Respeito ao cliente - um compromisso de
todos
Por Nildo Leite Miranda Filho
21/12/2002
Costumo, em minhas “pesquisas de
observação” por shoppings, pequenos
centros comerciais, comércio de rua,
etc, observar atentamente e analisar o
que fazem (ou não fazem) muitos
dirigentes em relação ao
consumidor/cliente.
Em muitos casos, lamento profundamente
ao ver o baixo nível de atendimento, o
mix e a má exposição de produtos, as
técnicas de merchandising utilizadas, as
estratégias e as políticas de preços
inadequadas, as mecânicas de promoção de
venda mau trabalhadas, as
incompatibilidades na apresentação
pessoal dos funcionários em relação ao
que deveria ser para o seu público-alvo,
etc, etc, etc.
Como são tantos os assuntos, abordarei,
com objetividade nesta mensagem, a
questão do atendimento para com o
cliente externo.
Ao lembrarmos de que na “concorrência
genérica” todas as empresas disputam
cada centavo de cada consumidor e de uma
frase de Sam Walton, o fundador da
Wal-Mart, “clientes podem demitir todos
de uma empresa, do alto executivo para
baixo, simplesmente gastando seu
dinheiro em algum outro lugar” não
entendemos como tantos dirigentes, sejam
eles donos de lojas, diretores,
gerentes, encarregados, etc, ficam a
discursar sobre a importância do
consumidor ou do cliente, mas na
prática, trata-o com desleixo,
indiferença, menosprezo.
Não entendemos como não possam enxergar
que, depois do cliente interno, o
consumidor/cliente externo é a pessoa
mais importante do negócio, é aquele que
merece todo respeito, toda atenção e
cortesia, que é a razão da empresa
existir, que é aquele que, na grande
maioria das vezes não depende da empresa
e sim a empresa que depende dele, que é
aquele que não interrompe, completa, que
é aquele que faz um favor quando procura
e compra produtos, que é aquele que paga
todos os salários e pró-labores, que é
aquele que sustenta empregos e famílias.
Será que esses dirigentes, não conseguem
enxergar que entre outras estratégias e
ações, podem e devem criar vantagem
competitiva através das pessoas, que
podem estabelecer objetivos mensuráveis
para o atendimento, que podem e devem
ter uma equipe treinada, que podem e
devem criar um programa de incentivos e
recompensas para que esta equipe possa
oferecer um tratamento excepcional aos
consumidores e aos clientes existentes?
Será que esses dirigentes não se dão
conta de que devem entregar valor ao
consumidor/cliente através dos produtos
e/ou serviços (ou os dois) que
comercializam ou que prestam, do
conhecimento e da habilidade de seus
funcionários e da formatação das suas
imagens? Será que não pensam em quanto
custará para um consumidor, afora o que
irá pagar pela aquisição que for fazer,
o seu tempo, a sua energia física e
psíquica para procurá-los?
Será que esses dirigentes, ao invés de
“mandar” seus colaboradores,
funcionários, ou seja lá qual for a
terminologia que utilizam, fazerem
cursos de “Qualidade no atendimento ao
cliente” (ou outros com mesmos
objetivos), não deveriam eles mesmos,
buscarem estas informações para
compatibilizarem seus discursos com a
prática e servirem de exemplo?
É para refletir e agir, pois com tanta
competição no mercado, já passou da hora
de pensar no consumidor/cliente com mais
seriedade.
* Nildo Leite é Consultor de Empresas,
palestrante, coordenador e professor de
cursos de pós-graduação e graduação em
instituições de ensino em Salvador-Bahia
nas áreas de Gestão Estratégica e
Marketing. É mestrando em Marketing e
Gestão Empresarial pela Universidade
Internacional de Lisboa – Portugal,
pós-graduado em Marketing pela Escola
Superior de Propaganda e Marketing
(ESPM-SP), em Administração com ênfase
em Recursos Humanos pela Universidade
Estácio de Sá (UES-RJ) e em Estudos de
Política e Estratégias Nacionais pela
Escola Superior de Guerra
(ESG/ADESG-BA).