Gestão do Conhecimento
Por Luciana Horta
03/11/2007
Atualmente, em um mercado competitivo,
as empresas buscam a todo tempo,
maneiras de sobreviver a este cenário
mercadológico como também de se
diferenciar em seus serviços e/ou
produtos oferecidos. Passam então, a
articular novas propostas de gestão,
dentre elas a gestão do conhecimento e a
gestão da informação.
O conceito de gestão de conhecimento e
de gestão da informação é visto sob
óticas diferenciadas, como podemos
observar nas colocações dos autores a
seguir.
Segundo Davenport (1998), a gestão do
conhecimento pode ser vista como uma
série de ações gerenciais constantes e
sistemáticas que facilitam os processos
de criação, registro e compartilhamento
do conhecimento nas organizações. Para
Alvarenga Neto (2005), gestão do
conhecimento deve ser entendida como
gestão da organização na era do
conhecimento. Na concepção do autor, as
empresas não gerenciam o conhecimento;
este se encontra incorporado em cada
pessoa e na fronteira periférica
existente entre as mentes de várias
pessoas que atuam dentro de uma mesma
organização. O que as empresas fazem é
gerenciar as condições ambientais
necessárias à criação e troca de
conhecimento novo, favorecendo o
processo de inovação, necessário à sua
sustentabilidade. A idéia de que não se
gerencia o conhecimento na concepção
estrita da palavra se aproxima da visão
de Albrecht (2004), quando diz que o
conhecimento não deve ser disciplinado.
Aqui, toma-se emprestada a opinião de
Von Krogh; Ichijo; Nonaka (2001), quando
dizem que não se gerencia conhecimento,
apenas capacita-se para o conhecimento,
facilitando-se os relacionamentos, as
conversas e o compartilhamento do
conhecimento localizado em toda a
organização, independentemente de suas
fronteiras geográficas e culturais.
Em relação à gestão da informação,
conforme defende Alvarenga Neto (2005),
ela é considerada como um dos
componentes da gestão do conhecimento.
Para o autor, a gestão da informação
deve ser vista como o ponto de partida
para qualquer iniciativa relativa à
gestão do conhecimento. No entanto, ela
não tem a preocupação com a criação, uso
e compartilhamento de conhecimentos, o
que faz a gestão do conhecimento ir
muito além da gestão da informação.
Não se nega que a gestão da informação é
apontada como uma ferramenta essencial à
gestão do conhecimento. As empresas, sem
dúvida, podem ser mais inteligentes
promovendo o entendimento do seu
business entre todos os empregados,
fazendo a informação “girar”. Mas, para
tanto, precisam transformar seus dados
em informação e depois em inteligência
ou conhecimento, conforme processo a
seguir.
DADO: reflete as operações diárias da
organização; são “brutos”.
INFORMAÇÃO: são os dados processados e
consolidados.
INTELIGÊNCIA OU CONHECIMENTO:
entendimento dos dados processados.
Entretanto, para que a gestão do
conhecimento seja considerada um marco
estratégico, torna-se necessário
investir na geração e disseminação do
conhecimento por meio de pesquisas,
estudos, artigos, palestras e aulas, que
tornam uma instituição reconhecida como
geradora de conhecimento próprio. Desta
maneira, a instituição estaria
trabalhando de forma proativa, dinâmica
e engajada ao objetivo – Gestão do
Conhecimento.
Alguns pontos podem ser considerados no
intuito de reconhecer se uma instituição
tem mesmo uma gestão voltada para o
conhecimento. São eles:
- estabelecimento de uma visão
estratégica para o uso da informação e
do conhecimento;
- aquisição, criação e transferência de
conhecimentos tácitos e explícitos;
- promoção da criatividade, da inovação,
da aprendizagem e educação contínua;
- promoção de um contexto organizacional
adequado.
Apoiando nas idéias de Carvalho e
Tavares (2001:62), “para implementar um
estado de gestão do conhecimento uma
organização precisa:
- saber identificar e disseminar o
conhecimento já existente, o seu capital
intelectual;
- saber utilizar esse conhecimento já
existente, aplicando-o com eficácia em
seu negócio;
- saber estimular a produção de novos
conhecimentos;
- saber identificar o momento em que os
novos conhecimentos são produzidos;
- saber utilizar o novo conhecimento,
direcionando-o para o seu negócio,
tornando-o essencial para o mesmo”.
Alvarenga Neto (2005) propõe que a GC
deve ser compreendida como:
O conjunto de atividades voltadas para a
promoção do conhecimento organizacional,
possibilitando que as organizações e
seus colaboradores possam sempre se
utilizar das melhores informações e dos
melhores conhecimentos disponíveis, com
vistas ao alcance dos objetivos
organizacionais e maximização da
competitividade (ALVARENGA NETO,
2005:18).
Neste sentido, vale ressaltar a
importância do benchmark em instituições
que já têm a excelência da gestão do
conhecimento, considerando que as
informações levantadas poderão vir a ser
excelentes instrumentos de comparação,
além de efervescente fonte de novas
idéias. Desta forma, espera-se a
proximidade de boa parte dos movimentos
e dos ambientes nos quais se produzem a
criação, a retenção, o compartilhamento
e a disseminação dos conhecimentos,
movimentos estes que dão suporte à
implementação de um estado de gestão do
conhecimento na organização.
Luciana Horta é Psicóloga, Especialista
em Gestão de Pessoas (RH) e em Gestão
Empresarial pela Fundação Getúlio
Vargas, Mestranda em Administração e
Professora Universitária. E-mail:
hortaluciana@yahoo.com.br