A Internet e os negócios
Por Sandra Turchi
08/06/2010
Muito se tem falado sobre o crescimento nos investimentos em mídia
on-line, sobre a ampliação do uso de estratégias de marketing
digital e sobre o uso cada vez maior das redes sociais digitais para
se comunicar ou vender aos consumidores, bem como sobre como essas
inovações mudam o jeito de fazer marketing.
Quando falamos disso, porém, nos parece que todas as empresas já
estão conectadas ou habituadas a utilizar essas ferramentas, assim
como também familiarizadas aos termos relativos a essas atividades.
Porém, apenas 66% das empresas paulistanas possuem website, de
acordo com pesquisa realizada pela Associação Comercial de São Paulo
(ACSP) no final de 2009 e somente 36% realizam negócios pela
internet. Ou seja, a grande maioria ainda não está efetivamente
usufruindo dos benefícios da rede para obter novas receitas ou
otimizar processos.
Isso nos leva a concluir que não bastam projetos de “inclusão
digital” de empresas. É necessário também levar a esses
empreendimentos conhecimento e condições de produzirem riqueza
utilizando a internet como plataforma para trazer novos clientes,
além, obviamente, de oferecer um atendimento mais qualificado aos
clientes atuais.
Quando observamos a alegação de 46% dos empresários de que não
realizam negócios on-line por não haver necessidade, percebe-se
outro ponto interessante: muitos, na verdade, não sabem ao certo o
que a internet pode lhes proporcionar. O ponto de partida deve ser,
então, esclarecer melhor sobre o potencial da web a essas empresas.
Outro fator importante a ser salientado é a oportunidade para
pequenas e médias empresas, fornecedoras de serviços de TI, visto
que, na maioria dos casos, as funções de TI são executadas por
fornecedores externos. Cresce também o espaço para empresas que
realizam treinamentos e cursos sobre o assunto.
Como exemplo de atividades que vem sendo implantadas para a geração
de negócios on-line é possível citar as montadoras de veículos que
usam a web para esclarecer dúvidas dos potenciais compradores antes
que eles se dirijam a uma loja para fechar o negócio. Ou o setor de
construção civil com seus lançamentos imobiliários, além do mercado
financeiro com instituições que tem feito uso inovador das
ferramentas de marketing digital, como o desenvolvimento de
aplicativos para telefonia celular, por exemplo.
O investimento dessas empresas nessas ações supera a marca de 10% de
sua verba publicitária, o que representa uma quebra de paradigma.
Entretanto, isso só tem ocorrido porque essas companhias constataram
a eficácia desse meio para trazer novos consumidores, bem como
incrementar resultados financeiros.
Falando de micro e pequenas empresas, podemos observar casos que vão
desde uma loja de produtos eletrônicos de um bairro de São Paulo até
comunidades carentes do Amapá, que comercializam seus artesanatos
pela web e os entregam dentro e fora do país.
Com isso, percebe-se uma grande movimentação por parte das MPEs no
sentido de conhecer mais sobre esse mundo novo do e-commerce e do
marketing digital para não deixar escapar excelentes oportunidades
de crescimento em seus negócios.
Sandra Turchi é graduada pela FEA-USP, pós-graduada pela FGV-EAESP e
MBA pela Business School São Paulo com especialização pela Toronto
University e em empreendedorismo pelo Babson College em Boston. É
superintendente de Marketing da Associação Comercial de São Paulo
(ACSP) instituição que administra o SCPC (Serviço Central de
Proteção ao Crédito). Site: www.sandraturchi.com.br - Twitter:
http://twitter.com/SandraTurchi