Reuniões: como, quando e principalmente
para quê?
Por Gisela Kassoy
20/10/2007
Quase sempre que o cinema e a propaganda
mostram um executivo trabalhando ele
está numa reunião. E você? De quantas
reuniões participa por mês? Só daí,
pode-se avaliar a importância das
reuniões em nossas vidas. E a tendência
é que elas aumentem.
Há razões de sobra para isso: as
decisões estão menos centralizadas,
houve aumento da participação, aumentou
o envolvimento entre diferentes áreas e
entre cliente e fornecedor.
Por outro lado, diminuiu a
disponibilidade de tempo dos
participantes. É terrível estar numa
reunião enquanto a mente divaga a
respeito de outras preocupações.
Mesmo quando realmente necessárias, as
reuniões podem ser extremamente
desgastantes ou inúteis. Moral da
história: o importante hoje é a
qualidade das reuniões. Pensar um pouco
antes de realizá-las garante um bom
resultado.
Mas pensar no quê? Em primeiro lugar, na
sua real necessidade. Certas empresas
promovem reuniões devido a uma tradição.
Será não podemos transformar esse
ritual? Não podemos dispensar certas
reuniões que são meros comunicados?
As reuniões mudaram também sua forma:
são mais participativas, seus condutores
está lá para estimular, ouvir, captar
reações. Cada vez mais, as reuniões
estão voltadas para trocas. Seja de
informações, opiniões ou idéias, o
importante é o intercâmbio, a
possibilidade de nos ouvirmos uns aos
outros e enriquecermos o produto final a
partir do trabalho conjunto.
Outras reuniões são feitas para gerar
comprometimento. Ou seja, mesmo que os
participantes não foram responsáveis
pelas decisões, o espaço para perguntar,
questionar e discutir ações futuras
ajuda o envolvimento futuro, e, portanto
maximiza os resultados finais.
No fundo, a qualidade de uma reunião
depende de três componentes básicos: o
primeiro seria a agenda, que envolve a
listagem dos assuntos a serem abordados,
uma reflexão sobre o estilo de condução
que a reunião demanda, sobre a forma de
fechamento e a distribuição de tarefas
posteriores.
O segundo componente é o comportamento:
é muito comum as pessoas irem a uma
reunião para “vender seu peixe”, mais do
que para ouvir os demais. Como
resultado, a reunião se torna uma
chatice e não há troca de idéias, só
argumentação.
A forma de comunicação também é
importante: reuniões com mais de três
pessoas não são ocasiões para se pensar
em voz alta. Uma frase mal estruturada
dispersa e desinteressa os demais. Mesmo
que o conteúdo seja fundamental, não se
expressar bem da primeira vez provoca
desgaste. A segunda e terceira vez que a
opinião for colocada já vai soar como
insistência inútil.
Experimente esta breve reflexão antes da
próxima reunião. Prepare-se para ela.
Não vai levar mais do que 10 minutos.
Observe abaixo um roteiro que vai
ajuda-lo a refletir sobre sua próxima
reunião:
1. Qual(is) o(s) propósito(s) dessa
reunião? Informar? Avaliar reações a uma
decisão? Analisar problemas? Trocar e
gerar idéias? Tomar decisões?
2. Este propósito será bem atendido
através de uma reunião? Há alternativas?
3. Minha presença é realmente
fundamental? Posso delegar minha
participação à outra pessoa?
4. Em função dos propósitos da reunião,
como devo me preparar? Quais informações
devo obter? Quais idéias devo levar?
5. Em função desses propósitos, que
atitude devo ter durante a reunião?
Estou indo para “vender o meu peixe” ou
para ouvir os demais? Estou aberto para
as divergências?
6. Quanto tempo esta reunião deve durar?
O tempo de duração é de conhecimento dos
demais participantes? Como vamos nos
estruturar para que a reunião dure o
menor tempo possível?
Gisela Kassoy - Consultoria em
Criatividade - www.giselakassoy.com.br