O Poder Sócio Econômico e a
Influência no Comportamento de
Compra
por Daniel Portillo Serrano
18/04/2006
Desde os primórdios da era
moderna o poder sócio econômico
tem influenciado os hábitos,
costumes e comportamentos de
consumidores. Não é segredo que
as grandes empresas dirigem os
lançamentos de seus produtos a
determinadas classes sociais.
São raros, atualmente, os
produtos que se adaptam a todos
os segmentos do mercado.
Diversas teorias têm estudado os
consumidores frente a diversos
fatores: satisfação,
comportamento, hábitos, etc.
Poucos estudos se fizeram em
relação ao consumidor sobre
estes aspectos. Sabe-se muito
sobre as necessidades de comer,
beber, dormir, mas, na realidade
não interessa à sociedade de
consumo que um ser humano tem
que comer, beber ou vestir algo.
O que interessa na realidade, ao
mercado, é o estudo do que
comer, o que vestir e o que
beber, ou quando uma pessoa
escolhe determinado alimento ou
bebida para saciar a sua fome e
sede, entender quais foram os
motivos que levaram a pessoa
àquela escolha (e, neste ponto,
as classes sociais diferem
completamente nos seus hábitos
de consumo). Estas são as
necessidades secundárias, que
englobam hábitos alimentares
orientados por normas,
princípios e valores de uma
determinada sociedade ou grupo
social.
Maslow pode ser um bom exemplo,
neste caso: A teoria de Maslow é
conhecida como uma das mais
importantes teorias de
motivação. Para ele, as
necessidades dos seres humanos
obedecem a uma hierarquia, ou
seja, uma escala de valores a
serem transpostos. Isto
significa que no momento em que
o indivíduo realiza uma
necessidade, surge outra em seu
lugar, exigindo sempre que as
pessoas busquem meios para
satisfazê-la. Nenhuma pessoa
procurará reconhecimento pessoal
e status se suas necessidades
básicas estiverem insatisfeitas.
Os cinco níveis da teoria de
Maslow são:
a) Fisiológicas
b) Segurança
c) Sociais
d) Status
e) Auto-Realização.
Vejamos,por exemplo, uma família
com baixo rendimento. Os hábitos
de consumo se restringirão à
compra de alimentos básicos como
feijão e arroz e roupas para se
abrigar do frio. Gastos com
segurança ou eventos sociais
estão descartados para esta
camada da população.
Usar um casaco no frio é
necessidade básica. Usar um
casaco Pierre Cardin de 5.000
Reais é uma necessidade de
aceitação social, ou secundária.
Transportar-se ao trabalho de
ônibus é uma necessidade.
Comprar uma Ferrari para passear
é um “mimo” social.
A teoria S-R (estímulo –
resposta) também se encaixa na
análise sócio econômica. A
teoria S- R utiliza-se dos
paradigmas clássicos, como
reforço, extinção, discriminação
e generalização. O reforço pode
ser primário se constituído de
uma recompensa em nível de
satisfação de necessidade
primária, ou secundário, se
constituído de elementos
socialmente aprendidos, como um
sorriso ou elogio, por exemplo,
a gravata que estamos usando, o
que fará com que compremos mais
gravatas deste tipo. O reforço
também poderá ser negativo, e
implica, neste caso, em uma
redução da recompensa. No caso
de esta ocorrer sempre, dá-se a
extinção, i.e., se nunca
elogiarem nossa gravata, ou se a
criticarem, desistiremos de
comprar e usar gravatas desse
tipo. A discriminação é o
processo que nos permite
distinguir quais são as gravatas
que merecem elogios, e a
generalização leva a crer que
todas as gravatas daquela marca
são apreciadas. Quanto maior a
classe social, maior será o
efeito do estímulo para
determinada resposta.
A teoria do comportamento
proposital de Tolman mistura
diversas outras teorias, pois
mede os estímulos e respostas,
além de trabalhar com a
cognição, percepção e valores do
indivíduo.
Estudiosos de Marketing
adaptaram o comportamento
proposital de Tolman em termos
de conceitos
expectativas-sinais-Gestalt. As
pessoas acreditam que o meio é
estruturado de forma ordenada, e
que determinados tipos de
comportamento levam a
determinados resultados.
Portanto, estas expectativas
resultam de sinais (estímulos)
que indicam as respostas
passíveis de esforço.
Em marketing, os atributos de um
produto (embalagem, anúncio,
etc.) são sinais para o
comprador. Se estes sinais são
consistentes com suas
necessidades, a resposta será
comprar o produto. Estes fatores
são fundamentais para as classes
sociais.
Daniel Portillo Serrano é Palestrante, Consultor e Professor. Bacharel em Comunicação Social com ênfase em Marketing Pela Universidade Anhembi Morumbi, e pós graduado em Administração de Empresas pelo Centro Universitário Ibero-Americano - Unibero, Mestre em Administração de Empresas pela Universidade Paulista - UNIP. É consultor de Marketing e Comportamento do Consumidor e editor dos sites Portal do Marketing e Portal da Psique . Tem atuado como principal executivo de Vendas e Marketing em diversas empresas do ramo Eletroeletrônico, Telecomunicações e Informática. É professor de Marketing, Administração, Estratégia, Comportamento do Consumidor e Planejamento em cursos universitários de graduação e pós-graduação. Contato: daniel@portaldomarketing.com.br .