Reengenharia X Qualidade
Por Wagner Herrera
22/05/2007
“É preciso mais energia e muito mais trabalho para passar da incompetência para a mediocridade do que para melhorar o desempenho da primeira classe para a excelência”. (Peter Drucker)
Este artigo não pretende comparar nem confrontar os conceitos de Reengenharia e Qualidade, até porque é descabida a tentativa, e sim conceituar e evidenciar as premissas concernentes aos dois propósitos.
Michael Hammer, tido como o pai da reengenharia, apregoa: “o objetivo da reengenharia são os processos, não as organizações”. (1994, p. 97)
“Reengenharia é o repensar fundamental e a reestruturação radical dos processos empresariais que visão alcançar drásticas melhorias em indicadores críticos e contemporâneos de desempenho...”. (1994, p.22)
F. Taylor, H. Fayol, A. Smith, W. Durant, A. Sloan... deram ênfase à estrutura organizacional e à produtividade, até porque naquela época a necessidade era “produzir mais com menos”, uma vez que a demanda era maior que a oferta; contudo, privilegiaram a departamentalização sugerindo às organizações a orientação às tarefas que são empreendidas no cerne dos departamentos, ao invés de orientadas aos processos como sugere Hammer.
Não adianta melhor o que está sendo feito de maneira equivocada, tem-se que recriar o processo - talvez esse fosse o melhor lema para a reengenharia!
Quanto à qualidade, quiçá a referência mais antiga do conceito esteja no código de Hamurabi (2.500 a.C.) onde “um artesão que construísse uma casa e ela desabasse provocando a morte do morador, seria imolado”.
Algumas acepções do vocábulo qualidade:
- "Produto(s) e / ou serviço(s) com eficácia";
- "Valor que produtos similares não possuem";
- "Fazer correto da primeira vez";
- "Maior relação custo versus benefício";
- "Conformidade com as exigências do(s) cliente(s)";
- "Adequação ao uso";
- “Fazer certo o que tem que ser feito”;...
A norma ISO 9000 define qualidade como “todas as características de um produto ou serviço que são exigidas pelo consumidor” e o manejo de qualidade como “o que a organização necessita assegurar que seu produto tem em conformidade com as exigências do consumidor” (2000).
Já a norma NBR ISO-8402 / 1986 define qualidade como sendo: "Totalidade de características de uma entidade que lhe confere a capacidade de satisfazer as necessidades explícitas e implícitas".
"Qualidade é alcançar a excelência". Um pensamento de Aristóteles poderia ser o lema da nossa qualidade pessoal: “Nós somos o quê repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato... mas um hábito”.
Os preceitos da qualidade não pretendem melhorar um produto e sim dar conformidade aos requisitos previamente definidos.
Diferenças básicas:
- Reengenharia é a deliberação da organização em melhorar radicalmente;
- Qualidade é a deliberação da organização em melhorar continuamente;
- Reengenharia é um tratamento alopático;
- Qualidade é um tratamento homeopático;
- Reengenharia é uma metodologia;
- Qualidade é uma filosofia;
- Reengenharia é um recomeçar;
- Qualidade é um continuar;
- Reengenharia é um projeto;
- Qualidade é um processo;
- Reengenharia é prescritiva;
- Qualidade é colaborativa;
Pensadores
- Ocidentais: Juran (adequação ao uso), W.E. Deming (QT/PDCA), A.V. Feigenbaur (TQC), D. Gavin (5 abordagens da qualidade), P. Crosby (adequação aos requisitos)...
- Orientais: M. Imai (Gemba kaizen), T. Ohno (ohnoísmo/toyotismo), Ishikawa (TQC), G. Taguchi (Engenharia da Qualidade).
Kaizen (kai = mudança; zen = bom, melhor - mudança para melhor).
Filosofia da melhoria contínua no trabalho (lema - não passar um dia sem implementar uma melhoria)
- 5’S: atitudes de auto-disciplina e organização no local de trabalho (gemba);
- JiT: just in time – pronto suprimento para redução de estoques; (logística);
- Kanban (cartão): auto-suprimento na linha de montagem;
- 6 Sigmas: busca do zero-defeito (Motorola);
- CCQ: círculos de controle de qualidade (pelos próprios colaboradores);
- TQM: gerenciamento da qualidade total (engloba todas as técnicas acima);
- CEP – controle estatístico do processo.
Wagner Herrera é Graduado em Ciência da Computação e Engenharia de Producao na Universidade Mackenzie (SP) e pós-graduação em Administração Estratégica no IESC- Instituto de Ensino Superior Camões (Ctba-PR)
Por Wagner Herrera
22/05/2007
“É preciso mais energia e muito mais trabalho para passar da incompetência para a mediocridade do que para melhorar o desempenho da primeira classe para a excelência”. (Peter Drucker)
Este artigo não pretende comparar nem confrontar os conceitos de Reengenharia e Qualidade, até porque é descabida a tentativa, e sim conceituar e evidenciar as premissas concernentes aos dois propósitos.
Michael Hammer, tido como o pai da reengenharia, apregoa: “o objetivo da reengenharia são os processos, não as organizações”. (1994, p. 97)
“Reengenharia é o repensar fundamental e a reestruturação radical dos processos empresariais que visão alcançar drásticas melhorias em indicadores críticos e contemporâneos de desempenho...”. (1994, p.22)
F. Taylor, H. Fayol, A. Smith, W. Durant, A. Sloan... deram ênfase à estrutura organizacional e à produtividade, até porque naquela época a necessidade era “produzir mais com menos”, uma vez que a demanda era maior que a oferta; contudo, privilegiaram a departamentalização sugerindo às organizações a orientação às tarefas que são empreendidas no cerne dos departamentos, ao invés de orientadas aos processos como sugere Hammer.
Não adianta melhor o que está sendo feito de maneira equivocada, tem-se que recriar o processo - talvez esse fosse o melhor lema para a reengenharia!
Quanto à qualidade, quiçá a referência mais antiga do conceito esteja no código de Hamurabi (2.500 a.C.) onde “um artesão que construísse uma casa e ela desabasse provocando a morte do morador, seria imolado”.
Algumas acepções do vocábulo qualidade:
- "Produto(s) e / ou serviço(s) com eficácia";
- "Valor que produtos similares não possuem";
- "Fazer correto da primeira vez";
- "Maior relação custo versus benefício";
- "Conformidade com as exigências do(s) cliente(s)";
- "Adequação ao uso";
- “Fazer certo o que tem que ser feito”;...
A norma ISO 9000 define qualidade como “todas as características de um produto ou serviço que são exigidas pelo consumidor” e o manejo de qualidade como “o que a organização necessita assegurar que seu produto tem em conformidade com as exigências do consumidor” (2000).
Já a norma NBR ISO-8402 / 1986 define qualidade como sendo: "Totalidade de características de uma entidade que lhe confere a capacidade de satisfazer as necessidades explícitas e implícitas".
"Qualidade é alcançar a excelência". Um pensamento de Aristóteles poderia ser o lema da nossa qualidade pessoal: “Nós somos o quê repetidamente fazemos. Excelência, portanto, não é um ato... mas um hábito”.
Os preceitos da qualidade não pretendem melhorar um produto e sim dar conformidade aos requisitos previamente definidos.
Diferenças básicas:
- Reengenharia é a deliberação da organização em melhorar radicalmente;
- Qualidade é a deliberação da organização em melhorar continuamente;
- Reengenharia é um tratamento alopático;
- Qualidade é um tratamento homeopático;
- Reengenharia é uma metodologia;
- Qualidade é uma filosofia;
- Reengenharia é um recomeçar;
- Qualidade é um continuar;
- Reengenharia é um projeto;
- Qualidade é um processo;
- Reengenharia é prescritiva;
- Qualidade é colaborativa;
Pensadores
- Ocidentais: Juran (adequação ao uso), W.E. Deming (QT/PDCA), A.V. Feigenbaur (TQC), D. Gavin (5 abordagens da qualidade), P. Crosby (adequação aos requisitos)...
- Orientais: M. Imai (Gemba kaizen), T. Ohno (ohnoísmo/toyotismo), Ishikawa (TQC), G. Taguchi (Engenharia da Qualidade).
Kaizen (kai = mudança; zen = bom, melhor - mudança para melhor).
Filosofia da melhoria contínua no trabalho (lema - não passar um dia sem implementar uma melhoria)
- 5’S: atitudes de auto-disciplina e organização no local de trabalho (gemba);
- JiT: just in time – pronto suprimento para redução de estoques; (logística);
- Kanban (cartão): auto-suprimento na linha de montagem;
- 6 Sigmas: busca do zero-defeito (Motorola);
- CCQ: círculos de controle de qualidade (pelos próprios colaboradores);
- TQM: gerenciamento da qualidade total (engloba todas as técnicas acima);
- CEP – controle estatístico do processo.
Wagner Herrera é Graduado em Ciência da Computação e Engenharia de Producao na Universidade Mackenzie (SP) e pós-graduação em Administração Estratégica no IESC- Instituto de Ensino Superior Camões (Ctba-PR)