Gerenciando Conflitos
Por Maria Rita Gramigna
29/03/2007
Um líder obtém maiores resultados quando adquire a habilidade para
lidar com equipes em conflito.
Vocês já perceberam que equipes motivadas e que trabalham em
harmonia produzem mais do que aquelas em conflito?
Observa-se que na maioria das empresas, os gerentes se sentem
constrangidos quando percebem conflitos em suas equipes. A maioria
não se sente à vontade para lidar com tal situação.
Para melhor entender os motivos que levam as pessoas a criar um
clima pesado de trabalho, faz-se necessário compreender a causa
principal do conflito: a quebra de contratos.
Normalmente, em qualquer empreendimento em equipe, (pessoal ou
profissional) tudo se inicia com um contrato de expectativas e
responsabilidades. Neste contrato são definidas as normas de
participação, as responsabilidades, as metas a alcançar, os prazos
etc.
Definidos os detalhes do contrato, inicia-se o empreendimento.
Enquanto todos os envolvidos cumprem sua parte, tudo segue bem.
No momento em que alguém quebra um item do que foi negociado,
inicia-se o processo de conflitos.
Muitas vezes, o processo é lento e as pessoas não se confrontam
imediatamente, mas dão pistas de sua insatisfação. Algumas são mais
visíveis (mau humor, agressividade no trato com o outro, atrasos,
etc) e outras pistas surgem de maneira mais velada, através de
boatos, fofocas, formação de “panelinhas” e redução do nível de
produtividade.
Neste momento, o gerente só tem uma opção assertiva: enfrentar o
problema, assumindo seu papel de educador e procurar realinhar sua
equipe.
A administração do conflito tem como principal objetivo descobrir
onde estão os pontos da quebra de contrato e buscar estratégias para
reajustar as responsabilidades.
Normalmente, quando a intervenção é realizada nas primeiras pistas,
uma simples conversa em reunião de trabalho poderá trazer resultado
rápidos e eficazes e tudo volta ao normal.
Mas, em algumas situações, a quebra de contrato perdurou por tanto
tempo e afetou tão intensamente o clima de trabalho que é necessário
um conjunto de ações interligadas, tais como:
• Sessões orientadas de feedback
• Reuniões de renegociação
• Acompanhamento psicológico à equipe em conflito
• Aconselhamentos individuais
Quando os conflitos são encarados logo que surgem as pistas,
geralmente são de mais fácil resolução.
UM CASO
Na empresa “X”, recém privatizada, a equipe de vendas formada por 20
profissionais vinha apresentando resultados abaixo do esperado.
A gerente percebeu que as pessoas se encontravam rapidamente no
início do dia, mal se cumprimentavam e se dirigiam aos computadores
para elaborar seu plano individual de visitas.
As atitudes de cooperação, a alegria e as brincadeiras, que antes
aconteciam freqüentemente, já não existiam mais.
Certa manhã, ao presenciar uma conversa entre os vendedores, onde
prevaleceram palavras agressivas, a gerente resolveu tomar uma
atitude: marcou uma reunião para o final da tarde, com a presença de
todos.
Na reunião, pediu que cada pessoa apontasse um motivo de satisfação
e um de insatisfação no trabalho. Ouviu atentamente cada vendedor,
registrou os resultados e pediu sugestões que pudessem sanar os
problemas que estavam gerando a insatisfação.
De posse das sugestões, tratou logo de colocar em prática aquelas
que estavam ao seu alcance. As que dependiam da equipe, foram
negociadas e cada um se comprometeu em cumprir a sua parte.
Qual não foi a surpresa da gerente de vendas, quando na semana
seguinte à reunião, notou que o clima de trabalho estava mais leve,
os sorrisos voltaram aos rostos dos vendedores e o principal... as
vendas aumentaram.
PARA REFLETIR
• Você tem percebido mudanças no clima de trabalho de sua equipe?
• Como você se sente quando as pessoas se comportam de forma
agressiva e pouco cooperativa?
• Que intervenções faz quando isto acontece?
• Como você se avaliaria como “administrador de conflitos”?
Maria Rita Gramigna é Mestre em Criatividade Total Aplicada pela
Universidade de Santiago de Compostela (Espanha). Graduada em
Pedagogia pela Universidade Federal de Minas Gerais e pós-graduada
em Administração de Recursos Humanos pela UNA – União de Negócios e
Administração (MG). Atua no Mapeamento de Competências, contatos
estratégicos com clientes, capacitação gerencial e treinamento da
equipe de consultores da MRG Consultoria e Treinamento Empresarial.