As novas Tendências do Marketing e o seu Papel nas Organizações
Por Fred Tavares
22/08/2007
Segundo Kotler, o marketing é tão fundamental que não deveria ficar
restrito ao departamento de marketing de uma empresa. A sua
importância é tamanha que as ações de marketing afetam a própria
estratégia empresarial.
Explorando essa linha de raciocínio, o conceito de marketing implica
em uma abordagem que coloca a sua atividade como epicentro da
estratégia organizacional.
Se olharmos de perto a função do marketing, considerando-se a
escolha de um posicionamento estratégico, a gestão de branding , a
definição de um mercado-alvo e o processo decisório tático, fica
evidente que a estratégia competitiva, e a atuação dos outros
departamentos estão relacionadas à visão mercadológica como foco
corporativo e empreendedor.
Quando analisamos o cenário competitivo atual, podemos perceber que
o sucesso das organizações está ligado à capacidade de gestão de
marketing que as empresas têm para se organizar, se destacar e se
diferenciar na mente do mercado.
Portanto, a importância do marketing às empresas é crucial para que
estas consigam alcançar os objetivos e as metas estabelecidas em
seus planejamentos estratégicos, principalmente, no que tange ao
atingimento de vendas e lucro.
Isto só é possível, porque a área de marketing dispõe de ferramentas
a fim de compreender as necessidades e o comportamento do mercado
para avaliar e testar as ações-chave que possam garantir resultados
expressivos em uma dada competição. Sendo assim, a liderança do
marketing é determinante no que diz respeito a propor e influenciar
estratégias que atinjam os clientes de forma mais eficaz e
eficiente, pois, em uma perspectiva “clientocêntrica”, o que faz uma
empresa ser viável, do ponto de vista estratégico e comercial, é a
capacidade dela administrar e gerenciar o nível de satisfação da
demanda de forma mais inteligente e criativa que os seus
concorrentes.
MARKETING ESTRATÉGICO
O lema da estratégia em marketing é ser diferente. Significa
escolher uma posição única e exclusiva, difícil de ser copiada ou
imitada pelos competidores.
A partir dessa perspectiva, temos o pensamento porteriano da Escola
do Posicionamento como a fundamentação teórica que constitui a
essência do marketing estratégico. Ou seja, a idéia de se deliberar
um foco estreito ( trade-off ), baseado em custo ou diferenciação,
optar por um público-alvo (amplo ou estreito), e construir uma
cadeia de valores sintonizada com a decisão estabelecida são as
premissas básicas que formalizam o paradigma da essência
estratégica.
Através da análise dos pontos fortes e fracos da empresa e do
mercado concorrente, das oportunidades e ameaças ambientais, é
possível desenvolver a escolha de uma proposta de valor que vai
orientar a direção estratégica de uma marca, através da escolha
tanto de um posicionamento amplo (custo, diferenciação e enfoque)
quanto de um posicionamento específico ( unique selling proposition
) capazes de dar uma direção e robustez estratégica a uma empresa.
Além disso, é preciso observar que a decisão deve ser uma escolha
estratégica, que é fruto de uma orientação exclusiva e excludente,
devendo ser seguida, continuada e não modificada, assumindo uma
posição focalizadora e abrindo mão de outras proposições. Isto é, se
uma empresa optou por um foco em custo, não pode querer também
abordar um foco em diferenciação em sua estratégia.
Um outro ponto a ser destacado está relacionado à busca de uma
liderança de mercado. Isto é, ser o primeiro a adotar uma abordagem
focalizadora, através do conceito de n o 1, é importante para
assegurar um posicionamento na mente e no mercado ( marketingmind
approach ) de forma ímpar e criativa.
Analisando as marcas mais valiosas do mundo, segundo os dados da
Interbrand, podemos destacar um aspecto comum: a visão estratégica
de marketing como fator diferenciador que confere às empresas um
brand equity (equidade da marca) superior.
AS NOVAS TENDÊNCIAS E O MARKETING ESTRATÉGICO TOTAL
Pensar em marketing, atualmente, é lançá-lo em um olhar complexo,
que integra e interliga as ciências econômicas, sociais e humanas em
um ritmo freneticamente interdisciplinar, para poder compreender que
o estudo da sua estrutura e aplicação só é possível através de uma
abordagem holística, pois tomando o sujeito (consumidor / demanda)
como foco de análise, indubitavelmente, torna-se imperioso perceber
e investigar tudo o que está a sua volta e como as produções
estratégicas mercadológicas trabalham e atingem o imaginário desse
mercado.
Planejar o marketing é construir uma rede de interfaces a um termo
que poderíamos designar de Marketing Estratégico Total – que o
rodeiam e impactam esse consumidor, como foi dito.
Para iniciar essa jornada, abriremos a discussão com quatro pontos
cardeais dessa nova ordem que vem influenciando o marketing: a
globalização, a tecnologia, o meio ambiente e o social.
• Globalização
• Tecnologia
• Meio ambiente
• Social
O marketing, nos últimos sessenta anos, evoluiu para um cenário
global, tecnológico, social e ambiental onde as economias, as
culturas e os desejos se aproximaram, intensamente, contribuindo
para o fenômeno da sociedade da informação, tão bem apontada por
Peter Drucker; ou, para Fritjof Capra, uma sociedade em rede que
tece a globalização.
Nesse ritmo frenético e conturbado das transformações e fusões, da
nova geopolítica do mundo dos negócios, das tecnologias em rede, do
cenário social e ambiental, e da integração acelerada das diversas
mídias e ideologias estamos diante de um quadro macroambiental de
muita imprevisibilidade, que vem conduzindo o pensamento do
marketing no campo da gestão.
Porém, uma coisa é certa: estamos vivendo uma nova era onde os
consumidores / sujeitos representam um papel de ator social chave
nesse processo, sendo trabalhados tanto de forma personalizada,
individualizada através de novos gadgets eletrônicos, quanto parte
integrante do paradigma sócio-ambiental com todos os contornos de
ambigüidade, contrastes e paradoxos, típicos da pós-modernidade.
MARKETING DIGITAL
A era da informação ou sociedade informacional introduz o campo da
tecnologia digital, que oferece a possibilidade de armazenar e
difundir informações de maneira ágil e global, através do mundo dos
bits .
Com o avanço tecnológico, vem ocorrendo profundas alterações nas
relações entre os indivíduos. Essa modificação também se reflete na
maneira como as empresas fazem negócios, tendo como pano de fundo a
globalização.
Ante essa nova realidade, uma série de empresas começou a
desenvolver estratégias de marketing que fazem uso de tecnologias
digitais, desde a utilização para comunicação institucional e de
produtos até a utilização em promoção, vendas on-line , serviço de
atendimento a clientes e um conjunto de ações que são implementadas
a cada inovação tecnológica que surge no mercado. Uma revolução no
marketing.
Estratégias de marketing em B2C ( business-to-consumer ), B2B
(business-to-business ) , C2C ( consumer-to-consumer ) e A2C (
administration-to-consumer ), entre outras, fazem parte do novo
discurso tecnomercadológico das redes virtuais do consumo,
envolvendo empresas e consumidores, onde as palavras-chave são
interatividade, personalização, globalização, integração,
aproximação, convergência e democratização da informação. Sendo que
cada uma oferece uma nova dimensão à comunicação, às vendas e ao
relacionamento com o mercado.
Merecem destaque, também, a entrada neste cenário do conceito de
customização (produção e venda sob medidas) aliado às inovações
tecnológicas permanentes que propiciam ao mercado consumidor a
possibilidade de uma atomização espetacular na aquisição de bens e
serviços de forma personalizada.
Os computadores, a internet e as comunidades virtuais, através do
sistema de redes, estão influenciando uma nova forma de fazer
negócios conduzir relacionamentos no meio eletrônico. Mudanças estas
que, de certo, serão incorporadas às mídias tradicionais.
O marketing digital – webmarketing ou e-marketing – torna-se de suma
importância para as organizações, pois com a facilidade de acesso e
a horizontalização no uso dessas tecnologias, por parte da demanda,
as empresas terão que se ajustar aos novos tempos imprimindo
mudanças radicais na forma de realizar negócios e administrar
relacionamentos.