Responsabilidade Social: Como os clientes da nova economia vêem o
seu negócio
Por Carlos Hilsdorf
23/01/2009
Cinco conceitos marcam esta nova fase do capitalismo e da
competitividade entre as empresas: inovação, responsabilidade,
ética, inclusão, uma nova gestão da sazonalidade.
O mercado, de fato, amadureceu, não tanto quanto o desejável, mas
amadureceu o suficiente em sua capacidade de observação, bem como na
mensuração de valores intangíveis e valores agregados à imagem de
marca de uma empresa.
Esta é a era das ongs, da rastreabilidade, da necessária diminuição
da informalidade, dos ecologistas, enfim é a era da maturidade de um
mercado que passa a valorizar a postura e a atitude de uma empresa e
não somente a qualidade de seus produtos e serviços. Esta é,
portanto, a era por excelência da responsabilidade social, que não é
criação moderna, mas está sob as luzes dos holofotes do mercado
neste exato momento.
Responsabilidade deriva do latim "respondere", que significa
capacidade de assegurar, responder firmemente. Em termos de
marketing, a responsabilidade social é a ?resposta? que seus
clientes esperam de suas atitudes e decisões de impacto social e
ambiental em função de preferirem a sua marca. Responsabilidade
Social hoje é parte integrante do posicionamento e da imagem de
marca.
Podemos definir o conceito de responsabilidade social empresarial
como sendo:
O estilo de gestão caracterizado pela ética e transparência na
relação da empresa com todos os seus públicos, sincronizando suas
metas empresariais ao desenvolvimento sustentável da sociedade,
respeitando as diferenças, esforçando-se pelo estabelecimento de uma
sociedade mais justa e, buscando garantir os recursos naturais e
culturais que permitam à sociedade a sua manutenção e evolução
através das próximas gerações.
Percebemos que o setor privado assumiu com grande eficácia, parcelas
das responsabilidades anteriormente atribuídas apenas ao Estado.
A Cidadania Corporativa faz com que as empresas sejam sujeito e
objeto de uma realidade da qual participam e ajudam a definir.
A carência social brasileira em setores como educação, saúde, e
alimentação, superam as capacidades administrativas e orçamentárias
do Estado, e isto é fato.
Ao assumir a co-responsabilidade por estas atividades, o setor
corporativo está fazendo um fantástico investimento na melhor linha
Keynesiana. Basta pensar que o país possui 15 milhões de analfabetos
que além de suas dificuldades em termos de renda, tornam-se
consumidores inapropriados para uma era altamente tecnológica, cuja
competitividade se dá através de sutilezas que somente com educação
e cultura se pode perceber, assimilar e utilizar.
É fundamental que paralelamente ao amadurecimento das nossas
exportações, ocorra também um amadurecimento do mercado interno com
consumidores mais especializados dotados de um maior poder de compra
para absorverem a parte da produção não destinada à exportação.
A responsabilidade social vai aos poucos contribuindo para construir
essa realidade.
Atuar na cidadania corporativa através da responsabilidade social é
um fantástico investimento do qual dependem os níveis de negócios e
da atividade econômica que enfrentaremos daqui a alguns anos, e seus
efeitos começam a ser sentidos imediatamente pelos clientes mais
maduros e conscientes que passam a fazer escolhas conscientes
balizadas por valores, escolhendo a que marcas ele como indivíduo se
sente confortável a filiar-se, defender e propagar. Pensemos nisso!
A questão é muito mais profunda do que parece. Como diria Theodore
Levitt "sua empresa é como ela é percebida pelo mercado e não como
você imagina que é..."
Vamos agir de maneira consistente em nossa responsabilidade social.
Estaremos construindo um mundo melhor e um mercado capaz de
sustentar nosso crescimento econômico.
Carlos Hilsdorf
Considerado pelo mercado empresarial um dos melhores palestrantes do
Brasil. Economista, Pós-Graduado em Marketing pela FGV, consultor e
pesquisador do comportamento humano. Palestrante do Congresso
Mundial de Administração (Alemanha) e do Fórum Internacional de
Administração (México). Autor do best seller Atitudes Vencedoras,
apontado como uma das 5 melhores obras do gênero. Presença constante
nos principais Congressos e Fóruns de Administração, RH, Liderança,
Marketing e Vendas do país e da América Latina. Referência nacional
em desenvolvimento humano. www.carloshilsdorf.com.br