A História das Relações Públicas e sua Importância Hoje
Por Julianna Santos Gomes
11/11/2000
"Ninguém consegue triunfar se a opinião pública está em seu
desfavor.Com a opinião pública a seu lado , ninguém é derrotado."
Abraham Lincoln
A frase é antiga mas o sentido nunca foi tão atual. Engana-se quem
atribui as Relações Públicas àquela imagem de evento , cerimonial ou
à figura do representante de vendas. A atividade já é muito antiga e
tem acompanhando reis , imperadores , políticos e grandes
empresários sob outras alcunhas: conselheiro, ou como preferir
“assessor” .
Apesar de existir desde os primórdios da Humanidade em sua essência,
a atividade de Relações Públicas (promover o diálogo entre os vários
públicos) tomou um formato e ganhou nomenclatura a partir da idéia
inicial de Ivy Lee , que abriu os olhos dos empresários norte
americanos do capitalismo selvagem início do século 20. Sob
protestos da comunidade que não se contentava em pagar de seu bolso
a infeliz declaração de um destes primeiros barões do livre mercado
( O público que se dane!) , este jornalista implantou uma nova ótica
de correção da atitude para com a Opinião Pública e de divulgação de
informações favoráveis às empresas, para a imprensa informativa, e
não via matéria paga .
No Brasil do início do século XX , as RP surgiu primeiramente em São
Paulo, com o 1o Departamento de Relações Públicas , instituído pela
São Paulo Light - Serviços de Eletricidade.
Mas somente em 1954 surgia a ABRP - Associação Brasileira de
Relações Públicas. A profissão de RP foi devidamente disciplinada ,
pela lei 5377, de 11 de dezembro de 1967 e aprovada pelo Decreto 63
283 de 26 de setembro de 1968.E no dia 04 de maio de 1972 , pelo
decreto Federal no 68.582 é regulamentada a profissão , criando-se o
Conselho Regional de Profissionais de Relações Públicas - CONRERP (
Romildo Fernandes , um dos fundadores e diretor da ABRP em “R.P. A
Arte e a Ciência de Negociar com as Pessoas”)
O progresso chegara rapidamente e os meios de comunicação ainda eram
incipientes para um Brasil tão grande . As empresas encontravam
dificuldades em se aproximar , pois as grandes companhias começavam
a dar lugar a núcleos que repartiam as várias fases de uma produção
entre si , promovendo uma segmentação e sua conseqüente
interdependência. Uma das primeiras empresas de RP , brasileira e
que se mantém no mercado até hoje é, a GRUNASE - Grupo Nacional de
Serviços , fundada em 1968 , fruto de um sonho de José Maria Eymael
: aproximar empresas entre si, promovendo um relacionamento
comercial.
O resultado era satisfatório para ambas as partes porque a empresa
visitada ficava sensibilizada pelo fato de a outra , para tratar de
negócios , utilizara os serviços de uma firma especializada.
Depois de 30 anos muita coisa mudou mas as necessidades continuam as
mesmas. Chegaram as inovações tecnológicas , o computador
aproximando as empresas via internet e as RP continuam sendo
fundamentais para a manutenção da imagem frente a Opinião Pública.
Antes o motivo que levava a sociedade à cobrar um posicionamento
político por parte das empresas e sua transparência era, puramente o
exercício da cidadania . Hoje, juntamente com essa iniciativa surge
uma preocupação muito mais urgente porque acabou o tempo entre o
fato e o conhecimento do fato , do ponto de vista do cenário
significa que não há paredes protegendo o fato do conhecimento dele.
A imagem passa então a ser tratada não mais de forma superficial ,
mas antes como um processo resultante de várias transformações na
base de todo o esqueleto da organização. A busca pela qualidade
total, a humanização do trabalho , o planejamento estratégico
começam a fazer parte da construção da marca , do conceito.
Esta nova fase tem acarretado em benefícios ao consumidor e ao
próprio trabalhador, que se envolvem com a empresa , de forma
favorável e prazerosa, tornando essa relação uma parceria fiel e
duradoura. A confiança exige o constante diálogo. O cidadão pode
atualmente participar da empresa e vice-versa. A era da
Responsabilidade Social das empresas vem a concretizar esse laço em
ações que unem em iniciativas de um lado quem pode ajudar e de
outro, quem precisa ser ajudado.
Dessa forma as RP reaparecem com força neste quadro, apoiando o
Marketing como estratégia principal para o conhecimento do querer
humano e como aproximar o conceito deste querer , apostando em novas
linguagens , na criatividade do novo relacionamento que extrapola o
nível produto/serviço-consumidor .