A Parábola do Velho Lenhador
Por Ari Lima
13/05/2008
Certa vez, um velho lenhador, conhecido por sempre vencer os
torneios que participava, foi desafiado por um outro lenhador jovem
e forte para uma disputa. A competição chamou a atenção de todos os
moradores da localidade. Muitos acreditavam que finalmente o velho
perderia a condição de campeão dos lenhadores, em função da grande
vantagem física do jovem desafiante.
No dia marcado, os dois competidores começaram a disputa, na qual o
jovem se entregou com grande energia e convicto de que seria o novo
campeão. De tempos em tempos olhava para o velho e, às vezes,
percebia que ele estava sentado. Pensou que o adversário estava
velho demais para a disputa, e continuou cortando lenha com todo
vigor.
Ao final do prazo estipulado para a competição, foram medir a
produtividade dos dois lenhadores e pasmem! O velho vencera
novamente, por larga margem, aquele jovem e forte lenhador.
Intrigado, o moço questionou o velho:
- Não entendo, muitas das vezes quando eu olhei para o senhor,
durante a competição, notei que estava sentando, descansando, e, no
entanto, conseguiu cortar muito mais lenha do que eu, como pode!!
- Engano seu! Disse o velho. Quando você me via sentado, na verdade,
eu estava amolando meu machado. E percebi que você usava muita força
e obtinha pouco resultado.
Esta parábola nos ensina uma importante lição que podemos aplicar
enquanto profissionais: muitas pessoas acreditam que apenas o
conhecimento técnico é suficiente para vencer os desafios do dia a
dia nas empresas. No entanto, é preciso muito mais do que isto.
Assim como o lenhador que acreditava que sua jovialidade e força
física eram suficientes, muitos profissionais também acreditam que
apenas a competência técnica seja suficiente para realizar suas
tarefas na organização.
Como o velho lenhador que “sabia” ser necessário amolar seu machado
periodicamente, para desempenhar sua tarefa com sucesso, o
profissional eficaz entende que é necessário um conjunto de outras
habilidades para fazer com que seu conhecimento técnico possa ser
útil a organização. Ele precisará também “amolar o machado” todos os
dias.
No caso do profissional eficaz, “amolar o machado” significa
trabalhar motivado e bem humorado. Comunicar-se de maneira adequada,
e desenvolver um relacionamento interpessoal com todos: gerentes,
colegas de trabalho, fornecedores e clientes, de forma a conseguir
boa vontade e cooperação para que o trabalho seja realizado. Usar a
criatividade para inovar, buscando continuamente novas e melhores
soluções para os problemas que surgem no dia a dia.
Assim como um machado bem amolado faz com que a força de um lenhador
se torne muito mais eficaz no processo de cortar madeira, estes
comportamentos citados, certamente ajudarão a tornar muito mais útil
e eficaz o conhecimento técnico dentro de uma organização.
Muitas organizações ainda buscam contratar profissionais baseando
sua análise apenas no currículo e numa breve entrevista de emprego,
que muitas vezes, não consegue avaliar realmente a capacidade de
“amolar o machado” deste profissional.
No entanto, é possível identificar as habilidades comportamentais de
um profissional, medir sua capacidade de desempenhar as funções
técnicas e presumir como ele utiliza estas habilidades consigo e com
os demais membros de uma organização.
Também os profissionais precisam desenvolver estas habilidades.
Existem muitas escolas técnicas e universidades que podem
prepará-los de maneira adequada, sob o ponto de vista técnico.
Entretanto, de pouco utilidade estes conhecimentos lhe servirão,
caso este profissional não desenvolva, paralelamente as suas
habilidades técnicas, as competências comportamentais como:
relacionamento interpessoal, auto-motivação, criatividade e
capacidade de trabalhar em equipe, dentre outras.
Por isto, tanto os profissionais quanto as empresas precisam
entender a importância de “amolar o machado”, para fazer com que os
conhecimentos e habilidades técnicas possam ser aproveitados de
maneira adequada por profissionais motivados, bem humorados e
habilidosos no trato com as pessoas.
Ari Lima é empresário, engenheiro, consultor em marketing pessoal e
gestão de carreiras e especialista em marketing e vendas. Desenvolve
treinamento em marketing pessoal e marketing jurídico para
profissionais liberais, empresas, escritórios e estudantes
universitários. Ministra cursos, seminários e palestras realçando o
lado prático e funcional do marketing e escreve artigos diariamente
para diversos sites e revistas. Além de uma sólida formação teórica,
possui 25 anos de experiência prática em gerenciamento e treinamento
de vendedores e de gerentes de vendas, bem como atendimento a
clientes.