Vender pela Internet
Por Carlos Alberto de Faria
01/07/2008
Freqüentemente sou procurado por
conhecidos e conhecidos de conhecidos,
com algumas dúvidas ou pedido de opinião
sobre marketing, e alguns deles têm uma
excelente idéia, produto ou serviço para
vender pela Internet.
Apesar da febre das empresas ".com" ter
amainado, terem "saído de moda", as
idéias estão ai, como sempre estiveram,
como um turbilhão.
Como sabem, ou ouviram dizer, que
trabalho com marketing, pedem minha
opinião.
Há os mais disparatados produtos e
serviços.
Primeiramente vamos colocar dois pontos
importantes na venda pela Internet, que
tem uma série de particularidades.
O primeiro ponto é que a "ação" de venda
é "quase" passiva, ao contrário, por
exemplo, da venda porta a porta. Como
contrapartida deste fato, a compra por
parte do cliente é que é ativa. O
cliente é que compra, o cliente é que é
ativo.
Você pode divulgar seu "site", empurrar
seu cliente para lá, ter a apresentação
do seu produto ou serviço em hipertexto,
pedir para seu cliente enviar suas
dúvidas, ter um "chat" de debates, mas é
difícil dialogar diretamente, por
enquanto, numa atividade pessoa a
pessoa. O aumento da velocidade da
Internet e o uso da IA (Inteligência
Artificial) podem trazer soluções para
este problema de baixa interação.
O cliente é quem assume o papel ativo de
compra, mais do que nos processos de
venda tradicionais, porta a porta,
receptivo, etc. Devemos encarar a venda
pela Internet como algo "facilitador de
compras" para os seus clientes.
A estrutura do "site", ou a elaboração
de um "e-mail", que tenham como objetivo
vender algo deve levar em conta que o
contexto deve capturar a atenção,
mostrar os benefícios e promover a
necessidade do cliente e facilitar a
compra.
A única porção ativa, a ação de compra é
feita pelo seu cliente. Portanto tanto o
"site" quanto o "e-mail" são
facilitadores de compra. Veja outro
artigo intitulado "Vendedor ou
Facilitador de Compras".
O que apresentamos a seguir não deve ser
considerado como impeditivo para
ninguém, para quaisquer tipos de ação de
vendas pela Internet. Atualmente as
regras são feitas para serem quebradas e
mostrar que há exceções. O que
apresentamos é um mero lembrete do que
pode funcionar e do que pode não
funcionar, em alguns casos.
Vamos apresentar uma abordagem geral,
rápida e sucinta, da venda pela
Internet, para depois expandi-la um
pouco mais. É mais fácil vender produtos
conhecidos e padronizados, que o cliente
já tenha tido à vista e também é
necessário ter um diferencial.
A compra virtual é mais fácil de ser
feita com produtos padronizados. CDs,
livros, geladeiras, fogões,
computadores, eletrodomésticos em geral,
etc., se dão bem nessa forma de
comercialização.
No lado oposto, será difícil vender pela
INTERNET uma nova mesa para computador,
pequena mas ergonômica, que se adapta em
qualquer canto, apesar de ser uma
necessidade clara, pois a maioria das
casas não foi projetada para ter esse
novo "eletrodoméstico". A venda dessa
mesa somente pela Internet, sem
exposição, sem o público alvo poder ver,
apalpar, é muito mais difícil. Pode ser
feita, mas exige que haja locais onde
essa mesa possa ser vista e apreciada,
em demonstração, para depois de
consolidada a marca, ter sua venda feita
pela Internet.
Nos tempos e na velocidade da Internet,
surge o segundo ponto: o seu cliente
potencial está à distância de um clique
do seu concorrente; portanto para o seu
cliente comprar de você, e não do seu
concorrente, você deve ter um
diferencial que torne seus produtos e
serviços únicos.
Há vários tipos de diferenciais que você
pode utilizar, por exemplo: a sua
abordagem única, os resultados que só
você ou seu produto obtém, o seu nicho
de atuação; a sua garantia de
satisfação, etc. Mas ou você tem um
diferencial, que torna a sua oferta
única, ou você cai na vala comum do
menor preço.
No caso limite, o seu diferencial pode
ser o preço, que é o caso dos produtos
padronizados.
O diferencial preço menor diminui sua
margem de lucro, obriga a existência de
estruturas enxutas e faz com que você
atue no limite, andando no fio da
navalha entre o sucesso e a falência.
Mesmo nesses casos, para sair do fio da
navalha, você pode colocar preços
"premium", em produtos padronizados,
colocando diferenciais, por exemplo:
garantia de entrega em 24 horas em todo
o Brasil.
Carlos Alberto de Faria é sócio diretor
da Merkatus - Fonte: Merkatus