Os produtos cosméticos e o comportamento
do consumidor masculino em Belo
Horizonte
Letícia Nascimento Gonçalves e Luiz
Antônio de Carvalho Godinho
08/10/2008
RESUMO:
Este artigo foi desenvolvido com a
intenção de abordar o consumidor
masculino na cidade de Belo Horizonte,
para identificar as razões das mudanças
de comportamento no que diz respeito ao
consumo de cosméticos. Foi desenvolvida
uma pesquisa qualitativa exploratória
descritiva envolvendo pequeno número de
respondentes, com questões abertas. As
pesquisas foram condizentes com o
resultado obtido nas entrevistas.
Palavras-Chave: Comportamento;
Marketing; Vaidade; Cosméticos
This article has been developed in order
to deal with the male consumer of the
city of Belo Horizonte, to identify the
reasons of the behaviour change in
relation to the cosmetics consumption.
An exploratory, descriptive, qualitative
research was developed, involving a
small number of people, with an open-
questions quiz. The researches matched
the interview results.
Key-words: Behaviour; Marketing; Vanity;
Cosmetics
1 INTRODUÇÃO
A importância da apresentação sempre foi
uma saída para que os homens se
embelezassem ao mostrar-se ao público,
assim como faziam os nobres egípcios e
gladiadores. “A vaidade do ser humano
sempre existiu, mas a naturalidade da
mulher em se expressar sempre foi maior.
A vaidade masculina, contudo, veio
ganhando espaço nas últimas décadas”
(www.terra.com.br/istoegente).
Há algum tempo os homens vêm deixando de
ser aqueles machistas no que diz
respeito à vaidade e se tornando mais
sensíveis, preocupados com a aparência
física e seu bem-estar emocional. Estão
assumindo a postura de que ser vaidoso
agrada as mulheres, sentem mais prazer
em se ver no espelho, transmite mais
auto-confiança e reflete até mesmo na
hora de ingressar em uma carreira
profissional.
Academias, salões de cabeleireiros,
spa’s e clínicas já fazem parte do
dia-a-dia de muitos homens.
O Homem é estimulado pela nova ordem do
mercado. Seja por questões pessoais ou
profissionais, a cobrança pela boa
apresentação tornou-se cada vez maior.
De acordo com os especialistas a boa
aparência gera mais autoconfiança e,
como conseqüência, melhor produtividade
(www.portalamazonia.locaweb.com.br/sites/amtv).
E para aproveitar essa vontade dos
homens de se cuidar cada vez melhor, as
empresas do ramo de cosméticos estão
investindo em linhas de produtos
especializadas para esse público e
incentivando-os ao consumo, o que
contribui para o crescimento do
potencial de vendas no setor. “A prova
de que vaidade masculina se tornou muito
mais do que um assunto para preencher
páginas de revistas é que gigantes da
indústria de cosméticos lançaram
recentemente linhas inteiras só para
eles” (www.vejaonline.com.br).
Esse projeto será desenvolvido com a
intenção de abordar o consumidor
masculino na cidade de Belo Horizonte,
para identificar quais os motivos que
têm levado os homens a usar cosméticos
para cuidar de sua aparência. Para isso,
foi desenvolvida uma pesquisa
qualitativa exploratória descritiva
envolvendo pequeno número de
respondentes nas entrevistas, com
questões abertas.
Nesse contexto, será discutida ainda a
relevância desse público-alvo como
oportunidade de negócios para as
empresas; e o significativo aumento das
vendas desses produtos, que contribuiu
até mesmo para a colocação do Brasil em
terceiro lugar no mundo entre os países
que mais consomem cosméticos.
Será feito um estudo aprofundado das
obras dos principais autores e
estudiosos dos temas que serão abordados
nesse trabalho, análise de suas teorias
e pesquisas realizadas, a fim de buscar
uma contribuição para o melhor
entendimento dos resultados a serem
obtidos.
2 ESTRATÉGIA DE MARKETING PARA
VALORIZAÇÃO DA FIGURA FÍSICA DO SER
HUMANO
Um olhar de volta ao século XVI mostra
grandes diferenças de gêneros masculinos
e femininos, onde o homem deveria ser
forte, levar o modo de sobrevivência
para a família e a mulher, bela, aquela
que cuida da casa. Como diz Vigarello
(2006, p.30) “Ser “acabado”, imóvel e
fechado, a mulher é a perfeição de
adorno: ela é também inteiramente dada.
Já o homem é o que ele se torna,
ultrapassagem, empreendimento, até mesmo
enfrentamento. Tantas diferenças
fundamentam a visão dos gêneros na
modernidade”.
Assim, é perceptível a mudança no
panorama social, como era séculos atrás
e o que se tornou hoje. O que antes era
assunto de mulher, agora passou a ser
também uma preocupação dos homens. As
pessoas passaram a admirar o que é belo,
por isso o prazer em se cuidar, em se
sentir bem, e gostar de ver-se no
espelho.
Segundo editoriais da Revista Época, o
que contribui para a mudança de
comportamento dos homens é “a crescente
participação da mulher no mercado de
trabalho, a adesão dos homens à arte de
embelezar-se e a pressão da televisão,
do cinema e da propaganda enaltecendo a
juventude”, e ao dizer sobre o mercado
de trabalho, veja-se a título de
ilustração o que diz um entrevistado por
Época: “pessoas com melhor aparência
ganham salários maiores. A lógica por
trás disso não é simplesmente que os
chefes preferem conviver com pessoas
bonitas. Quem cuida bem de si reforça a
imagem de profissional perfeccionista,
mais atento a detalhes.”
A atual onda vaidosa tem algumas de suas
raízes fincadas nos escritórios”, e
completa: “a vaidade tem duas facetas.
Uma é positiva: a idéia de que a pessoa
se preocupa com ela mesma leva à crença
de que ela está de bem com a vida, de
bem com a família e com o trabalho.
(Quando há o descuido, a imagem é de
relaxo também em relação ao trabalho). A
faceta negativa passa a idéia de
futilidade.
(http://portalexame.abril.com.br).
Para entender melhor as razões dessa
onda vaidosa, e de frente a tantas
exigências e influências sofridas, vale
saber qual é a definição de cliente para
que seja possível posteriormente,
compreender os estudos sobre essa peça
fundamental no cenário econômico. Sheth
(2001, p.29) diz que
(...) um cliente é uma pessoa ou uma
unidade organizacional que desempenha um
papel na consumação de uma transação com
o profissional de marketing ou com uma
entidade. Os clientes de uma empresa
podem estar atuando como membros de uma
família ou representantes de outra
empresa.
E são muitos os fatores que podem
influenciar o comportamento desses
clientes nas tomadas de decisões no
momento da compra de produtos e serviços
e até mesmo, nas mudanças de hábitos de
consumo. Segundo Czinkota (2001, p.138),
“comportamento do consumidor é a
atividade mental e física realizada por
consumidores domésticos e comerciais,
que resulta em decisões e ações de
pagar, comprar e usar produtos”. E como
cita Sheth (2001, p.29), “o
comportamento do cliente é definido como
as atividades físicas e mentais
realizadas por clientes de bens de
consumo e industriais que resultam em
decisões e ações, como comprar e utiliza
produtos e serviços, bem como pagar por
eles”.
E por estar ligada nas mudanças de
comportamento de seus consumidores,
buscando entender os elementos internos
e externos que os influenciam na hora da
compra, que o setor de prestação de
serviços e vendas no varejo está tendo
um crescimento rápido e significativo.
As empresas que estão atentas ao mercado
e conseguem detectar as novas
necessidades ao longo do tempo, podem
voltar a atenção para o seu atendimento,
e investir no desenvolvimento de
produtos que realmente são desejados
pelas pessoas. Para Czinkota (2001,
p.330) “o varejo consiste da atividade
final e dos passos necessários para
colocar mercadorias produzidas em outros
lugares nas mãos do consumidor ou para
prestar serviços ao mesmo”.
Para acompanhar de forma correta e
lucrativa as novas oportunidades do
mercado, as empresas precisam trabalhar
bem seu marketing de produto, o que
envolve o planejamento, estratégias,
análise e pesquisa de mercado e todo o
acompanhamento do produto. Kunsch (2003,
p.207) explica que
essencialmente o planejamento é uma das
funções administrativas, e das mais
importantes, permite estabelecer um
curso de ações para atingir objetivos
pré-determinados, tendo em vista,
sobretudo, a futuridade das decisões
presentes, a fim de interferir na
realidade para transformá-la.
Para orientar a empresa da maneira mais
eficiente possível, é ideal a montagem
de uma estrutura para projetar toda a
estratégia de marketing elaborada. Essa
estrutura pode ser um conjunto de
atividades que no mundo do marketing se
chama Mix de Marketing ou os 4 P`s do
Marketing, o que envolve os estudos e
suas aplicações do produto, preço, praça
e promoção. Cita Kotler (1999, p.124):
“a estrutura dos 4 P’s requer que os
profissionais de marketing decidam sobre
o produto e suas características,
definam o preço, decidam sobre como
distribuir o produto e selecionem
métodos para promovê-lo”.
Após a criação do produto ou serviço, e
tudo que se refere às suas
características, embalagem, marca,
design, produção e qualidade, chega a
etapa da introdução no mercado, ou seja,
apresentá-los ao consumidor e
disponibilizá-los de maneira que possam
comprar e consumir. Essa etapa é
considerada a “Praça” no composto de
marketing, o que envolve canais de
distribuição, estoque, transporte,
variedades.
E para garantir que tal produto gere
lucro durante toda a sua vida, torna-se
necessária a implementação de
estratégias, a “Promoção”, o que visa
promover o consumo destes por meio de
propagandas, força de vendas, relações
públicas e marketing direto.
Para Czinkota (2001, p. 251) “a
estratégia de marketing deve ser
adaptada para satisfazer as
oportunidades e os desafios especiais de
cada estágio do ciclo de vida do
produto”, e completa: “ciclo de vida do
produto é o ciclo de estágios que o
produto atravessa do nascimento até a
morte: introdução, crescimento,
maturidade e declínio.”
E para finalizar o processo, é preciso
uma avaliação do desempenho em relação
aos objetivos almejados nas ações e
planos de marketing e seus respectivos
impactos no mercado consumidor.
3 METODOLOGIA DE PESQUISA
Para que realizar uma pesquisa? O que é
uma pesquisa?
Para Gil (1999, p.42) a pesquisa tem um
caráter pragmático, é um “processo
formal e sistemático de desenvolvimento
do método científico. O objetivo
fundamental da pesquisa é descobrir
respostas para problemas mediante o
emprego de procedimentos científicos”.
(...) a pesquisa é uma atividade básica
das ciências na sua indagação e
descoberta da realidade. É uma atitude e
uma prática teórica de constante busca
que define um processo intrinsecamente
inacabado e permanente. É uma atividade
de aproximação sucessiva da realidade
que nunca se esgota, fazendo uma
combinação particular entre teoria e
dados. Minayo (1993, p.23)
Contudo, para melhor contribuição ao
tema deste trabalho, foi desenvolvida
uma pesquisa qualitativa descritiva de
caráter exploratório, visando uma maior
aproximação com o tema, uma vez que os
cinco entrevistados têm experiências
práticas com o assunto em questão. A
técnica de amostragem utilizada foi a
não-probabilística intencional.
4 ANÁLISE DOS DADOS
A primeira questão quis saber o que o
homem pensa daquele que se preocupa com
sua aparência. 40% dos entrevistados
disseram que o homem deve ter um cuidado
especial com sua aparência física assim
como as mulheres, mas o que não
significa que essa seja uma atitude de
homossexuais. 20% pensam que cuidar da
aparência é o básico, até mesmo por
questão de higiene. Um entrevistado
acredita que o homem que se preocupa com
sua aparência física hoje está apenas
coerente com seu tempo. E 20% dizem que
é importante que os homens preocupem em
se cuidar devido a questão
sócio-econômica hoje vivenciada por
eles, no que diz respeito à aproximação
entre homens e mulheres. Segundo
Entrevistado 5 “hoje é importante que
nós homens nos preocupemos com a
aparência, principalmente devido às
mulheres estarem cada vez mais próximas
da igualdade em todos os sentidos e,
quando se cuida da aparência,
automaticamente se cuida da saúde”. “A
chegada do homem ao universo da beleza
foi construído por mulheres exigentes. E
vem ganhando força com a vaidade
assumida e o empreendedorismo masculino”
(www.abevd.org.br).
Na segunda questão, foi perguntado aos
entrevistados se eles acreditam que os
homens têm se tornado mais vaidosos e
por que. “A vaidade masculina deixou na
poeira o estilo troglodita de um tempo
atrás e se entregou à infinidade de
roupas e estilos disponíveis, aos
cosméticos sofisticados e cuidados com o
corpo e alma”
(www.estilo.ig.com.br/noticia). Isso
pôde ser comprovado nas pesquisas
realizadas uma vez que 100 % dos
respondentes disseram que sim, sendo que
20% acreditam que é devido a quebra de
tabus de que a vaidade era um assunto a
ser tratado por pessoas do sexo feminino
e pelas campanhas de marketing que tanto
influenciam a sociedade, e 80% deles
colocaram que a exigência do mercado de
trabalho tem sido um fator bastante
influenciador para isso. Pode se ver na
resposta do Entrevistado 2 o quanto esse
último aspecto é realmente relevante:
“acho que as próprias mulheres têm
exigido mais, o mercado de trabalho e
até mesmo para que ele possa se sentir
melhor. Você não se sente melhor quando
está bem cuidada, bonita? O homem
também. E eu não contrato para minha
empresa uma pessoa que eu sei que não se
cuida, que já chega para uma entrevista
com a barba sem fazer e com as unhas
sujas”. Isso comprova mais uma vez o que
diz na Revista Época, registrado em
páginas anteriores.
Ao perguntar para os entrevistados sobre
o que para eles é ser um homem vaidoso,
60% responderam que ser vaidoso é cuidar
não só da beleza física, mas também da
saúde e bem-estar. O Entrevistado 4 diz
que ser vaidoso “é ser preocupado com
sua saúde, mente e corpo, e bem estar.
Lógico que também é bom nos preocuparmos
com a aparência, porém não se deve
confundir boa aparência com beleza. A
beleza de alguns é fato, porém nem
sempre o belo está saudável”.
A beleza não agrada só aos olhos. Ela
faz bem ao coração e sacia o ser humano.
Estar sempre impecável não é uma questão
apenas estética. É preciso se dedicar
com carinho e atenção à saúde e à
alimentação. A pessoa com auto-estima
boa apresenta-se sempre vaidosa
(www.diariodemarilia.com.br)
E os 40% restantes não citaram a saúde
no processo da vaidade, apenas falaram
do que diz respeito à beleza física,
como o Entrevistado 3: “é manter o
cabelo cortado, a barba feita e as unhas
sempre limpas e aparadas. Usar
desodorante, colônia, creme para
barbear, loção pós-barba, enxaguante
bucal, gel de cabelo, creme de cabelo,
creme para o rosto, talco para os pés.
Que se preocupe em ter relógio de pulso
social e também esporte. Que combine o
cinto com o sapato, a gravata com a
camisa, bem passada é claro. Tudo isso
apenas para se olhar no espelho e se
sentir bem e bonito”.
Sobre o uso de cosméticos para cuidados
com a pele, 100% dos respondentes
disseram que utilizam creme hidratante
para o corpo. E 40% além do hidratante,
também usa creme para as mãos, como se
pode ver na resposta do Entrevistado 2:
“uso hidratante nos braços e nos pés.
Para as mãos, tenho um kit com
esfoliante e hidratante que uso sempre”.
“No Brasil, estima-se que cremes e
loções hidratantes (especialmente para
mãos e rosto) freqüentem 30% dos
armários masculinos. Os novos hábitos
incluem limpeza e hidratação tanto da
pele quanto dos cabelos”
(www.terra.com.br/istoedinheiro).
Na questão de número 5, que fala do modo
especial de cuidado com os cabelos, 60%
dos homens responderam que usam algo a
mais que apenas o shampoo e
condicionador. 20% disseram que utiliza
apenas shampoo e 20% têm um cuidado
especial para deixar os cabelos com
melhor aparência. Podemos verificar nas
citações dos entrevistados 2 e 5,
respectivamente: “uso shampoo especial
para caspa que mando manipular, uma
loção também anti-caspa e condicionador
comum. Meu cabelo é muito liso, não
precisa de muita coisa. Só tenho esse
cuidado mesmo com as caspas, que é muito
desagradável”, e “uso diariamente
shampoo e condicionador. Também uso
finalizador para pentear”.
Ao perguntar se o entrevistado acredita
que as barbearias estão perdendo espaço
no mercado para os salões de beleza e
por que, 100% deles disseram que sim por
acreditarem que as barbearias não estão
de acordo com a contemporaneidade, não
se modernizaram como os salões e têm um
leque de serviços muito restrito.
Pode-se ver na resposta do Entrevistado
4: “não se trata de acreditar ou não que
as barbearias estão acabando, é fato.
Ainda existirão algumas barbearias, mas
esse nicho esta realmente mudando. A
minha barbearia, que existia na Savassi
há mais de 50 anos no mesmo lugar,
fechou e deu espaço a um salão
especializado, onde alguns de seus
cabeleireiros participam até mesmo de
campeonatos em outros países”. “A busca
por serviços de alta qualidade tem feito
muitos homens abandonar os salões de
barbeiro, onde um corte de cabelo custa
em média 40 reais, e entregar suas
madeixas a hairstylists de luxo, que
cobram em torno de 130 reais”
(www.veja.abril.com.br).
Quanto à freqüência em que os
entrevistados vão aos salões de beleza
para se cuidar, 40% responderam que vai
ao salão mensalmente, apenas para cortar
os cabelos. Outros 40% respondeu
quinzenalmente, pois além de cortar os
cabelos, fazem a barba. E apenas o
Entrevistado 1, 20% do total, disse que
utiliza os serviços de um salão
semanalmente: “uma vez por semana para
fazer as unhas e de quinze em quinze
dias para depilar e fazer as
sobrancelhas. Para manter as unhas
limpas, cortadas e pintadas. E a barba,
graças a Deus cresce pouco, dá para
esperar um pouco mais”.
Ao perguntar sobre quais fatores são
influenciadores no momento da compra de
determinados produtos de beleza, 100%
dos entrevistados responderam qualidade,
40% disseram que a fragrância ajuda na
hora da decisão, 40% são influenciados
pela marca dos produtos, 60% pelo preço
e outros 60% seguem a indicação de
outras pessoas. O Entrevistado 5 disse:
“olho a qualidade, preço e fragrância. E
o que minha namorada falar que é bom”.
E para finalizar a pesquisa, foi
perguntado aos homens como eles acham
que as mulheres reagem ao vê-los com
unhas feitas, cabelos bem cuidados ou
usando um hidratante corporal. 100% dos
entrevistados acreditam que as mulheres
gostam e devem se sentir melhor ao lado
de uma pessoa bonita e vaidosa. Como
disse o Entrevistado 2: “acho que elas
devem gostar. É horrível conviver com
uma pessoa que não está nem aí para se
cuidar, que anda sujo e mal arrumado.
Minha esposa gosta que eu me arrume. Às
vezes ela mesma já compra cremes para
mim, porque sabe que se deixar o dela a
mostra, eu uso tudo”.
5 CONCLUSÃO
Pôde-se perceber que realmente chegou a
hora e a vez da vaidade masculina entrar
em cena. De acordo com editoriais da
revista Shopping Centers, “já não basta
um belo terno e um bom relógio. Neste
início de século, o homem tem se
mostrado muito mais preocupado com a
aparência e é cada vez maior a presença
masculina em institutos de beleza”.
Segundo pesquisas em sites e revistas,
os homens não são mais os mesmos de
alguns anos atrás. Eles se preocupam em
estar bonitos, fazer as unhas, tratar
dos cabelos, e ir ao salão de beleza
para ter um tratamento e serviços
diferenciados das antigas barbearias em
que freqüentavam. Tudo isso para que?
Para se sentirem bem, belos, agradar as
mulheres e até mesmo concorrer com elas
no mercado de trabalho que tem se
tornado cada vez mais exigente.
O universo masculino está sendo
influenciado pela intensa aceitação das
mulheres pelas empresas, para preencher
cargos cada vez mais elevados; pela
mídia, que impulsiona essa vaidade
através de atores de novelas que se
mostram cada vez mais belos e lançam
tendências; o marketing, que cria
necessidades nos consumidores e faz que
eles busquem satisfazê-las
preferencialmente, com os produtos
ditados por ele; e ainda por acreditarem
que as mulheres consideram a aparência
física importante até para se ter um
relacionamento duradouro.
Contudo, os resultados apontaram que
realmente o público masculino está
vivendo uma nova fase, uma nova era. A
era da vaidade, do embelezar-se. E o que
é melhor, sem grandes preconceitos por
parte da sociedade e de si mesmo. Hoje,
os próprios homens estão percebendo a
necessidade de se cuidar e o prazer em
fazer isto.
A compra e o uso de cosméticos para
tratar da pele e dos cabelos está se
tornando um hábito constante no dia a
dia dos homens. Já não basta apenas um
shampoo e condicionador para deixar os
fios bonitos, é necessário também um
finalizador, um creme para pentear, um
cuidado especial. E pedem opinião para
amigos e parentes para que possam
adquirir um produto melhor, além de
observar a fragrância que mais agrada, o
preço e qualidade dos mesmos.
O salão de beleza tem sido um lugar
considerado agradável por este público,
que mesmo sendo a minoria que os utiliza
semanalmente, vão ao salão pelo menos
uma vez ao mês. É possível perceber que
nenhum deles citou a barbearia como
sendo um local ideal para cuidar dos
cabelos. Além disso, acreditam que as
mulheres agradam desse novo jeito
masculino e que não se incomodam de
ganhar a companhia deles nos salões de
beleza.
Por fim, as entrevistas realizadas
comprovam o que dizem os autores
pesquisados para a realização deste
trabalho. O Brasil tem suas razões para
estar em terceiro lugar no mundo entre
os países que mais consomem cosméticos,
uma vez que tem como marca cultural a
beleza de seu povo e não só as mulheres,
mas também os homens estão contribuindo
para essa colocação. O Guia Mundial de
Estatísticas diz que
(...) com o objetivo de melhorar a
aparência, um número cada vez maior de
homens e mulheres recorrem a lançamentos
do promissor mercado de cosméticos. Em
2006, o Brasil assumiu a terceira
colocação no consumo mundial de produtos
cosméticos e de toaletes, posição que
manteve em 2007”.
E, dessa forma, as inteligentes empresas
do ramo de cosméticos têm a oportunidade
de faturar alto caso saiba aproveitar
essa nova oportunidade de negócio.
O aumento do poder aquisitivo das
classes C e D em 2007 colocou o País na
posição de segundo maior consumidor
mundial de desodorantes, produtos para
cabelos, higiene bucal, perfumaria e
cosméticos masculinos e para crianças. A
pujança desse mercado já faz com que
grandes empresas, como a Avon e
Unilever, aumentem os investimentos para
atender à crescente demanda
(www.odiariodemogi.inf.br)
Mas torna-se necessário a sugestão, de
que para a realização de outros
trabalhos sejam realizadas pesquisas com
maior número de amostragem, para que
possa assim, dar mais credibilidade ao
texto e melhor comprovação do tema
proposto.
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Apresenta informações sobre o Brasil e o
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