É somente um Trabalho
Por Maria Rita Gramigna
29/03/2007

As empresas só conseguem comprar o trabalho das pessoas. Mas não compram sua alma!

Os líderes têm o direito de esperar um comportamento profissional e produtividade no trabalho. Porém, é preciso respeitar ritmo dos colaboradores.

Aprofundando:

O líder não pode esperar de um colaborador que ele seja sua imagem e semelhança. Alguns chamam esta atitude de “complexo de deus”, e com razão!.

Se um gerente faz horas-extras, leva trabalho para casa, dedica pouco tempo à sua família, faz poucos amigos e considera o trabalho o centro de tudo e ainda exige que sua equipe pense desta forma, algo vai mal... muito mal.

Em primeiro lugar, acúmulo de tarefas é, geralmente, o resultado de um planejamento ineficaz, dificuldades para delegar ou o mal dimensionamento de pessoas.

Caso isto esteja acontecendo com você, está na hora de realinhar sua atuação, parar, refletir e deixar de exigir dos outros um comportamento similar. Caso contrário, sua equipe poderá se ressentir e partir para atos pouco produtivos: faltas, atrasos, lentidão, baixa produtividade e agressividade, dentre outros.

Um caso:

Senhor “J” é um profissional exitoso numa grande organização. É muito enérgico e exigente e por isto ganhou o cargo de diretor. Esperava que seus colaboradores tivessem o mesmo nível de compromisso que ele tem.

Apesar do horário normal de trabalho ser de 8 das manhã às 18 da tarde, Senhor “J” chega sempre às 7 horas e nunca sai antes de 20 horas.

O interessante é que ele trata as pessoas de forma parcial: aqueles que atendem às suas expectativas (muito poucos) têm maiores privilégios do que os outros: recebem adicional de salário, ganham horas-extras e participam dos melhores projetos.

Senhor “J “costuma contar para seus colaboradores o caso pessoal do nascimento de seu primeiro filho. Ele se gaba de que uma hora após o nascimento do garoto, ele já estava no escritório.

Senhor “J “ tem uma frustração: ele não compreende porque seus colaboradores trabalham na área por 9 ou 10 meses e depois já querem mudar para outra. Além de tudo, no último ano, dois empregados entraram na justiça exigindo que lhes pagassem bônus de produtividade e horas-extras. Ele está mal com a administração.

Para refletir:

Como seus colaboradores descreveriam sua atitude de trabalho e vida pessoal?

Como você estabelece a distinção entre “dar o exemplo” e exigir algo de forma dissimulada?

Como você equilibra sua vida pessoal e seu trabalho?

Maria Rita Gramigna é Mestre em Criatividade Total Aplicada pela Universidade de Santiago de Compostela (Espanha). Graduada em Pedagogia pela Universidade Federal de Minas Gerais e pós-graduada em Administração de Recursos Humanos pela UNA – União de Negócios e Administração (MG). Atua no Mapeamento de Competências, contatos estratégicos com clientes, capacitação gerencial e treinamento da equipe de consultores da MRG Consultoria e Treinamento Empresarial.