Há antivírus para combater a fofoca?
Por: Dalmir Sant'Anna
23/03/2009
Quantos fofoqueiros são necessários para substituir uma lâmpada
queimada? Três: um para realizar a tarefa operacional e reclamar
pela lâmpada ter queimado e dois para colocar em prática o vírus com
comentários negativos sobre a roupa de quem está trabalhando, a
maneira como subiu e desceu da escada e posteriormente, provocar
comentários de como ficou o resultado da iluminação.
O vírus da fofoca pode ocorrer nos locais mais diversos com pequena
ou grande quantidade de pessoas, em locais inusitados e quando um
trabalhador demonstra expressiva dificuldade em acolher as mudanças
que lhe são impostas, seja pelo ambiente profissional em que está
inserido, ou ainda, pela forma como os outros colaboradores se
relacionam, disseminando entre os colegas que o problema
frequentemente está na empresa, na gestão, na liderança, nos
equipamentos ou em algum outro fator externo. O antivírus é a ação
de não levar adiante uma fofoca, prezando em valorizar a cooperação
e estimular a proeminência do companheirismo.
Dar ouvidos a um fofoqueiro pode trazer consequências tristes –
Lamentavelmente, o fofoqueiro é ainda um personagem garantido em
muitas organizações e continuamente, lança o vírus da fofoca fazendo
com que inúmeros profissionais levem consigo experiências negativas
de empresas onde a fofoca gerou situações constrangedoras. Inúmeros
desligamentos e afastamentos de locais de trabalho foram
solicitados, em decorrência da dificuldade de adaptação à cultura
organizacional e aceitação aos colegas que frequentemente usavam da
fofoca para buscar promoções e prejudicar o crescimento de um
colaborador. Observe que há pessoas que ficam incomodadas com o
sucesso de outras pessoas e acabam não controlando a língua. Há
pessoas que aborrecidas, acabam disseminando o vírus da fofoca ao
descobrir que você conquistou o primeiro lugar em uma competição,
ingressou na universidade, iniciou um curso superior ou realizou uma
conquista pessoal. Dar ouvidos a um fofoqueiro pode trazer
consequências tristes, pois no momento de tirar os fatos a limpo,
você pode ser considerado o culpado da história.
É momento de acionar o antivírus para combater a fofoca – Quando um
colega de trabalho falar que a “boca é um túmulo” utilize o
antivírus e realize o combate da fofoca. Detecte o vírus quando um
intrigueiro somente fala mal dos outros, dissemina a discórdia e não
é capaz de avaliar as falhas cometidas. O antivírus é acionado e
entra em ação, quando a equipe de trabalho percebe que os resultados
coletivos estão sendo prejudicados em decorrência da maledicência e
dos boatos gerados por um ou mais integrantes da empresa. Para
realizar a remoção do vírus, a liderança não pode usar
intermediários. Deve solicitar uma reunião e de maneira enérgica
colocar ponto final na situação. É momento de acionar o antivírus
para combater a fofoca e compreender que o vírus pode ser
disseminado por falta de experiência, entretanto, o fofoqueiro que
recebeu uma dose de antivírus, foi alertado e já está avisado sobre
o assunto.
A etiqueta corporativa abrange respeito aos demais colegas – Você
foi convidado para um almoço por um colega de trabalho. Durante o
encontro constata que o assunto principal é a disseminação do vírus
da fofoca sobre outros colegas da empresa. Qual a sua conduta?
Primeiramente é necessário demonstrar e deixar evidente que você é
uma pessoa educada e profissional, agradecendo o convite do almoço.
Em seguida é necessário indicar que a etiqueta corporativa não é
algo fútil e seu alcance está além de distinguir entre um garfo de
salada e o do prato principal. Acione o antivírus e mostre que não
há interesse algum da sua parte, na continuidade da conversa sobre
este assunto. Observe que a etiqueta corporativa abrange respeito
aos demais colegas, principalmente, quando estes não estão
presentes. O clima organizacional perde com a fofoca através do
vírus destrutivo do respeito ao próximo.
Normalmente o fofoqueiro é o locutor oficial do programa
“disse-me-disse” da “rádio peão” ou da “rádio corredor” (rede
informal de comunicação transferida sem controle) e além de veicular
intrigas e boatos, disponibiliza parte do seu tempo para ações
improdutivas e deixa de realizar contribuições para o crescimento da
empresa. Quando um colega de trabalho entrar na sala e anunciar:
“Vocês sabem da última?”, imediatamente fique atento e acione o
“antivírus do detector de fofocas”, pois certamente, você estará
ouvindo mais uma informação sem que os principais envolvidos estejam
presentes.
Dalmir Sant’Anna – Palestrante Mágico®, autor do livro "Menos pode
ser Mais" (editora Odorizzi), pós-graduado em Gestão de Pessoas,
bacharel em Comunicação Social e mágico profissional. Visite o site:
www.dalmir.com.br.