Vendedor ou facilitador de compras?
Por Carlos Alberto de Faria
01/07/2008
Vemos freqüentemente apelos e mensagens
que dizem ser necessário as empresas
estarem voltando-se para os clientes.
Outros dizem para o mercado. Mas a âmago
da mensagem é que a empresa moderna tem
que se voltar para produzir aquilo que
os clientes querem.
Até o início da segunda metade do século
passado era bastante diferente,
produzia-se o que se queria e
empurrava-se isso aos clientes.
Os esforços empresariais estão tentando
implantar a mudança do voltar-se ao
mercado, ao custo da sobrevivência, pois
a concorrência está estabelecida e é
feroz.
Não bastasse a concorrência é necessário
acompanhar a evolução das necessidades
do cliente e a possível migração de
valor, que leva a participação de
mercado cair, sem que se enxergue de
onde está vindo a concorrência.
Há acadêmicos que estudam tudo e teorias
que são a solução para o próximo
problema que encontraremos na esquina
seguinte do caminho empresarial.
Só uma entidade empresarial não muda: o
vendedor!
O vendedor continua a ser sempre o bom
vendedor, e continua vendendo como
sempre vendeu (?).
Eu mesmo tenho uma visão que pode ser
vista como preconceituosa dos
vendedores. Sempre que vejo ou ouço
alguém falar que é vendedor, lembro-me
daquele velho vendedor de livros, muito
bem preparado tecnicamente, que tentava
empurrar de qualquer maneira os livros,
apesar do interesse contrário da
"vítima". Esse vendedor fazia essa
venda, mas não voltava nunca mais, sob a
pena de, no mínimo, não ser bem
recebido. Sua venda fechava as portas
para outras vendas futuras!
Mas não se proclama aos quatro ventos
que o cliente é o rei, que a solução
está em voltar-se ao mercado?
A palavra vendedor coloca a ação de
efetuar a troca do produto ou serviço
por dinheiro sobre esse representante da
empresa. Mas alguns vendedores mudaram e
mudaram bastante, acompanhando a
necessária mudança de suas empresas.
Está claro que os clientes de hoje estão
melhor informados, são bombardeados por
dezenas de apelos de compra, tomaram
consciência.
Como reflexo disso o tal do antigo
vendedor que empurra o que tem para
vender, independente da necessidade ou
desejo da "vítima", que está à sua
frente, é considerado chato, e o pior,
fecha as portas para vendas futuras,
matando de vez o tal do cliente para
toda a vida, sepultando o relacionamento
duradouro, as compras repetidas, tudo
aquilo que as modernas empresas desejam
e buscam.
Por esse motivo é que o vendedor de
hoje, o vendedor moderno também está
voltado para o mercado, ele procura
analisar e verificar qual o desejo e
benefício que o cliente quer, e dentro
das opções que seu produto ou serviço
possibilita, escolhe aquelas que melhor
se adaptam às necessidades do seu
cliente. Esse novo vendedor coloca a
ação no cliente.
O novo vendedor não vende, o cliente é
que compra. Por isso é que o novo
vendedor pode ser chamado de facilitador
de compra.
O papel desse novo vendedor muda
profundamente com essa antiga postura.
E então, como estão vendendo os
vendedores de sua empresa? Estão
"fechando" vendas ou iniciando um
relacionamento?
Carlos Alberto de Faria é sócio diretor
da Merkatus - Fonte: Merkatus