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Por Reginaldo Rodrigues
13/12/2009
É incrível como o sucesso de um produto
ou empresa, podem ter associação direta
a um personagem. Quem é que não se
lembra do garoto propaganda das Casas
Bahia? Fabiano Augusto que invadia os
lares brasileiros conquistava simpatia e
antipatia ao mesmo tempo. O polêmico
slogan: "quer pagar quanto?", alvo
inclusive de um consumidor oportunista
que acionou na época o código de defesa
do consumidor levando mais de 6 mil
reais da loja em mercadoria e pagando o
preço que quis, ainda não saiu das
nossas cabeças.
Como Fabiano, Carlos Moreno, o garoto
Bombril, foi amado por uns e odiado por
muitos durante vários anos. O sucesso se
deu pelo fato da campanha representar
algo totalmente novo na época. Os
comerciais eram bem diferentes, uma
fórmula até então inédita. O rapaz
desajeitado, tímido e fora dos padrões
de beleza convencionados pela mídia
falando de produtos de limpeza era uma
aposta bem audaciosa no final da década
de 70. A criação se deu para o
lançamento dos novos produtos que
deveriam ser associados à consagrada
marca. Até então não existiam as
"Assolans".
Os mais de 300 comerciais diferentes na
Tv e mais de uma centena de campanhas
nos impressos fizeram com que a Bombril
conquistasse espaço internacional
ocupando um lugar no Guiness Book, o
livro dos recordes. O sucesso era tanto
que as pessoas compravam a marca pelo
produto, ou seja, ninguém pedia lã de
aço e sim Bombril. Porém problemas
judiciais fizeram com que a empresa
chegasse ao fundo poço. Diretor preso,
fornecedores sem receber, falta de
dinheiro para honrar compromissos
trabalhistas e ações judiciais. Quando
tudo indicava o fim, eis que acontece o
ressurgimento.
Como? Os consumidores ignoraram a crise
vivida pela companhia. Não souberam ou
não se importaram com isso. Esse fato
mostra que o brasileiro realmente tem
"memória curta", ou a marca estava acima
de tudo isso. Num passado mais recente
vimos diretores da Nova Skin presos por
motivos semelhantes e mais uma vez a
marca saiu imune. Foi até engraçado: o
telejornal mostrando executivos sendo
presos e em seguida a Ivete Sangalo,
magestosa, cantando o Jingle da cerveja.
Voltando ao Bombril, o "garoto" voltou
há algum tempo e continua no ar. Gravou
para Folha de S. Paulo, Intelig e...
voltou, na verdade "ele é a cara da
Bombril". A mídia que menciona os
"fenômenos", leia-se Assolan, como
passageiros, diz que Bombril não passa e
é inigualável como Pelé, Chaplin e
Nelson Ned. Não tenho dúvida, mas a
Assolan também continua aí.
Reginaldo Rodrigues é Graduado em
Comunicação Social com Pós em Gestão
Estratégica em Marketing - Palestrante e
Consultor - Blog:
reginaldorodrigues100.blogspot.com -
Twitter: twitter.com/reginaldorod -
Site: www.rcem.com.br