Portas Psicológicas Só Abrem Por Dentro
Por Ivan Postigo
08/01/2011
A humanidade se regozija com um dom que recebemos e ninguém pode nos
tirar, o livre-arbítrio.
Segundo a Wikipédia, livre-arbítrio (ou livre-alvedrio) é a crença
ou doutrina filosófica que defende que os homens têm o poder de
escolher suas ações. Atenção, aqui a palavra é poder.
Há uma corrente que considera que a expressão não faz sentido, para
agir de um ou outro modo teria que haver expectativas e o homem as
vezes se depara com um futuro desconhecido.
Deixemos de lado o purismo e as correntes filosóficas, serve como
ilustração e uma indicação para pesquisa, estudo e reflexão para
quem gosta dessa linha de trabalho.
Fato é que os homens tem a capacidade de postergar uma decisão por
tempo suficiente para refletir e deliberar sobre as conseqüências da
escolha, e lógico, fazê-las.
Para o que nos propomos a palavra escolha determina tudo, você pode
aceitar ou se recusar a fazer um trabalho, participar de um
treinamento, chegar no horário na empresa, ir receber seu premio da
loteria!
Nós podemos tentar convencê-lo de que está se prejudicado agindo
dessa forma, usando exemplos, não o enviando mais para cursos, não
recomendando sua promoção, contratando um terapeuta para tentar
mudar sua opinião, mas cabe você aceitar.
Um dia você pode já ter vivenciado no trabalho, na escola, a
experiência em que o grupo todo não concordava com as atitudes de um
dos integrantes e não havia meios de fazê-lo mudar.
Talvez não acontecessem brigas, desentendimentos, suas atitudes não
prejudicassem as pessoas, apenas ele, contudo por consideração, por
respeito, todos se importavam.
As expressões que mais se ouviam, possivelmente, eram “não entendo
porque ele age assim”, “ não adianta falar “, “só se abrirmos sua
cabeça “. Sim, figurativamente essa é a solução.
Ora, gosto do nome João, tenho um primo muito querido pela família
com esse nome. Vamos chamá-lo assim.
Nossa cabeça ( mente ) tem uma porta psicológica e apenas nós temos
a chave.
Além de sermos detentores desse instrumento, sem o qual não é
possível ter acesso, há um detalhe que complica a questão
brutalmente, essa porta só abre por dentro!
Para que possamos introduzir qualquer coisa na cabeça do João o
primeiro passo é convencê-lo a abrir a porta, sem isso vamos nos
desgastar, aborrecer e perder tempo.
É bastante comum encontrarmos empresas e profissionais se debatendo
porque não conseguem melhorar o envolvimento de pessoas em projetos,
trabalhos, apesar dos esforços e apoios oferecidos.
Quando encontrar as portas abertas será fácil introduzir motivação,
informações técnicas, regras de comportamento, idéias para as quais
gostaria de apoio, contudo cuidado, uma vez que se fechem terá um
longo e penoso caminho a percorrer caso as necessite abertas
novamente.
Quantas vezes nós mesmos não nos deparamos com as nossas portas
psicológicas não só fechadas, mas trancadas?
Com livre-arbítrio ou não, sejamos amigos, por favor, deixe as
portas abertas!
Ivan Postigo é Economista, Bacharel em contabilidade, pós-graduado
em controladoria pela USP. Autor do livro: Por que não? Técnicas
para estruturação de carreira na área de vendas e diretor da Postigo
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