Marketing Relacionado à Causa: Indo Bem, Fazendo o Bem
Por André Mizrahi
24/01/2003
Com a chegada do século 21, fica cada vez mais evidente que a integração de questões sociais e de práticas de negócio não será apenas um modismo dos anos 90, mas o início de um caminho que mostra como as empresas se relacionarão com associações ou causas sociais, através de alianças estratégicas, para posicionar suas organizações e marcas para o futuro.
Numa época em que as empresas vivem numa extrema competição pelo consumidor, onde produtos e serviços estão cada vez mais se tornando commodities, inovação e diferenciação são temas cada vez mais presentes na vida dos executivos de marketing, que percebem que o desenvolvimento de estratégias emocionais e éticas, aliadas às tradicionais formas de impacto racional de comunicação da marca, podem fazer a diferença não apenas na cabeça do consumidor, mas também em seu coração e na sua alma.
E esta competição não afeta apenas o mercado corporativo. As organizações do terceiro setor, estimado em 300 mil em todo Brasil, também disputam entre si o apoio financeiro das empresas e dos doadores, além da consciência pública.
Diante destes novos cenários, surgem no mercado empresas especializadas em desenvolver soluções de Marketing Relacionado à Causa (MRC), tendo como desafio mostrar às empresas e entidades do terceiro setor as inúmeras vantagens que estão por trás deste novo tipo de parceria.
Do ponto de vista das empresas, ações de MRC possibilitam não só o aumento de imagem corporativa, mas também a possibilidade de geração de novos negócios e conseqüente aumento da lucratividade no longo prazo, através de uma filantropia estratégica. Para as entidades do terceiro setor, ações de MRC possibilita auxiliá-las a maximizar a comunicação da causa e ao mesmo tempo a viabilidade e a garantia da sustentabilidade financeira de seus projetos. Do ponto de vista do consumidor, trata-se de uma conveniente oportunidade de ajudar entidades carentes ou que prestam serviços de cunho social através de suas decisões de compra do dia-a-dia, sem custo extra.
Um exemplo de que é possível para as empresas irem bem (financeiramente) fazendo o bem (filantropia estratégica) é a promoção de Marketing Relacionado à Causa desenvolvido pela Volkswagen no mês de dezembro, que através de uma parceria estratégica com a Ação da Cidadania, desenvolveu a campanha Revisão Solidária. A mecânica é muito simples: o cliente vai a uma concessionária VW, doa 1 kilo de alimento não perecível e ganha gratuitamente a revisão de 27 itens do seu carro. Além disso, para cada quilo doado, a Fundação VW doa outro quilo de alimento. Esta iniciativa arrecadou 202 toneladas em 2002, e de acordo com informações do departamento de marketing da empresa, em 2001, quando foram arrecadados 100 toneladas, houve um aumento no volume de vendas de serviços de 12,8%, além de um forte ganho de imagem corporativa.
Existem ainda no Brasil inúmeros desafios a serem vencidos pelas grandes empresas. Um dos principais é o aumento da consciência sobre a Responsabilidade Social. Diante deste aspecto, localizar a organização certa com a qual formar uma parceria, a imaturidade do mercado de alianças intersetoriais, as diferenças culturais entre organizações com e sem fins lucrativos e as dificuldades em abandonar alguns modos de pensar tradicionais são alguns fatores críticos de sucesso para a concretização de parcerias.
Numa época de grandes mudanças e transformações no mundo do negócios, é gratificante vermos a preocupação e os esforços das empresas na construção de uma sociedade mais justa, sustentável e com menos diferenças sociais.
Por André Mizrahi
24/01/2003
Com a chegada do século 21, fica cada vez mais evidente que a integração de questões sociais e de práticas de negócio não será apenas um modismo dos anos 90, mas o início de um caminho que mostra como as empresas se relacionarão com associações ou causas sociais, através de alianças estratégicas, para posicionar suas organizações e marcas para o futuro.
Numa época em que as empresas vivem numa extrema competição pelo consumidor, onde produtos e serviços estão cada vez mais se tornando commodities, inovação e diferenciação são temas cada vez mais presentes na vida dos executivos de marketing, que percebem que o desenvolvimento de estratégias emocionais e éticas, aliadas às tradicionais formas de impacto racional de comunicação da marca, podem fazer a diferença não apenas na cabeça do consumidor, mas também em seu coração e na sua alma.
E esta competição não afeta apenas o mercado corporativo. As organizações do terceiro setor, estimado em 300 mil em todo Brasil, também disputam entre si o apoio financeiro das empresas e dos doadores, além da consciência pública.
Diante destes novos cenários, surgem no mercado empresas especializadas em desenvolver soluções de Marketing Relacionado à Causa (MRC), tendo como desafio mostrar às empresas e entidades do terceiro setor as inúmeras vantagens que estão por trás deste novo tipo de parceria.
Do ponto de vista das empresas, ações de MRC possibilitam não só o aumento de imagem corporativa, mas também a possibilidade de geração de novos negócios e conseqüente aumento da lucratividade no longo prazo, através de uma filantropia estratégica. Para as entidades do terceiro setor, ações de MRC possibilita auxiliá-las a maximizar a comunicação da causa e ao mesmo tempo a viabilidade e a garantia da sustentabilidade financeira de seus projetos. Do ponto de vista do consumidor, trata-se de uma conveniente oportunidade de ajudar entidades carentes ou que prestam serviços de cunho social através de suas decisões de compra do dia-a-dia, sem custo extra.
Um exemplo de que é possível para as empresas irem bem (financeiramente) fazendo o bem (filantropia estratégica) é a promoção de Marketing Relacionado à Causa desenvolvido pela Volkswagen no mês de dezembro, que através de uma parceria estratégica com a Ação da Cidadania, desenvolveu a campanha Revisão Solidária. A mecânica é muito simples: o cliente vai a uma concessionária VW, doa 1 kilo de alimento não perecível e ganha gratuitamente a revisão de 27 itens do seu carro. Além disso, para cada quilo doado, a Fundação VW doa outro quilo de alimento. Esta iniciativa arrecadou 202 toneladas em 2002, e de acordo com informações do departamento de marketing da empresa, em 2001, quando foram arrecadados 100 toneladas, houve um aumento no volume de vendas de serviços de 12,8%, além de um forte ganho de imagem corporativa.
Existem ainda no Brasil inúmeros desafios a serem vencidos pelas grandes empresas. Um dos principais é o aumento da consciência sobre a Responsabilidade Social. Diante deste aspecto, localizar a organização certa com a qual formar uma parceria, a imaturidade do mercado de alianças intersetoriais, as diferenças culturais entre organizações com e sem fins lucrativos e as dificuldades em abandonar alguns modos de pensar tradicionais são alguns fatores críticos de sucesso para a concretização de parcerias.
Numa época de grandes mudanças e transformações no mundo do negócios, é gratificante vermos a preocupação e os esforços das empresas na construção de uma sociedade mais justa, sustentável e com menos diferenças sociais.