Cuide de Suas Relações Humanas
Por Glauberto Lourenço
12/08/2008

Há algum tempo o termo R.H. vem mudando para D.O. (Desenvolvimento Organizacional); D.H.P. (Desenvolvimento Humano Profissional); D.O.H. (Desenvolvimento Organizacional e Humano), D.O.S. (Desenvolvimento Organizacional e Social); enfim, você pode escolher a metodologia e a nomenclatura que quiser, mas não se esqueça das Relações Humanas. Sobre as relações profissionais permeiam várias primícias, no entanto, há uma especifica que, é a causa dos insucessos e sucessos nos processos produtivos nas empresas. Vamos falar então de Satisfação Pessoal!

A maioria das lideranças tende a querer encontrar nas pessoas de sua equipe a sua própria satisfação pessoal e, como geralmente isso não ocorre, estes líderes se frustram e começam um processo de retaliação com a equipe. Cessam-se os elogios e o egocentrismo do chefe aflora. Abre-se um abismo de comparativos insólitos que jamais gerarão reflexões positivas na equipe. Exemplo disso é quando um líder (chefe) começa a contar sua história de vida ou de carreira profissional, cheias de cicatrizes e feridas abertas, que jamais serão curadas e que, de nada agrega ou se assemelha as dos membros de sua equipe. E a frustração aumenta quando surge nos olhares dos ouvintes, nada atentos, o trágico: -“O que eu tenho haver com isso?” Neste momento o chefe passa por processo de transformação mutante (podem rir) e a guerra começa:
• “ Estes infelizes reclamam de barriga cheia...”
• “ Pagamos acima da média e eles ainda reclamam...”
• “ Reclamam do salário, mas nada fazem para melhorar sua produtividade...”
• “Tem gente aí cheia de diplomas que não ganha metade do que esse medianos estão ganhando...”
• “Eles não fazem idéia do que tive de fazer para chegar aonde cheguei...”

-Já ouviram isto? Com certeza sim!

A grande confusão é que alguns líderes, os chamados “bocas abertas”, saem buscando atender a satisfação pessoal de cada um dos componentes de sua equipe. Outro erro!

A satisfação pessoal deve estar alinhada com o foco do negócio, missão e visão da empresa, e seus colaboradores precisam acreditar nisso. Se a missão de sua empresa for internalizada por seus colaboradores e se transformar numa crença, numa reza, num mantra, a satisfação pessoal de cada um, será a de cumprir a missão da empresa e pasmem, ainda ganhar alguma coisa (salário) por isso.

- Mas como fazer isso de fato?

Primeiro Entenda:

Salário é conseqüência de trabalho, isto tem que ser óbvio para quem paga e para quem recebe. Precisa-se parar de querer que o colaborador faça de sua remuneração a melhor coisa do mundo. Para ele é apenas a troca de dinheiro (que também será trocado por alguma coisa) por trabalho.

É preciso fazer pequenas ações de valorização e que estas ações não sejam demasiadamente onerosas e muito menos, muito menos mesmo, dolorosas. Quando sua equipe não está alinhada com a missão da empresa, os benefícios, prêmios, gratificações, etc. se transformam em ônus para empresa, e o pior é que, estes ônus para os colaboradores são misérias, esmolas, poderiam ser mais, sempre mais. Muitas vezes se calcula muito os custos das ações e não se mensura o valor das ações.

Portanto, a fórmula é simples:

- A realização da missão de sua empresa deve ser a satisfação de seus colaboradores.

Então faça:
• Sua missão deve está visível e de fato ser entendida e praticada por todos, principalmente a diretoria.
• As metas devem ser tangíveis e focadas com a missão. Estabeleça compromissos, o alcance de metas será conseqüência disto.
• Os membros da equipe devem, pelo menos, sugerir ou propor mudanças.
Escute-os, faça-os sentir importantes e que a empresa vive com e através deles.
• Suas gratificações e premiações devem ser mensuradas pelo valor agregado às aspirações pessoais de quem as recebem.
• Seus colaboradores devem se orgulhar da empresa em que trabalham. Isto traz muita satisfação pessoal.
• Em suas reuniões esclareça seus objetivos, não mencione custos, fale sobre investimentos, ao estabelecer as metas diga qual o retorno esperado e o porquê de consegui-lo.
• Comemore. Festeje as vitórias e jamais lamente, pelo menos, para a equipe, as percas e ou as derrotas. No máximo mostre os resultados e avalie se foram positivos ou se, é necessário melhorá-los.

Pequenos gestos geram empatia e valor de satisfação pessoal:
• -“Olha, gostaria que hoje você fosse pra casa mais cedo, e de cabeça fria, nos trouxesse uma idéia nova para batermos esta meta...”
• -“Como está seu filho...a família...sua esposa melhorou...?
• -“A respeito de sua compensação de horas, seu esforço já as pagou em dobro, esqueça-as, curta-as com sua família...”
• -“Eu acredito em você, não precisa me trazer um atestado médico”
• -“Vejo que você hoje não está em seus melhores dias, posso lhe ajudar?”
• -“Vá para casa, depois veremos como repor estas horas” (seja honesto e simpático, senão, não o faça).

Pronto! Imagine agora a cara de surpresa de seus colaboradores, o grau de satisfação deles e o melhor de tudo, compare isto aos R$ que você teria que custear para dar algum prêmio ou uma gratificação extra. As pessoas são movidas pelo entusiasmo e nada é mais entusiasmante do que uma surpresa, uma grata e boa surpresa.

A metodologia do fazer por merecer deve ser muito bem desenhada. Hoje assistimos nas empresas a um verdadeiro show de ações mercenárias que, geram um ciclo vicioso sem fim e que, sobre qualquer pretexto as pessoas puxam o freio de mão e deixam de produzir na certeza de que os prêmios e as gratificações voltarão e serão a única salvação da lavoura.

Se sua equipe chegou a este ponto, entenda:

- Todo o entusiasmo destas pessoas está no bolso, então nada do que faça irá agradá-los mais do que dinheiro e tudo que fizerem passará por um processo de: -“O que eu vou ganhar com isso?”.

São pessoas que “criaram calos nas mãos” então assuma, você as fez assim! Então primeiro mude. Mostre-as que você mudou, tenha atitudes diferentes, refaça, inclusive, sua rotina. Ao sentirem sua mudança, mudaram também. Mas saiba que, nem todos assimilarão o processo e estes estarão fadados a saírem da equipe e por pior que isso pareça, mesmo sendo o melhor em números que você possui, para este é o fim da linha. A priori isto parece antagônico, e o é. Mas a recuperação, após a inevitável e temporária queda, será rápida e percebida pela equipe como: “Valeu à pena!” E “eu de fato sou importante!”

Lembre-se:
• Estabeleça uma sintonia de confiança com sua equipe, ou você acredita nas pessoas que estão a sua volta ou mude-se ou mude-as.
• Tenha bem estabelecidas as alçadas e dê responsabilidade e autonomia de uso delas. Mantenha mecanismos de auditoria, como procedimento básico da empresa, assim a prestação de contas não se tornará uma inquisição.
• Seja bem humorado. “Bom humor é sinal de inteligência.” (Oscar Wilde).
• Seja verdadeiro, se não for capaz de fazer tudo isso de forma simples e sincera, tenha coragem e atitude e entregue a alguém que faça.
• Tenha sempre em mente que, sem entusiasmo não há produtividade.
• Tenha certeza que o orgulho por está sendo reconhecido pelo que faz é o mais valioso dos prêmios.

Por fim, acredite:
- Vencerão as empresas que investirem naquele que produz e consume, O Homem.


GLAUBERTO LOURENÇO
Com 19 anos de atuação no mercado. Iniciou suas atividades no mercado financeiro, como Operador de Crédito. Atuou em empresas como: Banco Real, Banco ABN AMRO (Aymoré Financiamentos), Decagi Auto-Socorro, DCG Rent a Car, Domínio Treinamentos- S.O.S Educação Profissional, atualmente está a frente da área comercial da Softium Informática e atua como consultor de Marketing para a BIT Company – Fortaleza. Frequentemente ministra palestras de Marketing Pessoal, Empregabilidade e facilita cursos de Atendimento e Vendas. Gerente comercial e marketing de carreira, aredita que toda estratégia deve ser voltada aquele que produz e consume: O Homem.