Planejamento e Controle
Por Wagner Herrera
22/05/2007
Introdução
Planejar sempre foi uma necessidade do homem. Desde tempos
imemoriais o ser humano procura precaver-se das surpresas
desagradáveis tomando medidas preventivas contra toda sorte de danos
que possam prejudicar o resultado de seu intento. O homem
pré-histórico era nômade e deslocava-se sempre que os recursos (caça
e frutos) se esgotavam na região onde vivia. Depois, ele domesticou
animais entrando na era pastoril, porém continuou nômade porque
necessitava de pastagens para seus rebanhos e ainda hoje, temos
tribos no norte da África e estepes asiáticas que mantém esta
tradição.
Na era agrícola o homem deixou de ser errante e fixou-se, começou a
plantar, sendo a cultura de alimentos a primeira atividade planejada
do ser humano. Então, o agricultor precisou estocar sementes,
respeitar a data de plantio, preparar do solo, prover a irrigação,
colher e armazenar.
A agricultura foi a primeira atividade produtiva do homem onde ele,
pelo seqüenciamento racional de atividades, obteve resultados
almejados.
Conceito
“Planejar é elaborar um roteiro de ações para se atingir um
determinado fim”. (Aurélio),
“Planejar é a determinação de um conjunto de procedimentos, de ações
(por uma empresa, um órgão do governo etc.), visando à realização de
determinado projeto; planificação”. (Houaiss)
“O planejamento é uma atribuição pela qual o homem, agindo em
conjunto e através da manipulação e do controle consciente do meio
ambiente, procura atingir certos fins já anteriormente por ele mesmo
especificados”. (FRIEDMAN, 1960)
Quando o planejamento consiste em medidas de resultados a longo
prazo visando implementar estratégias e almejando a vantagem
competitiva das organizações e aumentando seu poderio em relação à
concorrência, denomina-se o Planejamento Estratégico.
Se constituído de ações que impetrem medidas que redundam em
retornos de médio prazo objetivando melhorias no produto ou serviço
através de adoção de novas metodologias e tecnologias restritos a um
departamento ou mais, denomina-se Planejamento Tático.
Medidas imediatistas (curto prazo) visando correções de desvios ou o
acompanhamento de processos restritas à setores ou seções,
denomina-se Planejamento Operacional.
O Planejamento viabiliza a visão antecipada das ações desencadeadas
ao longo de um processo, utilizando-se de todos os meios disponíveis
para se atingir os fins que se pretende:
• Prevenir surpresas, obstáculos ... previsibilidade
• Antecipar-se aos problemas ... pró-atividade
• Noção das demandas ... eficiência
• Fazer o que é certo ... eficácia
• Fazer o que tem que ser feito ... efetividade.
No planejamento, deve-se ter em conta a:
• Viabilidade Econômica: diz respeito aos custos e receitas
envolvidos no projeto, às condições de financiamento, à capacidade
de pagamento, etc.
• Viabilidade Técnica: o planejamento deve ser compatível com a
disponibilidade de matéria-prima, equipamentos, know-how e de
pessoal especializado etc.
• Viabilidade Política e Institucional: considerar a situação legal,
a aceitabilidade do plano pelos responsáveis por sua execução e
pelos que serão atingidos pelo processo.
"O planejamento não diz respeito a decisões futuras, mas às
implicações futuras de decisões presentes". PETER DRUCKER
A necessidade de planejar
Toda atividade humana realizada sem qualquer tipo de preparo é uma
atividade aleatória que conduz em geral, o indivíduo e as
organizações a destinos inesperados, decepcionantes e via de regra a
situações piores que aquelas anteriormente existentes.
Inúmeros são os prejuízos resultantes da falta de planejamento:
• aumento dos custos (prejuízos)
• aumentos do prazo de conclusão (atrasos)
• descumprimento do contrato (multas)
• perda de credibilidade (imagem)
• e por fim . . . perda do cliente !!!
O planejamento surge da necessidade de gerenciarmos um projeto ou
processo e seu produto é um plano onde relacionamos:
• escopo: objetivos a serem alcançados, abrangência;
• ordenação: seqüenciamento e precedência de execução das
atividades,
• visão: fatores críticos de sucesso - condições essências,
• previsibilidade: riscos e incertezas no desenvolvimento,
• variabilidade: prazos e folgas de cada atividade,
• quantificação: recursos necessários e disponíveis,
• aquisições: obtenção de bens e serviços externos,
• qualidade: garantia no atendimento das necessidades,
• programação: datas de início, término e datas-limite de cada
atividade,
• atribuições: responsáveis pela condução e execução,
• integração: comunicação aos envolvidos.
Controle
“Monitoração, fiscalização ou exame minucioso, que obedece à
determinadas expectativas, normas, convenções, etc”. (Houaiss)
Conjunto de etapas de:
• acompanhamento: medição, coleta e registro de informações
resultantes da execução de uma tarefa,
• avaliação dos dados coletados (desvios, erros, perdas...),
• análise e divulgação das informações resultantes da avaliação
(feedback).
O controle previne que os erros se propaguem pelas várias etapas e
se corrijam falhas do planejamento a tempo de se recuperar prazos
para atingir os objetivos inicialmente definidos, devendo ser:
• contínuo: ocorrer ao longo de todo o processo,
• interativo: concomitante com as ações planejadas (tempo real)
• iterativo: ser repetitivo,
• permanente: não deve ser interrompido,
• eficaz: apontar que o andamento das ações está em concordância com
o planejado (ou corrigir os problemas).
A detecção dos problemas (falhas / atrasos) é facilitada pela adoção
de indicadores de desempenho e / ou resultados que provêem
referenciais de acompanhamento e aferição das ações, nas
perspectivas:
• temporais (prazos)
• dimensionais (qualidade)
• ambientais (riscos)
• quantitativas (produtividade, capacidade...)
Conclusões:
O planejamento define o que, como, por quem, quando e onde as ações
devem acontecer. . .
O controle investiga e avalia os resultados das ações procurando
corrigir as falhas em tempo hábil e registrando as lições
aprendidas.
Não adianta planejar o que não vai ser controlado nem controlar o
que não sabemos como vai acontecer.
O planejamento não é uma iniciativa onde pretende-se acertar tudo e
sempre mas sim, minimizar decepções e prejuízos visando maior
eficiência e eficácia nos projetos e processos.
Wagner Herrera é Graduado em Ciência da Computação e Engenharia de
Producao na Universidade Mackenzie (SP) e pós-graduação em
Administração Estratégica no IESC- Instituto de Ensino Superior
Camões (Ctba-PR)