Gestão Comercial e fabril - As duas
faces da mesma moeda
Por Ivan Postigo
09/01/2011
Grande parte dos problemas para
atendimento dos clientes e pedidos, em
uma organização, está na falta de
comunicação.
Por que não há telefone, fax,
computadores, corredores e portas de
acesso suficientes? Não, porque não há
observância à procedimentos e disposição
para comprometimento.
Digamos que você esteja observando os
trabalhos em uma tinturaria. O
tingimento terá que seguir um
gradeamento de cor.
Você não pode tingir, na mesma máquina,
na sequência, um tecido preto, logo
depois um branco.
Seguindo o gradeamento, vamos da cor
mais escura para a mais clara, ou vice
versa. Caso tenha que fazer mesmo a
operação, a máquina terá que ser lavada
antes.
Sendo assim, se vamos tingir de preto, é
interessante que se faça o máximo
possível, atendendo todos os pedidos e
potenciais vendas, ocupando a capacidade
máxima do equipamento, usando também o
tempo de forma adequada. Um tingimento
leva algumas horas.
Imagine você, responsável pela fábrica,
no momento em que finalizou a “partida
de tecidos”, entra na sua sala,
correndo, um funcionário do setor de
vendas pedindo-lhe pelo amor de Deus
para que atenda um novo pedido com
urgência.
São apenas 25 quilos e suas máquinas são
para 200 quilos ou 400 quilos.
Sua vontade, naquele momento, é enfiá-lo
na máquina, com o pedido e o tecido cru,
para ver se alcança a quantidade mínima
de peso, não é?
A situação inversa pode ocorrer também,
não?
A pessoa já lhe pediu para não tingir
nada em preto sem informá-lo, pois
chegam pedidos nessa cor todo momento.
Preocupado com isso, ele corre para
avisá-lo de uma venda que adicional.
Vivendo em seu mundo e não se importando
com os outros, espertalhão, você já
“mandou bala”.
Ora, você é o químico, o “mago das
fórmulas”, homem independente, não pode
esperar e não aceita sugestões e
intromissões!
Não precisa ser tecido, podemos falar de
injeção de plásticos.
Na mesma máquina você injeta tampas para
vidros de pimenta e de maionese.
Sua equipe está de olho no equipamento,
pois a ordem de produção da tampinha
vermelha para pimenta está no fim. Uma
vez atendido aquele volume fará a troca
do molde para a tampa amarela de
maionese.
Escaldado, você faz contato com o
pessoal de vendas e diz: - Vou trocar o
molde. Tem mais algum pedido da tampa
XYZ, podemos fazer um pouco mais, não
querem falar com o cliente assim
aproveitamos que estamos “batendo” esse
pedido?
Uma voz gentil do outro lado responde: -
Agora não tenho tempo!
Danado da vida você troca o molde e
começa o novo trabalho.
Meia hora depois entra em seu setor
aquele exemplo de gentileza questionando
a troca do molde, pois tem um pedido
complementar.
Lá dentro seus diabinhos estão em festa.
A maionese desandou e a pimenta está
ardendo nos olhos dele.
Não conte vantagem, o inverso também
pode ocorrer.
Quem perde com isso é a organização.
Em muitas empresas sobram conflitos e
falta gestão. Gestão de conflitos é
assunto para especialistas, por essa
razão uma questão difícil de conduzir.
Tratando dessa questão, no intervalo de
um workshop, algumas pessoas diziam
somos de paz, todos irmãos, quando um
dos integrantes, acessando a internet
disse: - Somos mesmo?
Apanhou um relatório da Cruz Vermelha e
nos mostrou que em 5.600 anos de
história foram registradas 14.520
guerras e menos de 300 anos de paz.
Para 2001 havia o registro de 30
conflitos armados em 25 países.
Perdendo os amigos, mas não a piada, e
ainda pegando uma carona nas novelas da
globo, alguém lembrou: “Siamo tutti
fratelli”.
A questão para ser resolvida precisa
antes ser entendida. Uma das grandes
recomendações vem da frase que abre o
programa "The Apprentice", comandado
pelo Donald Trump:
It's nothing personal... it's just
business.
Ivan Postigo é Economista, Bacharel em
contabilidade, pós-graduado em
controladoria pela USP. Autor do livro:
Por que não? Técnicas para estruturação
de carreira na área de vendas e diretor
da Postigo Consultoria de Gestão
Empresarial - Fones (11) 4526 1197 / (
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