), que muitas vezes acabam por não dar certo,
aprofundando ainda mais a crise.
Por sua vez, caso as novas experiências administrativas
dêem certo e a empresa volte a um estágio mais calmo, de
evolução, devemos notar, entretanto, que esse mesmo
mecanismo de sucesso ocasionará mais à frente uma nova
época de crise e necessidade de revolução. Não devemos
nunca esquecer que o que é bom num determinado momento
pode ser péssimo em outro.
Esses ciclos de evolução/revolução estão intimamente
ligados, segundo Greiner, ao “ritmo de expansão da
indústria”, relacionado diretamente com o mercado em que
a empresa atua. Se parece a você, leitor, que sua
empresa não tem como escapar dessa maré de vaivém,
lembro a necessidade de monitorar e estudar o mercado
continuamente, pois conhecer as relações que afetam o
mercado em que sua empresa atua é vital para sua
sobrevivência. Um método bastante utilizado para isso é
o da Análise das Cinco Forças de Porter.
Uma parte do segredo da sobrevivência está justamente em
preparar antecipadamente as estratégias de sua empresa
para as incertezas monitoradas no mercado.
É interessante notar que o crescimento obtido numa etapa
através de determinada postura de gestão acabará por
deflagrar uma crise em seu processo de crescimento, que
só será superada por nova postura de gestão na etapa
seguinte de crescimento (após atingida uma etapa, não é
nada fácil voltar atrás, sob risco de perecer -
percebe-se aqui a grande dificuldade das empresas que
segundo Gertz & Baptista tentam “encolher para
crescer”). Isso é normal e decorrente das novas
preocupações que assolam a direção da empresa, no
processo de crescimento.
Entretanto, deve fazer parte da estratégia da empresa
estar preparada para estas ocorrências, através do
monitoramento constante de seus pontos fortes e fracos,
oportunidades e ameaças (swot) no correr do tempo, a fim
de minimizar possíveis danos, tornando a passagem de uma
etapa de crescimento a outra o menos traumática
possível.
Henrique Montserrat Fernandez é Administrador de
Empresas com pós-graduação em Análise de Sistemas e MBA
em Tecnologia da Informação / E-management pela
Strong/FGV. Com 29 anos de atuação profissional,
trabalhou em empresas de médio e grande portes, tais
como Grupo Bonfiglioli, Copersucar e SENAC, entre
outras. Foi Gerente de Sistemas e Métodos da Zanthus,
tradicional fabricante de Terminais Ponto de Venda, onde
atuou por mais de seis anos. Foi também professor
universitário na década de 90.