Investindo de forma inteligente
Por Nori Lucio Jr.
17/04/2009
Num ambiente mercadológico altamente competitivo com pressões
constantes por redução de despesas e custos é fundamental a sinergia
entre as gestões financeiras, de produção, marketing e vendas. Daí o
termo “governança” tão em moda ultimamente.
O “ fluxo de caixa”, que representa o pulmão da empresa, deve estar
no centro do radar comandando as decisões sobre investimentos de
curto prazo. Na prática, cada real investido, deve produzir mais que
um real em vendas como contra-partida. A diferença entre os ativos e
passivos circulantes determinam a necessidade de capital de giro,
portanto os investimentos inteligentes devem obrigatoriamente estar
associados à seu respectivo retorno.
A clareza nas métricas que determinam o retorno deve estar associada
ao custo do capital “tomado” e melhor ainda se também estiverem
associadas ao EVA combinado entre os acionistas. Uma forma simples
de analisar ROI ( Retorno sobre Investimento) dá-se pela divisão
entre lucro e investimentos (ver metodologia Dupont para melhores
detalhes).
Um plano inteligente e principalmente bem fundamentado nas mãos é o
caminho para a decisão de “tomar” dinheiro. O próximo passo é buscar
a fonte que tenha o menor “custo de capital”. Parece óbvio, mas a
decisão não é tão trivial. Pode-se por exemplo, ir ao banco ou aos
acionistas. Ambos vão cobrar determinada taxa de juros sempre
associada ao risco que envolve o empréstimo. Afinal de contas, “ Uma
empresa é uma entidade geradora de caixa que deve ser mais eficiente
que o mercado”.
Na hora de prestar contas, o “lucro contábil” não vale. O que vale é
o “lucro econômico” que remunera o acionista conforme o EVA
previamente acordado para a operação. Conclui-se portanto que as
decisões de investimentos inteligentes são aquela s que compram
ativos que produzem rentabilidade maior que seus custos. Na prática,
ter uma divida pode ser um ótimo sinal quanto seu retorno é claro e
compreensível.
Fora destes parâmetros a empresa deve viver uma “vida franciscana”.
Custos e despesas não podem ser confundidos nem negligenciados.
Impactam diretamente a margem de contribuição, analises de BEP(break
even point), geram erros nos volumes das metas de vendas e
conseqüentemente comprometem o resultado.
No fim das contas. Toda agressividade em marketing, vendas,
controladoria, processos etc... só serve para maximizar a riqueza do
acionista, ou seja, o chamado EVA. Daí saem os dividendos e a
valorização da empresa e por fim a manutenção, ou não, do emprego do
administrador.

Nori Lucio Jr. é fundador da brandMe, consultoria especializada em
planejamento estratégico. - 20 anos de experiência na indústria de
tecnologia, com passagens pela gerência de marketing e comunicação
na Intel® e Microsoft®. Formado em marketing, com especializações no
Brasil e exterior, respondeu pelo desenvolvimento de vários projetos
relacionados a construção de marca, marketing & comunicação e
desenvolvimento de canais de venda no Brasil, América Latina e
Estados Unidos.