Você pensa bem?
Por Gisela Kassoy
20/10/2007
Andar, pensar, cruzar os braços
são manifestações humanas que
nos parecem absolutamente
naturais. Entretanto elas são
fruto de um aprendizado
inconsciente – já reparou como
algumas crianças andam
igualzinho ao seu pai ou mãe?
Algumas pessoas adquiriram um
jeito de andar que geram
problemas de postura. Da mesma
forma, algumas pessoas possuem
um jeito de pensar que pode não
ser o mais eficaz na tomada de
decisões ou na geração de
idéias. Exemplos? Você já
participou de processos
decisórios no qual alguém está
usando sua criatividade e sua
capacidade de articular para
fazer valer o seu ponto de vista
em vez de considerar outras
alternativas? E já participou de
debates infindáveis sobre a
causa de um problema que
claramente tem várias causas?
O Prof. Edward de Bono,
considerado um dos maiores
especialistas mundiais no Uso
Produtivo do Pensamento, costuma
comparar a nossa inteligência a
um automóvel - ou seja, um
instrumento, um potencial a ser
trabalhado. Por outro lado,
nosso pensamento equivale à
forma como conduzimos este
automóvel, portanto a uma
habilidade. Isto significa que
pessoas altamente inteligentes
são capazes de cometer
"barbeiragens mentais", isto é,
usar sua inteligência para
argumentar, provar que não vai
dar certo (em vez de enfrentar
um desafio) ou podar idéias.
Reflita sobre esta história:
"Imagine uma jovem no dia de seu
casamento. Ela deveria ter
acordado sentindo-se feliz,
romântica e cheia de sonhos.
Entretanto, nossa heroína acorda
com uma forte impressão de que
está em vias de fazer uma grande
besteira. Uma voz interna clama
"não quero mais". E agora? Como
nossa heroína vai decidir este
impasse?"
Vejamos...
Há várias formas de ela conduzir
o seu pensamento, e as mais
evidentes seriam:
• Se ela pensar nas
CONSEQUÊNCIAS A CURTO PRAZO ou
no PONTO DE VISTA DOS OUTROS,
ela se casará
• Se ela pensar nas
CONSEQUÊNCIAS A LONGO PRAZO ou
se confrontar seu casamento com
seus OBJETIVOS, talvez não se
case
• Talvez seus OBJETIVOS devam
ser avaliados em função de suas
PRIORIDADES
• Se pensar em ALTERNATIVAS,
pode resolver se casar mais
tarde ou negociar com seu noivo
as questões que a preocupam
• Se ela pensar nos FATORES que
fizeram com que ela acordasse
insegura, pode chegar a
conclusão de que seu receio é
muito natural, tendo em vista o
passo que ela está dando.
No que essa noivinha pode nos
ajudar? Pense em alguma decisão
que você já tomou...Que
direcionamento deu ao seu
pensamento? Você pode inclusive
ter apenas reagido à situação,
sem ter dado nenhum
direcionamento específico.
Imagine qual teria sido a sua
decisão caso tivesse
CONSCIENTEMENTE ordenado o seu
pensamento (ex. Vou primeiro
pensar nos FATORES, depois nas
CONSEQUÊNCIAS, etc).
Experimente agora uma situação
sobre a qual ainda não decidiu.
Crie um roteiro para o seu
pensamento. Siga este roteiro.
Ajudou?
Pense nisso.
Gisela Kassoy - Consultoria em
Criatividade -
www.giselakassoy.com.br