Pesquisa de Marketing é o Mapa do Labirinto
Por João Henrique Rafael Junior
10/10/2007

Algumas décadas atrás, capacidade de investir em máquinas e novas tecnologias para produção era o diferencial e a garantia de progresso no mercado. Atualmente tornou-se necessidade básica de sobrevivência para qualquer empresa. Tal fato leva-nos a refletir e perceber que agora vivemos na era da informação. Novas tecnologias e meios de comunicação surgem em velocidade incrível, possibilitando à nova geração acesso e acúmulo de informações nunca visto antes. Desse modo, as pessoas capazes de obter informações suficientes, terão o que é mais importante no novo milênio, o conhecimento. Neste contexto a pesquisa de marketing deve ser considerada, com certeza, um investimento, uma ferramenta única e valiosíssima para a obtenção e avaliação de informações, e consequentemente, a construção do conhecimento.

Segundo o dicionário online Priberam, “investir é a ação de aplicar capital na aquisição de bens para retirar proveito dessa operação”, sendo assim é inegável que a pesquisa é um dos maiores investimentos do nosso tempo, pois ela gera o que há de mais precioso, informação, que nas mãos de homens de marketing capacitados serão transformadas em puro conhecimento. Toda ação de marketing necessita dessas informações para traçar um plano estratégico, seja ele um estudo para saber o gosto, a opinião, ou a preferência de um cliente/indivíduo, ou para apurar o resultado de uma campanha de marketing ou, até, uma pré-introdução de um produto. A pesquisa, quando bem elaborada e definida sua razão, fornece a base para todo planejamento da campanha de marketing. Sem dados concretos, qualquer plano ou ação será apenas um tiro no escuro e o resultado sem previsão alguma, podendo assim, acarretar em perdas e prejuízos, imensamente, maiores que o investimento em pesquisas.

Como exemplo, poderíamos comparar o mercado a um labirinto. Seria muito complicado, e até talvez impossível, entrar sem preparação alguma em um labirinto grande e perigoso, como é nosso mercado. Muitos se arriscam e entram com a cara e a coragem, porém pouquíssimos tem a sorte de sair vivo para contar a história. E ainda, não podemos nos esquecer que este labirinto é habitado por monstros terríveis e cruéis, em alguns casos monstros gigantescos de fama lendária, que na primeira oportunidade irão devorar-te e disputar à mordidas o seu espólio, esses monstros são os concorrentes e o espólio nossos clientes. Situação complicada? Pois irá piorar. Esse labirinto não é um labirinto comum. Suas paredes nunca permanecem nos mesmos lugares, estão em constante mudança, assim como nossa economia, ou seja, o caminho certo para a saída hoje, poderá levá-lo a uma armadilha amanhã. Armadilhas? Sim, armadilhas também recheiam o labirinto do mercado, são locais que parecem seguros, porém quando você pisa, o chão se abre e te engole, o prejuízo é grande e raramente há tempo ou recurso para escapar. Uma expansão da linha, da marca, do produto, uma aquisição, uma fusão, uma campanha de marketing, todas podem parecer oportunidades a primeira vista, más sem a precaução necessária e estudo prévio podem tornar-se armadilhas que complicarão, e muito, a vida da sua empresa. Dentro deste contexto aterrador onde entra a pesquisa? É simples a pesquisa é nosso mapa. Ela irá fornecer todas as informações necessárias para que você possa percorrer o labirinto da melhor forma possível. É lógico que não será fácil, o mapa não irá matar os monstros ou desarmar as armadilhas, más você poderá desviar destes. Você pode, ainda, se perguntar: más do que me adianta um mapa se o labirinto está em constante mudança? Realmente esses mapas não possuem vida longa, se você estiver com um mapa do mês passado, provavelmente o labirinto já não será mais o mesmo, porém com atualizações constantes dos mapas podemos traçar um padrão referente às mudanças do labirinto, o que possibilitará até previsões do seu comportamento no futuro. Assim como nosso mapa, as pesquisas lidam com informações que tendem a mudar sempre, porém as informações passadas podem gerar conhecimento ao serem cruzadas com pesquisas futuras. Depois de todos esses fatos, você ainda pode discordar, bater com a mão na mesa, e dizer que pagou caro de um mapa e ele não lhe dava informações sobre o labirinto, más será que você soube explicar o que queria? Se você chegar ao vendedor de mapas e dizer, por favor, quero um mapa, e ele lhe der um mapa para a cidade perdida de Atlântida, escrito em Aramaico, ele não estará errado, foi você que não soube especificar. Portanto, assim como os mapas, as pesquisas são vitais para a empresa, porém é necessário se atentar para a elaboração de um bom briefing de pesquisa para que fiquem claras nossas intenções à firma pesquisadora.

A pesquisa pode ter fontes internas, externas, primária, secundária, ser qualitativa, quantitativa, observatória, etc. O melhor tipo, cada situação dirá, más é necessário que o homem de marketing das empresas atuais, deixe de lado, seu achismo e sua intuição, que acabam deixando-o míope, e invista na melhor fonte de informações que existe, as pesquisas, e utilize seus dons mercadológicos para elaborar briefings de pesquisas e, depois, analisar os resultados obtidos, para que desse modo consiga elaborar estratégias de marketing embasado em informações reais e concretas, desse modo muito tempo e dinheiro serão poupados e os resultados não dependeram, única e exclusivamente, da sorte.

Referências bibliográficas

Dicionário online da Língua Portuguesa http://www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx. acessado as 16h30 05/08/2007

Portal do Marketing
http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/Pesquisademercado.htm
http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/Pesquisademercadoquantitativa.htm
http://www.portaldomarketing.com.br/Artigos/Pesquisademercadoqualitativa.htm
Acessado as 11h00 05/08/2007

João Henrique Rafael Junior, formado em Publicidade e Propaganda pela Universidade Metodista de Piracicaba, extensão em estratégia de marketing pela Fundação Getúlio Vargas, Cursando MBA em marketing pela Fundação Getúlio Vargas.