Idéias Convergentes, Pessoas Divergentes
Por Ivan Postigo
10/11/2010
Os modelos de gestão em nossas empresas são constituídos de técnicas
consolidadas no mundo. Poucas organizações possuem gestores ou grupo
de pessoas inovando e revolucionando o processo. A incessante busca
por resultados e a pressão por respostas nos leva à procura de
formas testadas e aprovadas.
O mundo empresarial sempre foi intensamente influenciado pelas
técnicas do momento, que tem como aspecto negativo o
negligenciamento dos processos implantados e positivo a reflexão
sobre novas possibilidades.
Não existe a melhor forma, e sim aquela à qual nos adaptamos e que
nos permite maximizar desempenhos e resultados.
Seria como se perguntássemos a um atleta da nossa seleção nacional
de futebol, qual a melhor maneira para se chutar uma bola.
Certamente aquela que acerta o gol e vence o goleiro.
Com tantas possibilidades, qual o artilheiro deveria usar?
Sem a menor dúvida a que ele melhor se adapta, ainda que seja de
“bico”, afinal qual é o objetivo? Fazer o gol, correto? Não adianta
sofisticar o processo e não obter resultados.
Em gestão ocorre a mesma coisa.
As técnicas costumam chegar às nossas empresas testadas e largamente
aprovadas, contudo nem sempre conseguimos sucesso em sua
implantação.
Reúna seus gestores, apresente-lhes alguma técnica e peça opiniões.
Colherá algumas críticas, mas de modo geral ouvirá elogios e
aprovação.
Passe para o segundo estágio: implantação na empresa. A partir desse
ponto começam as dificuldades.
Ao observar as barreiras levantadas, você se perguntará: - Como é
possível divergirem tanto no desenvolvimento e implantação, quando
havia plena concordância na avaliação dos conceitos?
Há uma questão interessante quando tratamos de desempenho:
pontualidade.
A palavra poderia ser um sinônimo, rigor, por exemplo.
Qualquer que seja a técnica, para gerar resultados precisa de
estudo, planejamento, programação e controle. Todas as etapas
precisam ser atendidas com rigor.
Onde ocorrem as maiores dificuldades? Na operacionalização.
Não exatamente na execução, mas em cada momento que uma ação se
torna necessária.
Em uma reunião de planejamento, as dificuldades podem começar já nos
horários e local quando pessoas divergem.
Debatendo necessidades de recursos, barreiras podem ser levantadas,
impedindo a evolução do processo.
Atentos, perceberemos que a idéia tem plena aceitação e
convergências de opiniões, a divergência está nos propósitos e
interesses.
Este também é um fator que leva ao abandono de projetos ainda que
implantados com aparente sucesso, pois as divergências levam ao
esvaziamento e desinteresse.
Uma forte liderança conduz a equipe a se empenhar e atender todos os
passos no processo de planejamento, programação e implantação, mas
depois de algum tempo, sem esta à frente, rapidamente os trabalhos
ficam prejudicados.
Os exemplos são muitos nesse sentido, nota-se que a concordância com
os conceitos não é suficiente para garantir a continuidade da
execução.
As razões para divergências pessoais são inúmeras, e estas tem que
ser resolvidas em todas as fases, antes de se chegar ao efetivo
momento da execução.
O sucesso de qualquer projeto está diretamente ligado ao
comprometimento com o atendimento ao planejamento e programação.
O não atendimento, a falta de pontualidade e de rigor, por questões
pessoais é sabotagem. Isso é inadmissível em qualquer organização.
Quando as diferenças pessoais são impossíveis de serem resolvidas é
melhor não participar.
Nesse sentido, é importante entender que a empresa deve ser maior
que seus gestores. É a única forma de harmonizar o processo
administrativo e desenvolver projetos com sucesso.
Ivan Postigo é Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado
em controladoria pela USP. Autor do livro: Por que não? Técnicas
para estruturação de carreira na área de vendas e diretor da Postigo
Consultoria de Gestão Empresarial - Fones (11) 4526 1197 / ( 11 )
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