Empreendedorismo
Por Wagner Herrera
26/11/2008
“É preciso ver antes, ver mais, ver melhor e ver
mais longe”.
As faculdades acima caracterizam o empreendedor,
pois empreendedorismo é fazer algo de forma
oportunista, diferenciada, criativa e revolucionária
que atenda as necessidades, interesses ou desejos de
uma clientela. Esta é a combinação perfeita para o
sucesso: 1. Oportunismo: fazer algo antes dos
outros; 2. Criatividade: fazer algo de maneira
diferente; 3. Idealismo: fazer algo que satisfaça;
4. Visionário: fazer algo que provoque impacto ou
transformação.
Para Schumpeter - pai do conceito – o
empreendedorismo está em “fazer coisas novas ou
coisas que já são feitas de uma nova maneira ...”
(apud Mintzberg et al., 2000 – pag 101) assim, o
empreendedor não é necessariamente um inovador
inato, pois inovação não é somente, produzir um bem
(produto ou serviço) inédito, mas em fazer coisas
existentes de novas maneiras, o que o caracteriza
como um oportunista (ver antes). O empreendedor é
antes de tudo um corajoso, posto que assume maiores
riscos porque acredita na sua visão do negócio e,
desta forma, caracteriza-se como idealista, que ‘vê
mais’ que os outros. O fato de vislumbrar o sucesso
em algo novo, torna o empreendedor um otimista em
querer preencher lacunas em um segmento, ‘vendo
melhor’ que os outros. Criar novas maneiras de
atender um mercado, faz dele um visionário que ‘vê
mais longe’ que os outros.
Empreendedores são obstinadas por seus projetos,
embora estejam conscientes dos riscos. Assim eram os
descobridores que “através dos séculos ... deram o
primeiro passo ao longo de novos caminhos, sem
outros recursos além de sua própria visão”. (Ayn
Rand).
O empresário tradicional procura remunerar seu
capital através do investimento em negócios, o
empreendedor procura os negócios com pouco
investimento para criar o capital. O empresário
segue ‘trilhas’ de baixo risco, o empreendedor segue
‘pegadas’ aceitando incertezas. O empresário segue
caminhos já existentes, o empreendedor abre-os. O
empresário procura lugares para criar seus negócios
e atender novas clientelas, o empreendedor procura
criar clientelas. O empresário atende clientelas com
demandas existentes, o empreendedor satisfaz
clientelas com novas demandas. O empresário aposta
na competência, o empreendedor, nas idéias. O
empresário é movido pela razão, o empreendedor, pela
emoção. O empresário busca segurança, o
empreendedor, aventura. O empresário, ao abrir um
novo negócio escolhe os capacitados que conheçam as
melhores práticas para comporem a equipe, o
empreendedor ao criar um novo negócio capacita os
escolhidos para criarem novas práticas. Quando o
empreendedor perde a criatividade, ele morre e o
empresário que existe nele, assume o lugar.
Existe o empresário-empreendedor que já tendo um
negócio, encontra novas formas de atuar; um exemplo
é o Sr. Sam Steinberg, proprietário da rede de
supermercados Steinberg´s no Canadá que inovou ao
criar o auto serviço em 1933. Já o
empreendedor-empresário é todo aquele que administra
seu negócio com competência e permanece no mercado.
Não cabe aqui comparações utilitaristas entre as
duas personagens: as caracterizações do empresário e
do empreendedor pelo realce das diferenças são para
maior compreensão dos conceitos.
O empreendedor não precisa ser, necessariamente um
empresário, posto que como funcionário pode
implementar idéias criativas, praticando o
intra-emprendedorismo, já como empresário, ele tem
que tomar todas as precauções que qualquer negócio
demanda, não bastando suas aptidões, tem que
administrar com proficiência.
Sabemos de muitas escolas e cursos específicos que
pretendem formar empreendedores e, isto válido no
que tange a despertar empreendedores adormecidos,
mas tenho dúvidas quanto à eficácia da pretensão,
posto que não se criam empreendedores em salas de
aula, são criações de berço.
Como nasce um empreendedor? Mintzberg (2000 – pag
103) cita as pesquisas de Collins e Moore (The
Organizations Makers, 1970) sobre a vida de 150
empreendedores desde a infância “...como pessoas
duras e pragmáticas ... com necessidade de
realização e independência. Em algum ponto de suas
vidas... enfrentaram um rompimento (deterioração de
papel) ... transformando seus dilemas em projeção de
negócios”. Outras características são a necessidade
de controle, ressentimento com relação à autoridade
e tendência em aceitar
Wagner Herrera é Graduado em Ciência da Computação e
Engenharia de Producao na Universidade Mackenzie
(SP) e pós-graduação em Administração Estratégica no
IESC- Instituto de Ensino Superior Camões (Ctba-PR)