E-Commerce é só para gente
grande?
Por Sandra Turchi
07/06/2010
Micros, pequenos e médios empresários provavelmente
estão se perguntando isso ao ler esse título. No seu
dia-a-dia, com tantas demandas (afinal, ele tem que
jogar em todas as posições!), como seria possível
pensar em mais uma atribuição? Pois é, mas não há
como evitar, o futuro dos negócios passa por esse
caminho, inevitavelmente.
Basta nos lembrarmos que há mais de 1,4 bilhões de
pessoas online (22% da população mundial), e esse
número muda sempre, pois todos os dias há mais de
500 mil pessoas que entram na internet pela primeira
vez! Há mais de 165 milhões de sites (em 1982 eram
315). O Brasil já é o sexto pais em número de
usuários, com mais de 50 milhões de pessoas e é o
primeiro no ranking latino. Mais de 24 milhões de
brasileiros acessam de suas casas e aproximadamente
37% dos usuários pertencem à classe C. Além disso, é
o primeiro país em tempo de navegação, pois a média
de tempo gasto pelos brasileiros é de 24 horas/mês.
A previsão de faturamento para o ano de 2008 está em
torno de 8,5 bilhões de reais, o que representa 40%
a mais que em 2007, sendo que as mulheres são
responsáveis por 50% das compras via internet.
Somente no primeiro semestre de 2008 foram emitidos
mais de 11 milhões de pedidos online. Um dos grandes
diferenciais nas compras pela web é o prazo de
pagamento, que, em geral, chega a 12 parcelas, fator
importante para a inclusão da classe C como alvo das
empresas que estão online. Os produtos mais vendidos
são livros, revistas, artigos de informática, saúde,
beleza, eletrônicos e eletrodomésticos.
E como estão as microempresas nesse cenário no país?
Mais de 30% ainda não possuem acesso à rede, sendo
que, no caso dos estabelecimentos de maior porte,
apenas 10% ainda não tem conexão. Apenas 26% possuem
website e nas empresas maiores, 64% possuem. Nas
microempresas, somente 13% se utilizam da internet
para fazer compras online, porém, no caso das
grandes, esse número se eleva a 64% e 27% das micros
e pequenas receberam pedidos online, por outro lado,
nas grandes, 45% receberam esse tipo de pedidos.
Isso demonstra que há um espaço gigantesco para a
entrada dessas empresas no mundo digital. Porém,
para que isso ocorra, será necessário levar mais
acesso e conhecimento aos micros, pequenos e médios
empresários, pois, como foi dito acima, eles detêm
pouca ou nenhuma estrutura para ficar alocada a um
projeto desse tipo, além de disporem de pouco
investimento também. Nesse sentido há iniciativas
sendo tomadas por instituições especializadas, bem
como escolas, para levar a esse grupo de
empresários, diversas soluções práticas e objetivas,
que lhe proporcionam uma ampla visão de quais os
procedimentos e investimentos serão necessários para
sua entrada no cyberespaço, para que ele possa
atender aos seus clientes de uma forma mais moderna,
bem como possa também obter novos clientes e novas
receitas, por meio desse canal tão importante que é
a internet.
Sandra Turchi é graduada pela FEA-USP, pós-graduada
pela FGV-EAESP e MBA pela Business School São Paulo
com especialização pela Toronto University e em
empreendedorismo pelo Babson College em Boston. É
superintendente de Marketing da Associação Comercial
de São Paulo (ACSP) instituição que administra o
SCPC (Serviço Central de Proteção ao Crédito). Site:
www.sandraturchi.com.br - Twitter:
http://twitter.com/SandraTurchi