A Grandeza Nossa de Cada Dia
Por Jerônimo Mendes
15/06/2009
Vivem nos dizendo que os perfeccionistas são pessoas que sofrem mais
do que o necessário e o tempo que se perde na construção de uma
idéia, de uma tese ou de uma obra de arte poderia ser canalizado
para coisas mais prazerosas como viver o hoje, por exemplo, sem
pensar no amanhã. Entretanto, depois de apreciar as obras de
Leonardo Da Vinci, de assistir a uma apresentação do Cirque Du
Soleil, de visitar uma exposição de Rodin ou mesmo depois de
assistir a um jogo de basquete onde a estrela é Michael Jordan,
certamente, você muda de idéia.
Poucos sabem que os Beatles tocaram em casas noturnas de Hamburgo e
outras cidades da Europa durante oito horas por noite, sete noites
por semana em sete anos seguidos em troca de cama, comida e alguns
míseros trocados antes de fazer sucesso. Poucos também sabem que Bil
Gates aproveitou, durante sete anos consecutivos, o pouco intervalo
de tempo livre do único computador que podia ser usado de graça na
Universidade de Washington, entre três e seis da manhã, pelo desejo
inequívoco de dominar a arte da programação de sistemas.
Muitos de nós sabemos o que significa estudar e trabalhar durante
cinco ou seis anos seguidos, com intervalo de descanso reduzido, mas
com a certeza de que o conhecimento adquirido vai nos conduzir a
futuro melhor. Crescer, evoluir, aprender e melhorar o padrão de
vida custa caro, demanda sacrifício e consome a maior parte do nosso
tempo. Além do mais, sucesso, referência e autoridade sobre
determinado assunto exige também uma completa mudança de hábitos,
disciplina, dedicação e persistência cujo preço nem sempre estamos
dispostos a pagar para não perder os benefícios temporários do hoje.
De acordo com a filosofia prospectiva, desenvolvida por Gaston
Berger, filósofo francês, “o futuro é a razão de ser do presente,
portanto, o que é sofrido no futuro resulta das ações passadas e o
que é desejado no futuro resulta das ações presentes.” Nesse
sentido, o que lamentamos no passado é o futuro não realizado que
havia nele. Assim sendo, em vez de lamentar o passado, comece a
pensar no futuro. Melhor ainda, comece a construir o futuro.
Lembre-se de Peter Drucker: “a melhor maneira de prever o futuro é
criá-lo.”
Como é que se pode inventar o futuro? Comece por um dos 15
princípios de A Lei do Triunfo, estudados por Napoleon Hill, o que
ele chamou de “o hábito de caminhar um quilômetro extra”. Significa
fazer um pouco mais do que o seu salário remunera, ir além da
recomendação do seu mestre, dedicar mais tempo do que o esperado por
seus familiares e canalizar energia mais do que o suficiente para
dominar o assunto, sem necessariamente esperar algo em troca. Com o
tempo você atingirá o nível da maestria e será capaz de fazer a
diferença em meio a tanta indiferença no mundo.
Assim como “é preciso crer para ver” também “é preciso ser para
ter”, portanto, procure inverter a regra: trabalhe, pense, ame e
dedique-se mais do que a média. Isso é fundamental para se conseguir
mais e se viver melhor. Nenhuma pessoa de bom-senso vai admirá-lo
pelo que você tem, mas pelo que você é capaz de produzir em
benefício de si mesmo, da sua família e da sociedade. Como diria meu
ex-professor, Ruy Santana, você já ouviu falar de Alexandre, “O
Mínimo”? Seja grande nas suas ações e não apenas na sua ambição.
Para ser grande é necessário aspirar à grandeza, abandonar a mesmice
e livrar-se da mediocridade. A grandeza exige o que há de melhor em
cada um de nós e o que há de melhor em nós nunca será utilizado ao
máximo sem o firme propósito de mudar radicalmente a nossa forma de
pensar e agir. Pense nisso e seja feliz!
Jerônimo Mendes é Administrador, Consultor e Palestrante
Autor de Oh, Mundo Cãoporativo! (Qualitymark) e Benditas Muletas
(Vozes)
Mestre em Organizações e Desenvolvimento Local pela UNIFAE