Venda Valor, não preço!
Por Paulo Araújo
15/11/2008
Você pagaria um milhão de dólares em um
anzol de luxo? Olha que é feito com ouro
dezoito quilates, brilhantes e tem
detalhes em rubi. Esta caro, né? Mas se
eu fosse um lambari eu preferiria ser
fisgado por esse anzol. Já que irei para
o além que seja de uma forma “chic”.
Agora quero lhe vender uma pizza que
custa só, eu disse só mil dólares.
Perceba que é uma pizza com caviar,
lagosta, salmão selvagem, queijos
magníficos e tem até um pouquinho de
ouro em pó.
Você deve estar pensando que sou louco e
que ninguém pagaria esse preço nos
produtos acima. Pois para a sua surpresa
a pizza acima vende muito bem obrigado e
o anzol, longe de ser papo de pescador,
já tem lá seu cliente vip.
O caro não existe, o que existe é uma
percepção de caro que está na mente do
cliente. Todo vendedor diz que preço é o
maior obstáculo para aumentar suas
vendas, mas se todo mundo tiver preço
bom, de que serviria o profissional de
vendas?
Valor é algo pessoal. O que é caro para
você pode não ser tão caro assim para o
outro. O que importa é o benefício que o
produto gera. O importante é ter preço
compatível com o mercado e perceba que
as melhores empresas não têm
necessariamente os menores preços. Evite
falar em preço, procure usar o termo
valor, assim você convencerá o cliente
que muitas vezes vale a pena pagar um
pouco mais para ter um benefício melhor.
É o vendedor quem cria a percepção de
valor. A estratégia de convencimento é
sempre mostrar o valor agregado do
produto, além da qualidade, assistência
técnica e outros fatores. A imagem que
você faz e vende para o seu cliente é
decisiva na escolha final. Mostre sempre
o quanto seu produto pode reduzir custos
ou aumentar a qualidade.
Qualidade custa. Na maioria das vezes o
cliente quer preço, desconto e prazo. É
um pedido legítimo. Por isso sempre
demonstre e valorize a qualidade do seu
produto e seja sincero em dizer no quê
ele é melhor do que o do concorrente.
Não dá para ter uma excelente qualidade
e ao mesmo tempo ser o mais barato, mas
ele pode ser o mais barato em relação a
questões como durabilidade, resistência,
design ou prestação de serviço. Cabe ao
vendedor mostrar ao cliente que na
verdade seu preço é justo.
Procure o cliente certo. Não queira
vender uma BMW para aquele que só pode
comprar um fusquinha. Nada contra o
Fusca, mas uma BMW é uma BMW! A noção de
valor precisa ser compatível com o que o
cliente pode gastar e não com o que ele
poderia gastar. Faça com que o cliente
perceba o valor. Lide com objeções com
naturalidade, mas nunca perca de vista o
foco da conversa e a noção de valor. Não
embarque no papo do mais barato que aí
você se torna tão igual quanto aos
outros.
Não entregue o ouro. É claro que todo
vendedor tem uma margem de negociação,
mas não entregue todo o ouro logo no
início da conversa. Há vendedores que
logo de cara mostram a tabela, até onde
podem ir e qual o desconto máximo.
Esquecem de falar e valorizar o produto
e ficam só na discussão de preço, preço
e preço. Será que em todas as ocasiões é
preciso dar o desconto máximo? Todo
cliente merece o maior desconto? Imagine
em quanto você pode aumentar seu
rendimento anual se conseguir deixar de
dar pelo menos x% do desconto total. Sua
comissão agradece! Valorize o seu
trabalho, Mostre o valor do produto e
também se dê o devido valor como
profissional.
Agora comece a praticar e nunca se
esqueça do lema: Não venda preço, venda
valor!
Paulo Araújo - palestrante e escritor.
Autor de Motivação - Hoje e Sempre
(editora Qualitymark), entre outros
livros.