Caos para criação, ordem para execução
Por Ivan Postigo
22/12/2010
A criação e a invenção são manifestações do desconforto.
Por que verde?
Porque era azul!
Baixo?
Sim, antes era alto!
Eletrônico?
Porque não? Não quero mais mecânico!
Curta desta vez?
Claro, chega de comprida!
Agora também com asas?
Sim, antes só tinha rodas!
Ufa, cansa...
Deus nos ouve. Todos os dias, a cada minuto, a cada segundo,
milhares de pedidos. Desesperados, assustados, gananciosos,
temerosos, culpados, arrependidos.
Só um pirulito.
Convence meu pai a me dar a bicicleta.
Faça com que ela olhe para mim.
Ah, se ele voltasse!
Uma casa, ainda que pequena.
Um carro zero, só desta vez.
E, assim, aos céus sobem as súplicas...
Ele, Soberano, atende uns e não outros.
E nós?
Confundimos sonhos com fé.
Sonho é acreditar que Deus nos dará aquilo que pedimos. Fé, que
receberemos aquilo que merecemos.
Parece a gestão do mundo, não?
É verdade!
E Deus não cansa?
Não.
Nunca?
Sim, já cansou. Na criação!
No caos Criou, no sétimo dia Descansou.
Por que é necessário o caos para a criação?
A criação tem como aliada a contestação. Ao aceitar a ordem
instalada, estabelecemos a acomodação.
A força das águas, em constante movimento, rompendo barreiras,
movimentando as turbinas, que impedem sua passagem, é que gera a
energia.
Agindo assim, faremos do caos a criação e da criação o caos. Onde
está a lógica?
No equilíbrio.
O caos é uma manifestação em busca de ordem. Como as turbulentas
águas de um rio em busca de um ponto para descanso, enquanto no
caminho mata a sede e sustenta a geração de vidas.
O caos é a força que dá ao homem o poder da criação e da
obsolescência. Que cria modos e modas. Estabelece condutas e formas
de vida.
Carros puxados por boi?
Sim, cavalos não tenho.
Interessante, não tinha pensado nisso!
Minha criação.
E como era antes?
Um caos.
E agora?
Tudo em ordem.
Essa é a dinâmica da vida que leva a questionamentos e
experimentações, que provocam sucessos e decepções.
Fracassos para os desistentes, oportunidades para os persistentes,
apatia para os negligentes e desconforto para os resistentes.
E os negócios?
Um caos com seus sinônimos. O interesse na coisa leva à transação do
trem ou do troço cujo tráfico cria o mercado e o torna um negócio.
Criação e execução demandam talentos e situações. Encontrar pessoas
e colocá-las em ambientes favoráveis é o nosso papel como gestores e
patrocinadores dos avanços nas organizações.
O patrocínio da criação é a capacidade de reunir potencial humano e
capital intelectual, despojado de orgulho e individualismo, para
questionamento das verdades e certezas.
O início do processo, para o homem comum, é a proposta do absurdo.
Ir á lua? Como? Tá louco?
Um dia o homem foi e ouvimos maravilhados quando Neil Armstrong,
deixando o módulo lunar da Apolo 11, tocando com o pé o solo do
prateado astro disse: “Um pequeno passo para o homem, um gigantesco
salto para a humanidade”.
Assim, o caos do desenvolvimento do projeto Apolo encontrava a ordem
ao pousar o modulo lunar, Eagle, no Mar da Tranquilidade. Uma região
lunar, de lava basáltica solidificada, localizada na face visível da
Lua.
Quando queremos inovadores somos, favorecendo e incentivando o caos
para a criação, estabelecendo a ordem para a execução.
Ivan Postigo é Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado
em controladoria pela USP. Autor do livro: Por que não? Técnicas
para estruturação de carreira na área de vendas e diretor da Postigo
Consultoria de Gestão Empresarial - Fones (11) 4526 1197 / ( 11 )
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